RIO - Uma obra do início da década de 1920 vai
ser o ponto de partida da homenagem que a Portela fará na Sapucaí à cantora
Clara Nunes, inspiradora do desfile do próximo ano. A partir do quadro
"Carnaval em Madureira", de Tarsila do Amaral, a escola promete
discutir a brasilidade e o legado de um de seus maiores ícones com o enredo
"Na Madureira moderníssima, hei sempre de ouvir cantar uma Sabiá".
- Os modernistas buscavam a brasilidade, Tarsila resolveu isso nas ruas de Madureira e a carreira de Clara despontou quando ela encontrou a Portela, os artistas do bairro. Isso faz com que ela seja a própria essência desse lugar - disse Fábio Pavão, integrante da comissão de carnaval e presidente do conselho deliberativo da escola.
Carnavalesca da azul e branco, Rosa Magalhães ainda faz suspense sobre o desenvolvimento do enredo. Detalhes, só em junho, quando entregará a sinopse. Mergulhada na biografia da cantora e na trajetória da escola, ela vê a escolha de Clara Nunes como uma espécie de "carinho":
- É um elogio a Madureira. Clara se dedicou à escola, gravou sambas de baluartes, foi conquistando o público e ganhou o Brasil. A rua onde fica a Portela leva o nome da cantora. Tudo está interligado.
A relação da cantora com a Portela começou no início da década de 1970 e, 35 anos depois de sua morte, Clara Nunes continua mobilizando fãs. Para o presidente da escola, Luís Carlos Magalhães, a escolha do enredo casa com um momento de grande euforia da azul e branco:
- Foi irresistível escolher Clara como enredo. Estamos celebrando os 95 anos da escola, e queríamos, para o próximo carnaval, um tema que representasse a alma da Portela. Clara é atemporal, marcou muito a escola e temos de manter viva a sua imagem.
NA DÉCADA DE 1970, ARTISTA LUTA CONTRA O PRECONCEITO
Autor do livro "Clara Nunes - Guerreira da utopia", o jornalista Vagner Fernandes também festejou a escolha da cantora como enredo da Portela:
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- A escolha foi sensacional. Vai ser uma das homenagens mais importantes das últimas décadas, do ponto de vista da celebração da memória de um personagem.
Para Fernandes, Clara Nunes é um símbolo da música por razões que vão além do encanto por sua voz. Ele lembrou a forte presença cênica da cantora e o impacto que causava com suas roupas. Além disso, o jornalista destacou que a artista quebrou tabus e levantou debates que permanecem contemporâneos:
- Ela foi a primeira mulher a romper a marca dos cem mil discos vendidos num mercado até então dominado por homens. Clara usava a arte como instrumento para discutir questões relacionadas ao preconceito étnico-racial e à intolerância religiosa.
GRAVAÇÕES IMPORTANTES
O biógrafo também disse que Clara teve um papel importante na música brasileira por gravar composições de artistas que estavam no anonimato:
- Ela resgatou compositores como Candeia, Toninho Nascimento e até Cartola e Nelson Cavaquinho. E ainda foi a primeira a gravar Dona Ivone Lara, em 1974.
Da década de 1970 até sua morte, em 1983, Clara frequentou a escola de Madureira e esteve próxima aos compositores da Velha Guarda. Tia Surica, baluarte da Portela, conviveu com a cantora e aguarda ansiosamente o dia do desfile.
- Ela tinha muito amor pela Portela. Se Deus quiser, estarei firme e forte na Sapucaí para homenageá-la.
- Os modernistas buscavam a brasilidade, Tarsila resolveu isso nas ruas de Madureira e a carreira de Clara despontou quando ela encontrou a Portela, os artistas do bairro. Isso faz com que ela seja a própria essência desse lugar - disse Fábio Pavão, integrante da comissão de carnaval e presidente do conselho deliberativo da escola.
Carnavalesca da azul e branco, Rosa Magalhães ainda faz suspense sobre o desenvolvimento do enredo. Detalhes, só em junho, quando entregará a sinopse. Mergulhada na biografia da cantora e na trajetória da escola, ela vê a escolha de Clara Nunes como uma espécie de "carinho":
- É um elogio a Madureira. Clara se dedicou à escola, gravou sambas de baluartes, foi conquistando o público e ganhou o Brasil. A rua onde fica a Portela leva o nome da cantora. Tudo está interligado.
A relação da cantora com a Portela começou no início da década de 1970 e, 35 anos depois de sua morte, Clara Nunes continua mobilizando fãs. Para o presidente da escola, Luís Carlos Magalhães, a escolha do enredo casa com um momento de grande euforia da azul e branco:
- Foi irresistível escolher Clara como enredo. Estamos celebrando os 95 anos da escola, e queríamos, para o próximo carnaval, um tema que representasse a alma da Portela. Clara é atemporal, marcou muito a escola e temos de manter viva a sua imagem.
NA DÉCADA DE 1970, ARTISTA LUTA CONTRA O PRECONCEITO
Autor do livro "Clara Nunes - Guerreira da utopia", o jornalista Vagner Fernandes também festejou a escolha da cantora como enredo da Portela:
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- A escolha foi sensacional. Vai ser uma das homenagens mais importantes das últimas décadas, do ponto de vista da celebração da memória de um personagem.
Para Fernandes, Clara Nunes é um símbolo da música por razões que vão além do encanto por sua voz. Ele lembrou a forte presença cênica da cantora e o impacto que causava com suas roupas. Além disso, o jornalista destacou que a artista quebrou tabus e levantou debates que permanecem contemporâneos:
- Ela foi a primeira mulher a romper a marca dos cem mil discos vendidos num mercado até então dominado por homens. Clara usava a arte como instrumento para discutir questões relacionadas ao preconceito étnico-racial e à intolerância religiosa.
GRAVAÇÕES IMPORTANTES
O biógrafo também disse que Clara teve um papel importante na música brasileira por gravar composições de artistas que estavam no anonimato:
- Ela resgatou compositores como Candeia, Toninho Nascimento e até Cartola e Nelson Cavaquinho. E ainda foi a primeira a gravar Dona Ivone Lara, em 1974.
Da década de 1970 até sua morte, em 1983, Clara frequentou a escola de Madureira e esteve próxima aos compositores da Velha Guarda. Tia Surica, baluarte da Portela, conviveu com a cantora e aguarda ansiosamente o dia do desfile.
- Ela tinha muito amor pela Portela. Se Deus quiser, estarei firme e forte na Sapucaí para homenageá-la.
Fonte: https://oglobo.globo.com
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