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quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Botequim da Cidade do Samba volta nesta segunda feira reunindo sambistas de todas as gerações

Por Fábio Silva


Cariocas da gema e de espírito, que gostam de marcar o samba na palma da mão e do clima de fundo de quintal têm um encontro marcado para celebrar a volta do Botequim da Cidade do Samba, uma das melhores rodas de samba do Rio de Janeiro.

Reunindo a nata do gênero, artistas de todas as gerações promovem uma verdadeira confraternização tendo como cenário o local onde as escolas do Grupo Especial preparam a maior desta popular do país, na zona portuária da cidade, na roda de samba que acontecerá sempre na segunda segunda-feira de cada mês.

A reestreia acontecerá na noite do dia 10 tendo Reinaldo, o Príncipe do Pagode, e Mestre Monarco, baluarte da Velha Guarda da Portela, como as grandes atrações do espetáculo, que contará também com o Grupo Intimistas, a nova geração do Samba, Grazzi Brasil, da Paraíso do Tuiuti, Chacal do Sax, e Marcelo Negrão.

Ao som de tantans, cavacos e pandeiros, a reabertura do Botequim da Cidade do Samba assume o compromisso de apresentar o autêntico pagode de raiz. O palco será montado no centro da praça coberta, mesas espalhadas ao redor, com o público participando diretamente do show. Para celebrar esses grandes encontros da família do samba, não poderiam faltar os petiscos mais tradicionais de nossos terreiros e cerveja gelada. 

Realizado desde 2010, o evento já é esperado pelos sambistas da cidade que unem o útil ao agradável, respirando o ambiente que envolve os preparativos para o Carnaval e a roda de samba com preço popular que começa, pontualmente às 18h e vai até as 23h tendo como pontos mais positivos, o fácil acesso ao local via VLT. A apresentação fica a cargo de Teteu José. Para quem não conhece, a Cidade do Samba fica na rua Rivadávia Corrêa, s/nº, na Gamboa. A entrada custa R$15 e as mesas saem a R$50.


segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Exposição com fotos do desfile da Portela de 2018 será inaugurada em São Paulo


Mostra 'Caminhos Cruzados - Alegorias do Recife que fundou Nova York' ficará em cartaz a partir do dia 11 de setembro, na Galeria Olido, com entrada franca

O desfile da Portela de 2018 virou tema de uma exposição fotográfica, que será inaugurada no dia 11 de setembro, às 19h, na tradicional Galeria Olido, em São Paulo. Com curadoria de Alexandre de Paulo, a mostra "Caminhos Cruzados - Alegorias do Recife que fundou Nova York" reunirá 24 imagens feitas por três fotógrafos cariocas: Alexandre Durão, Juliana Dias e Júlio César Guimarães. 

A exposição destaca integrantes da escola, além de fantasias e alegorias desenvolvidas pela carnavalesca Rosa Magalhães. Na Avenida, a Portela, que está completando 95 anos de fundação, contou a saga dos judeus que deixaram a Europa durante a Inquisição, se estabeleceram no nordeste do Brasil e, depois da expulsão dos holandeses, em 1654, foram para a América do Norte.

A ideia do enredo foi inspirada no livro "Caminhos cruzados: a vitoriosa saga dos judeus do Recife no século XVII: da expulsão da Espanha à fundação de Nova York", do jornalista Paulo Carneiro, que também está envolvido na produção do evento.

A mostra, que conta com apoio da diretoria da maior campeã do carnaval carioca, do Departamento Cultural da Portela e do Consulado da escola em São Paulo, ficará em cartaz até o dia 7 de outubro. A entrada é franca.


Perfil dos fotógrafos reunidos na iniciativa

Júlio César Guimarães - Carioca, formado em Administração, é fotógrafo profissional desde 1988, com passagens pelos jornais O Dia, O Globo, Lance! e foi editor de fotografia no Uol por sete anos.

Juliana Dias - É carioca, formada em Engenharia de Produção pela PUC-Rio e MBA em Gestão de Projetos na FGV. Estudou fotografia na ABAF e no Ateliê da Imagem, ambos no Rio.

Alexandre Durão - Formado Comunicação Social pela Universidade Estácio de Sá, no Rio, é fotógrafo freelancer, com atuação na Revista Força Aérea, Jornal do Brasil e no portal G1.


Serviço:
Exposição Caminhos Cruzados - Alegorias do Recife que fundou Nova York
Data: de 11 de setembro a 7 de outubro de 2018
Horário: De segunda a sexta, de 10h às 20h. Sábados, domingos e feriados: das 13h às 20h
Local: Galeria Olido 
Endereço: Avenida São João 473, Centro, São Paulo
Entrada franca
Informações: (11) 3331-8399 ou (11) 3397-0171




Foto: Alexandre Durão
Legenda: Clique mostrando o primeiro mestre-sala da Portela, Marlon Lamar, está na mostra


Confira os oito sambas classificados da Chave Azul


Oito composições da Chave Azul foram classificadas, na noite deste domingo (2), após a realização da segunda eliminatória de samba-enredo da Portela. No próximo domingo (9), a escola promoverá a união das chaves Azul e Branca, apresentando as 16 obras em uma única chave.

Em 2019, a Portela será a terceira escola a desfilar na Segunda-feira de Carnaval, com o enredo "Na Madureira moderníssima, hei sempre de ouvir cantar uma Sabiá", desenvolvido pela carnavalesca Rosa Magalhães. O tema vai homenagear a cantora Clara Nunes, um dos maiores ícones da história da agremiação.


Classificados - Chave Azul - 02/09

Thiago na Fé, Bruno Lima, Crisshow Portela, Carlinhos Petisco, França Junior, Machadinho, Filipe Acaf, Serginho 20, Henrique Hoffman e Paulinho Valença

Samir Trindade, Elson Ramires, Neizinho do Cavaco, Paulo Lopita 77, Beto Rocha, Rafael Bula e Girão

Waguinho, Luiz Matos, Willian Santanna, Ari Jorge, Vando Cardoso e Debora Paz

Eliane Faria, Eli Penteado, Gerson PM, Franco Cava, Sônia Pedro, Arnaldo Rippel, Alexandre Fernandes, Víctor do Chapéu, Carlinhos do Cavaco e Marcos Glorioso

Gaúcho, Camarão Netto, Nando Gigante, Wagner Muguinho, Pirique Neto, Thiago Maciel, Sergio Pinto, Fred Lima, Piter e Marquinhos

Bita da Portela, Luizinho da Light, Adilson Franco, Chicão do Cavaco, Pery Nogueira, Dinho Madureira, Miltinho Campos, Roberto Brandão e Jorge Nascimento

David Correa, Madalena, Gilson Raiz da Flor, Fogo, Serginho Cataguases e Gilberto Esquina da Águia

Gabriel Guimarães Poeta do Rio, Gadelha da Portela, Orlando Bico da Águia, Bililico, Eduardo Queiroz, Sérgio Daniel, Moisés Neguinho e Cassinho

Chave Branca - 26/08

Marquinhos do Pandeiro, Flavio Viana, Charles Braga, Gustavo Henrique, Rafael Cavaliere, Joseth Rodrigues, Edmar Jr., Fabio Xavier, Soneca e Denilson Sodré
  
Meri de Liz, Catia Guimarães, Ana Quintas, Rozzi Brasil, Dayse do Banjo, Simone Lyns e Cidinha Zanon 

Alcino Pega Pega, Gera, Ronaldinho FQ, Jurandir Terra, Gigi da Estiva, André Kaballa, Rodrigo Sampaio e Carlinhos Ceasa

Ciraninho, Alceu Maia, Alex Magno, William Carpete, Rafael dos Santos, Flavinho Bento e Angel Portela

Toninho Nascimento, Luiz Carlos Máximo, Marquinhos de Oswaldo Cruz, Manu da Cuíca, Anderson Paz, Elias Camilo, Fabiano Paiva e Pedro Ambrosio

Caixa D'água, Evandro de Irajá, Gaúcha da Portela, Jorge Remédio, Deco, Dr. Jairo, Nakamura, Leandro Nogueira, Marcos Carioca e Jayme César

Jorge do Batuke, Valtinho Botafogo, Rogério Lobo, Beto Aquino, Claudinho Oliveira, José Carlos, Zé Miranda, D’Dousa e Araguaci

Celso Lopes, Charlles André, Rafael Gigante, Vinicius Ferreira, André do Posto 7, Jefferson, Bira e Guerra


Mundo do samba chora pelo Museu Nacional; confira os desabafos


“O canto da cigarra em sinfonia relembrou aqueles dias que não voltarão jamais”. Não mesmo. Grande parte do acervo do Museu Nacional, localizado na Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro, foi perdido em um incêndio na noite deste domingo (2). O mundo do samba, que cantou o o palácio histórico no desfile da Imperatriz deste ano, arde de tristeza pela perda irreparável.


Carnavalescos, pesquisadores, diretores, casais, vários sambistas se pronunciaram – e desabafaram – nas redes sociais. Entre textos de lamento e repúdio, o sentimento de desolação de ver indo embora 200 anos de história. Confira algumas declarações de personalidades do samba:

Cahê Rodrigues, carnavalesco do desfile da Imperatriz 2018 sobre o Museu Nacional
Meu Deus! Que horror! Uma grande parte da história desse país destruída pelo fogo. Estou destruído emocionalmente. Convivi meses ao lado de pessoas apaixonadas por esse museu, pessoas que cuidavam dessa instituição como se fosse sua própria casa.
Um relicário histórico se foi, justamente no ano em que completou 200 anos. Ainda não sabemos a causa do incêndio, mas sabemos que o prédio pedia socorro por melhorias a anos. Triste! Lamentável! Em um país onde a memória é quase sempre esquecida perdemos hoje o guardião do nosso maior tesouro. Obrigado Museu Nacional por me permitir conhecer seu tesouro, desvendar seus Mistérios, me emocionar com cada história contada através de seus cuidadores.
Obrigado Imperatriz Leopoldinense por contar e eternizar essa linda história no maior palco do mundo. Pedíamos em nosso desfile que olhassem com mais carinho para o Museu. Meus sentimentos a todos os funcionários, professores, pesquisadores e visitantes apaixonados por essa instituição.
Museu Nacional para sempre em nossos corações.

Bianca Behrends, carnavalesca e pesquisadora da Beija-Flor
O fogo consume o Museu Nacional e o acervo da História do Brasil vira cinzas…
É uma perda que não dá para mensurar em palavras…
E o brasileiro, que já é frequentemente chamado de “povo sem memória”, perde um tesouro inestimável, dano irreparável…
Que tristeza, que dó, que cenas desoladoras…
Lágrimas em chamas ocasionam dor flamejante…

Jack Vasconcelos, carnavalesco do Paraíso do Tuiuti
A cultura é tratada como inimiga pelo poder. Descaso, sucateamento e cinismo são recursos de sabotagens usados sistematicamente ao longo do tempo. Quando o resultado disso se materializa diante de nós em cores tão quentes é chocante, né? Quer se chocar mais? Ela não é a unica a sofrer essa depredação sistemática. E não é por mero acaso.

Alex de Souza, carnavalesco do Salgueiro
Acabo de saber do incêndio no Museu Nacional, estou arrasado, todo aquele patrimônio adquirido desde os tempos de D.Pedro II, destruído, incluindo as únicas múmias egípcias em um museu na América Latina. Lamentável !

Lucinha Nobre, porta-bandeira da Portela
“Sem passado não há futuro!”
E ainda temos que engolir o presidente que cortou todas as verbas pro museu, onde as pessoas trabalhavam de graça, apenas pelo compromisso com o local, fazer nota de pesar… Esses políticos desprezam a nossa inteligência!! Raiva.

Leandro Vieira, carnavalesco da Mangueira
O incêndio que destrói o Museu Nacional é um retrato fiel de como nossos governantes tratam a cultura, a ciência, a pesquisa e a memória no Brasil: O futuro é condenado aquilo que é incerto enquanto o passado agoniza diante de nossos olhos. O incêndio que destrói a memória de todos nós é, antes de qualquer investigação, criminoso. O descaso é um crime. O “descaso” é o crime mais comum em um país em frangalhos, cujo a bandalha se generalizou e a cultura passou a ser uma “baboseira” diante do que eles consideram “urgências.” Que noite triste meu Deus! O Brasil vai mal. Como o Brasil vai mal!

Jorge Silveira, carnavalesco da São Clemente
A Escola de Belas Artes completou 200 anos e sofreu um incêndio no ano do aniversário.
O Museu Nacional completou 200 anos e ocorre a mesma coisa .
Não dá mais para suportar a lógica de um governo que ignora o patrimônio cultural.




Fonte: www.srzd.com

sábado, 1 de setembro de 2018

Crônica saindo do forno - Quatro baluartes



Porque amar é fundamental.

Japoneses aprendem arte da dança com casal de mestre-sala e porta-bandeira da Portela


Marlon Lamar e Lucinha Nobre realizaram oficinas durante três dias, em Tóquio

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Portela, Marlon Lamar e Lucinha Nobre, encerrou, na última quarta-feira (29), uma maratona de três dias de oficinas organizadas em Tóquio, no Japão, para vários casais das agremiações nipônicas.

Ao todo, nove duplas, dentre outros observadores, compareceram às oficinas de Marlon e Lucinha. Todos dançam no "Asakusa Samba Carnival", o maior desfile de escolas de samba fora do Brasil, realizado desde 1981, na capital japonesa. O casal portelense ensinou giros, passos, sequências de apresentação e, ainda, respondeu a perguntas e falou sobre curiosidades da dança e de sua importância para o carnaval.

"Gostaria de parabenizar ao mestre-sala Eduardo Bello, que por longo tempo, segundo soube, ensinou a dança aos japoneses. Também sei que o mestre-sala João Carlos já esteve dando aulas por aqui. Alguns casais presentes nesta oficina, se tiverem ensaios contínuos e acompanhamento de profissionais, podem até desfilar nas escolas cariocas", disse Lucinha.  "Os mestres-salas ainda precisam ser um pouco lapidados, mas já têm uma base muito boa", destacou Marlon.

O presidente da Portela, Luis Carlos Magalhães, também acompanhou as oficinas e ficou satisfeito com o resultado. “Estou impressionado com o que vi aqui. A maioria não entende a língua portuguesa, mas evolui e dança muito bem", exaltou Luis Carlos.

No final de cada oficina, o casal portelense mostrou a coreografia feita na Marquês de Sapucaí em 2018. Para os japoneses foi uma oportunidade de ver, ao vivo, Lucinha e Marlon dançando. Todos também aproveitaram para tirar fotos e pedir autógrafos, e uma das participantes chegou a chorar ao encontrar com a dupla da azul e branco.

Ainda na quarta-feira, depois de ministrada a última oficina, o GRES Bárbaros, escola campeã do carnaval de 2018, onde desfilaram Luis Carlos Magalhães, Lucinha Nobre e Marlon Lamar, representando a Portela no enredo sobre Paulinho da Viola, realizou uma festa de confraternização com a presença da comitiva portelense, do Consulado da Portela no Japão, dos segmentos daquela escola e dos participantes das oficinas.

Vale ressaltar que a atividade foi organizada e realizada pelo Consulado da Portela no Japão, com o apoio do Departamento Cultural da Portela e do GRES Bárbaros.

No dia 14 de setembro, em Tóquio, começam as oficinas que serão ministradas pela coordenadora da ala de passistas e diretora de Harmonia da Portela, Nilce Fran.


Foto: Divulgação / Consulado da Portela no Japão
Legenda: Casais locais participam de oficina com Marlon e Lucinha