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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012



Por Diogo Silva

A Velha Guarda da Portela fará 40 anos e tem muitos motivos para comemorar. Considerada um dos pilares da cultura do samba, fonte de inspiração para livros e filme, tem em sua história um acervo rico, e do seu hino "Estamos velhos, mas não morremos", o lema que deixam como legado às gerações futuras. Fizeram parte, ao longo da sua história, grandes nomes como Manacéa, Argemiro, Casquinha, Tia Doca, Jair do Cavaco, Mijinha e outros bambas. Hoje o grupo tem 10 componentes ativos em shows: os compositores Monarco e Davi do Pandeiro, as pastoras Áurea Maria, Surica, e Neide Santana, e os músicos Guaracy 7 Cordas, Serginho Procópio, Marquinhos, Timbira e Dinho. O objetivo do grupo é dar continuidade à proposta inicial, que é "não deixar morrer os sambas despretensiosos, sem intenção comercial", conta Serginho, o caçula da turma.
Para a celebração do quadragésimo aniversário, uma grande festa está programada para este sábado, dia 4 de fevereiro, na quadra da Portela, que também fará sua reinauguração. O evento, que conta com o tradicional grupo de samba , também terá a famosa feijoada da Tia Surica, e as presenças confirmadas de Diogo Nogueira, Teresa Cristina, Noca da Portela, Mauro Diniz, Marquinhos de Oswaldo Cruz, entre outros artistas. A quadra fica na Rua Clara Nunes, 81, Madureira.
Entrevistado pelo SRZD-Carnaval, o compositor e vocalista Monarco falou sobre a expectativa da comemoração pelos 40 anos da Velha Guarda. "A expectativa é grande, das melhores. É uma homenagem à essa turma histórica. A maioria já se foi, mas estamos aí para manter acesa a chama desse samba verdadeiro. Bonito o reconhecimento da Portela ao prestar essa homenagem. Estararemos na festa como mestres de cerimônia fazendo nosso papel , cantando para o povo ver e ouvir" disse o compositor.
Sobre o momento mais marcante da trajetória do grupo, voltou ao ano de 1970. "Foi quando o Paulinho da Viola se reuniu conosco para fazer o disco que originou a Velha Guarda da Portela. Eu era jovem, o caçula, e hoje, juntamente com o Casquinha, que tocou surdo naquele álbum, somos os únicos vivos daquela formação. Eu entrei com a música 'Portela, passado de glória', que também deu nome ao disco", relembra.
Ser referência para artistas consagrados como Diogo Nogueira, Marisa Monte, Zeca Pagodinho, entre outros, é uma realidade para a Velha Guarda. Ele comenta sobre o reconhecimento e a receita para a admiração. "Esse reconhecimento é muito gratificante. A Velha Guarda é formada por um pessoal antigo, muitos foram compositores, outros cantavam, e com isso forma-se um grupo bonito, que defende as tradições da escola. A Velha Guarda da Portela é pioneira pois foi a primeira musical. As outras escolas nos seguiam, tínhamos os respeito e admiração delas", relata orgulhoso.
Monarco finaliza definindo o sentimento por fazer parte da história da azul e branca de Madureira. "Eu sou Portela desde menino e desfilo à 65 anos, não são 65 dias. A sensação é que o papel da Velha Guarda está sendo cumprido muito bem. Estamos muito felizes."

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