Barracões da Cidade do Samba penam com falta
energia, gás, telefone, internet e transporte
Por Caio Barbosa
Rio - As obras de revitalização da Zona Portuária têm causado transtornos em toda a região, admitidos inclusive pela prefeitura. Entre os mais prejudicados estão funcionários dos barracões das escolas na Cidade do Samba, que frequentemente ficam sem energia elétrica, gás e telefone no complexo onde é feita toda a pré-produção dos desfiles da Marquês de Sapucaí.
Os problemas não param por aí. Com o fechamento da Avenida Rodrigues Alves para a implosão do Elevado da Perimetral — que será feita no domingo, dia 24 — e a abertura da Via Binário do Porto, não há mais pontos de ônibus perto da Cidade do Samba, o que obriga os funcionários a caminhar até a Central do Brasil ou a Rodoviária Novo Rio para voltar para casa. Ou chegar ao trabalho.
“Está muito ruim para todo mundo aqui. Também não temos internet, cada um tem que trazer o seu modem de casa. Para chegar aqui é outro caos. Todo mundo já trabalha além da conta e ainda fica prejudicado para voltar para casa no fim do expediente”, conta Edgar Saturnino, subdiretor do barracão da Mangueira e morador de Nova Iguaçu.
De acordo com funcionários, os transtornos ainda não
prejudicam o cronograma e, consequentemente, os desfiles do próximo ano.
Ainda. Porque, se os problemas não forem resolvidos, o Carnaval na
Sapucaí pode ficar comprometido, como hoje está a rotina de quem
trabalha na Cidade do Samba.
“Às vezes a gente chega aqui de manhã e a luz
só volta no início da tarde. E volta um pouquinho e depois para de novo.
Não há a menor condição de trabalhar assim. Muita gente fica de braços
cruzados e tem que virar noite depois para compensar. É muito puxado”,
explicou Roberto Ortiz, carpinteiro da União da Ilha que no ano que vem
completará seu 38º Carnaval.
Morador de Campo Grande, Roberto é mais um dos que têm como única alternativa andar até a Central do Brasil, por dentro do Túnel Velho, para pegar ônibus de volta para casa. “Se pelo menos o teleférico estivesse pronto, mas nem isso. Tá muito ruim de chegar e sair daqui”, diz.
Secretário de Transportes promete estudar alternativas a curto prazo
O secretário municipal de
Transportes, Carlos Osório, disse que está estudando alternativas para
acabar com o problema. “Recebemos esta reclamação e vamos resolvê-la. Os
técnicos da secretaria estão avaliando qual o melhor local para colocar
os pontos”, informou Osório.
O porteiro do barracão da Mangueira, Lucas
Vieira, é um dos que esperam uma solução com urgência. Morador da
comunidade onde surgiu a escola de samba, ele tem perdido cerca de meia
hora em cada trajeto. “Eu pegava um ônibus que me deixava aqui na porta e
agora tenho que andar para caramba. Não dá para acreditar que os
políticos acabam com um ponto e esquecem que ele estava ali para atender
trabalhador”, reclamou.
Em relação à falta de luz, a Light informou que o último apagão foi causado por escavação da Cedae que atingiu um cabo subterrâneo e tem realizado serviços constantes para tentar evitar o problema.
Fonte: O Dia na Folia
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