A noite de sexta-feira foi de lançamento na quadra da Portela. O documentário "82 minutos", que é uma fruto de uma parceria do departamento cultural da escola, com o cineasta Nelson Hoineff e sua equipe, estreia apenas na próxima semana nos cinemas do Rio de Janeiro. Porém, os torcedores da azul e branca de Madureira tiveram a oportunidade de assistir com exclusividade em pré-estreia.
Nelson Hoineff, também diretor de "Alô, Alô, Terezinha!", "Caro Francis" e "Cauby - Começaria Tudo Outra Vez", contou ao site CARNAVALESCO que esteve em outras três grandes agremiações do Rio de Janeiro, mas foi na Portela que encontrou a emoção que precisava.
- Quando nós idealizamos algo na cabeça, vamos até o fim para alcançar. Fui à quadra da Mocidade, São Clemente e Salgueiro, porém foi aqui, na Portela, que achei o entusiasmo necessário. É como quando desejamos tirar uma foto de uma ilha paradisíaca, vamos a uma, duas, três, até achar a que idealizamos. Esse amor do Falcon, a energia e explosão do portelense, quando coloquei o pé aqui não teve jeito. Não que a Portela seja melhor que as outras, mas encontrei exatamente o que precisava para fazer esse filme sobre todo o processo de construção do carnaval.
O diretor declarou que se não fosse a liberdade dada pelo presidente Marcos Falcon, o filme possivelmente não aconteceria.
- Quando o Falcon me perguntou o que precisava, falei sem pensar duas vezes: apenas de liberdade. Expliquei que filmaria coisas que ele e o torcedor gostaria e coisas que talvez não aprovassem. Sem essa liberdade isso não seria possível. Num ambiente jornalístico, onde houvessem limitações, seria impossível imaginar o filme. Isso vale para qualquer obra, se mil pessoas capturarem serão mil filmes diferentes. Cada um possui seu recorte, seu norte e seu objetivo. Esse é um documentário com mais de duas horas de duração, sem entrevistas, com poucas falas, que mergulha em todo universo da construção do grande espetáculo. Seja em ensaio de casal de mestre-sala e porta-bandeira, seja passista, seja bateria. O objetivo inicial era produzir algo como é esse show de apenas 82 minutos, onde não há espaço para erros, que não acontece em lugar nenhum do mundo. Não era exclusivo sobre a Portela, mas a escola acabou cobrindo tudo o que eu imaginava e que estava na minha mente.
No período de filmagens do filme, aconteceu também o episódio envolvendo o jornalista Léo Dias (jornal O DIA) e a agremiação. Um dos momentos mais emocionantes do filme, é o discurso do presidente Falcon após o ocorrido. O diretor conta que essa etapa não poderia ficar de fora, pois demonstra tamanha a emoção vivida pelo torcedor.
- O que me fascinou no evento do Léo Dias foi o entusiasmo do Falcon. Ele fez um discurso efusivo, achei que teria um troço. Discurso de quem realmente ama o que faz e o cargo que ocupa, por isso optei por não remover. Isso faz parte da história, ficamos acompanhando por quase um ano de preparativos e essa irritação também é válida. O que testemunhamos e que na minha era relevante para contar a essa preparação da Portela foi inserido.
Outra parte emocionante é o momento da apuração da notas. A equipe do filme se dividiu e presenciou tanto na Praça da Apoteose quanto na quadra. O final não foi como todos gostariam, com título da escola, porém, a emoção tomou conta dos presentes.
- É muito interessante porque fui filmando, sem saber obviamente o resultado final do carnaval. Mas estava torcendo muito para a escola. Nunca imaginei que isso fosse acontecer, mas durante a filmagem me tornei um torcedor de tão irmanado que estava com as pessoas. No momento da apuração eu queria demais o título, mas isso não alterou em nada na montagem do filme. A decepção e tristeza, com pessoas chorando o quinto lugar acabou fazendo parte. Terminamos o filme já com a contratação de novo carnavalesco, e uma nova construção sendo feita para o ano seguinte. Isso que é bonito - finaliza o diretor.
Fonte: www.carnavalesco.com.br
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