A parceria dos compositores Luiz Carlos Máximo, Gustavo Henrique, Flavio Viana, Charles Braga, Camilo Jorge, Valtinho Botafogo, Gustavo Albuquerque, Rafael Cavaliere, Júnior Falcão e Thiago Gotelip foi impugnada da disputa de sambas da Portela para o Carnaval 2017. O motivo da desclassificação foi uma infração do regulamento da ala de compositores, que impossibilita que um compositor assine outro samba em alguma agremiação co-irmã do Grupo Especial. Máximo inscreveu um samba na São Clemente.
A decisão foi tomada pelo presidente da Portela, Marcos Falcon, que atendeu uma solicitação da ala de compositores que alegou a irregularidade e deixou nas mãos dele a decisão. A reportagem do CARNAVALESCO apurou que Máximo teria arguido Falcon acerca da possibilidade dele inscrever também na Portela e que a resposta havia sido positiva. O presidente explica à nossa reportagem que o erro foi seu.
- Eu me equivoquei em liberá-lo, já que eu tive um lapso esquecendo-me que o compositor não pode disputar na Portela junto de outra escola do Grupo Especial. Por isso me comprometi a arcar com as despesas de gravação que a parceria teve. Mas o samba não tem condições de seguir em nossa disputa, não seria ético. Por se tratar de um grande compositor e portelense eu acabei deixando passar naquele momento - resumiu o presidente.
Jane Garrido, presidente da ala de compositores, esclareceu como funciona o regulamento e que a escola agiu com correção em cortar a obra ainda na "fita".
- Cada escola tem a sua forma de trabalhar. A Portela não permite que seus compositores participem de disputas em agremiações do mesmo grupo. O samba poderia sequer não ter sua inscrição aceita. Mas como se trata de uma questão séria deixamos a decisão para o presidente da escola. Apenas passamos que a posição da ala de compositores era pela exclusão - garantiu.
Luiz Carlos Máximo revela: 'Não sou hipócrita de fazer samba e não assinar'
A reportagem do CARNAVALESCO procurou o compositor Luiz Carlos Máximo que disse discordar da decisão da ala e revelou que não faz parte de seu feitio fazer samba e não assinar.
- Respeito a decisão da coordenação mas não concordo. A Portela tem história de vanguarda e perdeu a oportunidade de encerrar com uma hipocrisia. Vários compositores colocam samba e não assinam. Foi me dito na reunião que se eu não assinasse, o samba estaria inscrito. Só não pode assinar? Isso é hipocrisia. Fui verdadeiro e fui punido junto da parceria. Sempre agi com transparência e verdade. Não estou julgando ninguém, mas não é meu feitio fazer samba sem assinar. Usaram de um regulamento. Porquê não vetaram no ato da inscrição? - questiona.
O compositor externou sua admiração pelo presidente Marcos Falcon, que segundo ele pensou no bem da escola, uma vez que os sambas de Luiz Carlos Máximo têm sido ano após ano elogiado por público e crítica.
- Ele acolheu a minha solicitação com o maior apreço, que eu era um portelense, compositor querido e que ficaria satisfeito. O Marcos Falcon pensou na escola, não tenho nenhuma dúvida. Ele queria qualidade, pois os sambas da minha parceria apresentaram satisfação e os que venceram trouxeram notas máximas nos desfiles - lembra.
Diante do imbróglio que envolve o seu nome o compositor Luiz Carlos Máximo questiona a presença de alguns membros do corpo julgador, que segundo ele votam contra suas composições de maneira sistemática.
- Tem algumas coisas que eu realmente não entendo. Tem gente no juri que sempre vota contra o meu samba. É uma constante. Já ganhei 40 pontos, Estandarte de Ouro, Estrela do Carnaval e todo ano votam contra. Não gostar de um ou outro tudo bem, mas de nenhum? Isso deve ter em outras escolas também. Não acho que sou desprestigiado. Sou muito querido de muita gente e esse meu jeito talvez incomode. Eu mostro mesmo que rei está nu, isso acaba sendo polêmico. Discuto os escritórios, questiono a forma da disputa, a atitude de compositores que fazem samba e não assinam. Vou contra o status quo - finaliza Luiz Carlos Máximo.
A Portela tem em sua disputa o compositor Noca da Portela que também assina uma obra em outra agremiação. Entretanto, o samba foi inscrito na Alegria da Zona Sul, que é da Série A, o que não infringe as regras da ala de compositores da azul e branca de Oswaldo Cruz e Madureira.
Fonte: www.carnavalesco.com.br
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