Rio - A sétima colocação da Portela e a proximidade das eleições estão deixando os ânimos à flor da pele na escola. Nesta sexta-feira, Monarco fez um desabafo e criticou a gestão do presidente Nilo Figueiredo à frente da azul e branco. Em entrevista ao programa de Roberto Canazio, na Rádio Globo, o baluarte reclamou da ausência da escola no desfile das Campeãs e afirmou que a situação "precisa mudar".

"Eu como portelense da antiga, sofredor, do tempo de Natal, dos velhos portelenses, não tô feliz em ver minha Portela assim. Não sou eu que tô malhando. É a imprensa escrita, falada e televisada que tá aí vendo. O pior cego é aquele que enxerga e não quer ver. A Portela está em maus lençóis. É preciso mudança, é preciso falar, que que eu vou fazer?", lamentou.

Monarco: 'Tem que ter mudança'

Questionado sobre a gestão do atual presidente, o baluarte fez duras críticas. "Tá na hora da família portelense levantar a cabeça e virar. Tem que ter mudança. Quando vejo minha escola e vejo as outras...(...) Tenho que baixar a cabeça. Fico triste a ouvir isso (que a Portela não disputa mais campeonato). Nossa escola quando chegava na Avenida era esperada. Mesmo que não ganhe, tem que ter um desfile digno. Tem que perder com dignidade".

A abordagem do enredo sobre Madureira e o carro abre-alas de 2013 também foram criticados por Monarco. "Que Águia era aquela? Diz que era águia raquítica. As pessoas me paravam e perguntavam o que houve. Não sei o que arrumaram com enredo. Tínhamos tanta coisa para explorar. Eles com um enredo desses na mão e não souberam aproveitar. Fico triste. A Portela não está nos trilhos legal. Seria eu um bobo no meio da multidão se dissesse que a Portela tá legal, dissesse que a Portela foi roubada. Não foi. (...) Tem que ter mudança. Fez o que tinha que fazer e agora tira o time de campo. Existem pessoas nessa diretoria que nem Portela são", completou.
'Estou chocado', rebate presidente

Em seguida, o presidente da escola, Nilo Figueiredo, entrou ao vivo no programa, rebateu as críticas de Monarco e ainda bateu-boca com Roberto Canazio. "Estou chocado com isso. Cada pessoa tem o direito de pensar o que quiser. Do Monarco, eu nunca esperava isso, porque todos os momentos em que ele precisou de mim eu estava por perto. Não posso entender quando ele fala", disse.


Ao ouvir críticas do radialista, que afirmou que não gostava de sua administração, Nilo subiu o tom. "Eu cheguei na Portela em 68 e trabalhei muito. Peguei a escola e não tinha nem bateria. Não tinha banheiro. Foi uma vergonha quando o Lula foi lá. Fui eu que botei banheiro lá. A Portela tinha sumido. Eu sou Portela e posso dizer. (...) O Monarco está me chocando".

No fim, o presidente respondeu a Canazio e pediu que o radialista marcasse "um almoço" que os dois pudessem conversar melhor. Em maio, a escola irá eleger seu novo presidente. Nilo deverá indicar seu filho, Nilinho, como candidato da situação. A oposição será representada pelo ex-PM Marcos Falcon.