A Rádio Tupi realizou no sábado um debate com presidentes das escolas do Grupo Especial durante o programa “Show de Bola”, apresentado pelo jornalista Eugênio Leal. Compareceram ao programa Antônio Marcos Teles, o Tê (Império da Tijuca), Regina Celi (Salgueiro), Paulo Vianna (Mocidade), Wilson Alves (Vila Isabel), Renato Gomes (São Clemente), Ney Filardi (União da Ilha) e Chiquinho (Mangueira). Laíla (Beija-Flor), Marcos Falcon (Portela) e Ricardo Fernandes (Grande Rio) representaram os presidentes de suas agremiações. Imperatriz e Unidos da Tijuca não compareceram nem mandaram representante.
O debate já teve início com o clima quente quando Eugênio Leal abordou o tema da subvenção para as escolas e a montagem do carnaval. O diretor de carnaval da Grande Rio, Ricardo Fernandes, afirmou que o grande problema das escolas de samba é o fluxo de caixa. – O carnaval é anual e movimenta financeiramente o equivalente a uma Copa do Mundo. Todo ano é uma dificuldade enorme. O poder público podereia olhar para as escolas com mais carinho - pediu. Para o presidente Wilson Alves, da Vila Isabel, o repasse de verbas irregular prejudica o espetáculo. – Eu estou até hoje tendo de me virar porque havia fechado com uma cervejaria para nosso camarote em 2013 e eles não cumpriram o combinado - declarou Wilsinho, que perdeu todo o time campeão da última folia. – Levaram os profissionais, mas não a minha comunidade - lembrou.
Outro tema que causou uma boa discussão entre os presentes foi levantado pelo diretor geral de carnaval e harmonia da Beija-Flor, Laíla. Segundo ele, as escolas estão perdendo sua essência em prol do espetáculo e da competição. – Se o sambista abandonar a sua escola, o visual se torna chato e obsoleto - disse. Laíla criticou algumas agremiações que promovem em suas quadras eventos que nada tem a ver com o samba. – Algumas fazem até baile funk - lembrou. Regina Celi, presidente do Salgueiro, e que promove eventos diferentes do samba na quadra da vermelho e branca se defendeu. – Eu apreciso pagar funcionários e infelizmente o carnaval não dura o ano todo. Minha quadra é uma casa de shows também - explicou.
Laíla lembrou a dificuldade nos dias de hoje em manter e conseguir componentes para desfilar. – Eu venho perdendo baianas para a igreja evangélica. Os jovens não querem ser passistas, preferem curtir outro tipo de música. O samba precisa de renovação. Wilson Alves concordou com o mestre e afirmou que teve de encerrar a ala de baianinhas da Vila Isabel. – Simplesmente porque não tínhamos contigente suficiente - declarou.
A fase de renovação política e administrativa de Portela e Mangueira também foi levantada por Eugênio Leal durante o debate com os representantes das agremiações. Para Chiquinho da Mangueira é possível apresentar carnaval para disputar o título e sanear as dívidas ao mesmo tempo. – Temos dois projetos distintos. Negociar as dívidas e colocar o carnaval na rua. Temos empresários mangueirenses que estão nos ajudando a recuperar nosso nome junto ao poder público. Mas dinheiro para o carnaval, é do carnaval, explicou Chiquinho. Marcos Falcon afirmou que a Portela não vai cometer nenhuma loucura. – Vamos fazer um carnaval responsável, dentro da subvenção que a escola recebe - prometeu.
O debate se encerrou com cada representante de sua respectiva escola explicando, ou pedindo algum responsável por isso, o enredo e como se dará seu respectivo desenvolvimento na avenida em 2014. Ainda marcaram presença ao fim do programa os integrantes da corte oficial do carnaval carioca, o Rei Momo Wilson Dias, a Rainha Letícia Martins e as princesas Clara Cristina e Graciele de Souza.
Fonte: www.carnavalesco.com.br
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