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segunda-feira, 24 de outubro de 2016

"Quero voltar à direção, com poderes de vice presidente, para ajudar a Portela e o presidente"

Por Revista EiS

O ex presidente da Portela, Serginho Procópio, fala abertamente sobre o momento atual da agremiação, a briga na escolha do samba, como era a sua relação com Marcos Falcon e o que espera da Portela para o próximo carnaval.
Vejam essa entrevista exclusiva e reveladora:

EiS - Muito se fala que durante a sua gestão como presidente da escola, quem mandava era o Marcos Falcon, isso de certa forma te incomodava?

Procópio - Claro que incomodava, até porque isso nunca foi verdade, nós dois tínhamos funções diferente dentro da escola. Falcon cuidava mais da parte de carnaval, ele tinha um perfil mais combativo e eu era mais de chamar as pessoas para conversar, unir a escola e cuidava de outros setores, mas isso que o Falcon mandava sozinho nunca existiu.

EiS - Quando vocês montaram a chapa, acabaram vencendo por uma diferença de apenas 3 votos. Como foi a disputa e a que você credita, uma diferença tão pequena?

Procópio - Na verdade essa diferença de 3 votos, era como se tivéssemos 3 mil votos a mais e eles sim perderam por 3 votos, porque o quadro de sócios que poderiam votar era totalmente manipulado pela administração anterior. Se alguém foi traído, foi o ex presidente Nilo, que tinha a maioria dos sócios e ainda perdeu.

EiS - Como se chegou à um acordo para que a chapa fosse encabeçada por você e o Marcos Falcon fosse o vice?

Procópio - Na verdade eu nem queria ser o candidato a presidente na época, sugeri o nome do Monarco que não quis e justificou a idade. O Marcos Falcon vinha de um problema particular, onde havia sido preso e seria muito difícil que ganhássemos as eleições com ele encabeçando a chapa e por isso aceitei ser candidato a presidente e Marcos Falcon veio como vice.

EiS - Como era a sua relação com o Marcos Falcon?

Procópio - No início era muito boa, mas já para o final tínhamos muitos problemas em dialogar, por conta de muitas fofocas. Quando ele resolveu se candidatar a presidência, ele não me comunicou e eu achava que deveria ter feito. Muitos me perguntavam quem seria o vice e acredito que a escolha pelo nome do Luiz Carlos Magalhães se deu pelo excelente trabalho cultural que ele sempre desenvolveu dentro da escola e essa é uma área que o Falcon não tinha conhecimento e precisava de alguém.

EiS - Falando da briga que aconteceu na final do samba, você estava lá e como viu toda essa repercussão?

Procópio - Vi com muita tristeza, foi um episódio lamentável e acredito que poderia ter sido evitado, pois já se ouvia dizer que poderia dar algum tipo de confusão após o resultado.

EiS - E porque que se falava em confusão mesmo antes do resultado?

Procópio - Porque alguns compositores falavam em que poderia haver alguma irregularidade quanto ao resultado, coisa que eu quero deixar bem claro que não acredito que tenha acontecido. Foram 42 dos 48 votos para a parceria campeã e ninguém compra 42 pessoas. Isso eu não acredito que tenha acontecido, de forma alguma, mas se já havia esse boato acho que poderia ter sido tomada algumas medidas preventivas, como aumentar o números de seguranças por exemplo.

EiS - Você acredita que poderia ter evitado tudo isso se fosse o presidente?

Procópio - Não acho que o presidente Luiz Carlos Magalhães tenha tido nenhuma culpa no episódio, se tem um culpado foi a Portela como um todo e como portelense, me incluo também. Mas é claro que com a minha experiência, poderia ter tomado algumas providências que evitariam todo esse incidente. Por isso eu quero conversar com o presidente para voltar a fazer parte da diretoria da escola e ajudar o presidente e a Portela. Acho que a Portela precisa de mim nesse momento e quero ajudar, não quero ser presidente e nem tomar o lugar de ninguém, quero apenas ajudar a unir a escola.

EiS - Você pretende conversar com o presidente quando e o que você vai pedir?

Procópio - Eu já tentei conversar com ele, mas ainda não consegui, devo estar conversando com ele nos próximos dias. Eu não quero pedir nada, apenas me colocar a disposição para ajudar a Portela e à ele, mas para isso vou precisar de um cargo na diretoria com os mesmos poderes de vice presidente.

EiS - Você teme pelo carnaval da Portela?

Procópio - é claro que eu temo pelo carnaval da Portela. O carnaval tem dia e hora para começar e temos que estar unidos para fazer um grande carnaval. A administração agora é do presidente Luiz Carlos Magalhães, o outro presidente não volta mais e temos que conviver com isso. Quero ajudar o presidente nesse sentido e acho que devemos reunir todos os segmentos da escola para traçarmos os rumos dessa nova administração.

EiS - Algumas pessoas dentro da escola defendem que Falconi, o filho de Marcos Falcon, seja o novo presidente da escola; como você vê isso?

Procópio - O presidente é Luiz Carlos Magalhães e acho uma maldade com um garoto de 22 anos, colocar toda essa responsabilidade nas costas dele. Ninguém vira presidente de uma escola de samba como a Portela, da noite para o dia. Ele nem tem o perfil do pai e está na escola há muito pouco tempo, nem era ligado ao carnaval. Pelo estatuto da escola ele também não poderia ser candidato agora e eu acho que quem está insuflando isso, não está pensando nele e muito menos na Portela.

EiS - Você acredita que a administração que antecedeu a sua gestão poderia voltar a se candidatar?

Procópio - Podem até tentar voltar, mas acho muito pouco provável que consigam alguma coisa, pois o povo não é bobo.

EiS - Você será candidato à presidência da Portela, nas próximas eleições?

Procópio - No momento só penso em ajudar ao presidente Luiz Carlos Magalhães e a Portela, as eleições estão muito longe ainda.


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