Por João Alberto
Ação beneficiou mais de 300 integrantes e é
fruto de uma parceria envolvendo os projetos sociais Ritmo Solidário, Barracão
Solidário, Bailado Solidário, através da campanha Rio Contra a Fome, e com o
apoio do site CARNAVALESCO
A palavra de ordem no mundo do carnaval durante
a pandemia da Covid-19 é solidariedade. Neste domingo, no Sambódromo da Marquês
de Sapucaí, sambistas das escolas do Grupo Especial e Acesso receberam doações
de cestas básicas. A ação beneficiou mais de 300 integrantes e é fruto de uma
parceria envolvendo os projetos sociais Ritmo Solidário, Barracão Solidário,
Bailado Solidário, através da campanha Rio Contra a Fome, desenvolvida pela
secretaria municipal da Juventude, da Prefeitura do Rio de Janeiro, com a
secretaria de Saúde e a secretaria de Ação Comunitária (SEAC).
“Conseguimos
hoje ajudar oito escolas de samba, cada agremiação com 30 cestas básicas, além
do pessoal dos outros projetos sociais. Em mais de um ano do Ritmo Solidário, a
gente já distribuiu mais de 2800 cestas. Os sambistas precisam muito do apoio
de todos. O apoio da campanha Rio Contra a Fome é fundamental. O secretário (da
Juventude) Salvino Oliveira cedeu todas arrecadações do posto de vacinação no
Sambódromo para nossas ações sociais. Hoje, unimos o Bailado e o Barracão que
também estão correndo atrás e precisamos nos fortalecer cada vez mais”, disse
China do Estácio, responsável pelo Ritmo Solidário.
As doações na Marquês de Sapucaí podem ser feitas de segunda a
sábado, de 8h às 17h, quando a pessoa for se vacinar contra a Covid-19 ou
direto no espaço do Ritmo Solidário, que fica embaixo do setor 10 da
arquibancadas.
Um dos beneficiados com a cesta básica foi o lendário
mestre-sala Chiquinho, que durante anos bailou pela Imperatriz Leopoldinense
com a mãe Maria Helena.
“Agradeço receber essa cesta básica. O momento está difícil para
todos. Salvou a vida de muita gente. Infelizmente, as coisas andam complicadas.
Os sambistas estão carentes de tudo”.
Mestre-sala da Mocidade Independente de Padre Miguel e um dos
fundadores do projeto Bailado Solidário, Diogo Jesus, ressaltou a solidariedade
do mundo do samba.
“Essa
ajuda é mega importante para todos os sambistas. Estou muito feliz em ver o
movimento de união de todos. Nosso projeto está aberto para doações. Podem
entrar no nosso Instagram @bailadosolidario. É uma coisa boa sabermos que
existem pessoas boas com a gente e querem nos ajudar”.
A porta-bandeira Selminha Sorriso participou da ação no
Sambódromo e pediu ainda mais doações de toda população.
“Ninguém é forte sozinho. Essa união dos sambistas me emociona.
O momento é muito difícil e a realização dos desfiles ainda é muito incerta. Ao
mesmo tempo, eu tenho esperança, porque temos vacinas e temos que esperar com
fé, esperança e amor. A solidariedade e empatia ficaram muito recorrente e
marcante entre os sambistas. Mais do nunca, fomos mais unidos e entendemos um a
dor do outro. A pandemia trouxe o impacto na saúde, mas também no cultural,
social e econômico”, afirmou.
Parceiro
de Selminha Sorriso, o mestre-sala Claudinho enalteceu a união do povo das
escolas de samba.
“A iniciativa é maravilhosa. O sambista é sempre solidário. O
mundo do samba é família. Vivemos um momento que nunca passamos na vida.
Esperamos por dias melhores. Estamos nos ajudando da melhor forma possível para
conseguirmos sobreviver nessa pandemia”.
O mestre-sala Sidclei, do Salgueiro, citou que o momento da
pandemia atacou todos os envolvidos com o carnaval.
“É muito legal você ver um projeto dos ritmistas abrir para os
casais e para o pessoal que trabalha nos barracões. Essa união do sambista é
muito importante até para o desenvolvimento futuro do carnaval”.
Eterno
mestre-sala, Jerônimo da Portela disse que é gratificante ver o reconhecimento
de todos das escolas de samba.
“Estamos todos juntos. Hoje, existe a solidariedade. Quem
trabalha com o carnaval não faz show e eventos há mais de um ano. Ficou ruim
para todos. Acho gratificante o reconhecimento do sambista para o próprio
sambista”.
Fonte: www.carnavalesco.com.br