Esperar com ansiedade pelos desfiles de Paulo Barros já é, há mais de uma década, uma prática de 10 entre 10 sambistas, de fãs a nem tão fãs assim do estilo revolucionário do artista. Para o próximo Carnaval, além das surpresas preparadas para a Portela, onde o artista dá expediente, a novidade mesmo do carnavalesco é voltar a desfilar como um simples – nem tão simples assim – componente. A escola que recebe o ilustre entre os desfilantes é a Inocentes de Belford Roxo, da Série A, numa participação especial no enredo que fala sobre os vilões da literatura, cinema e TV.
Paulo Barros será “O Máskara”, personagem dos quadrinhos, da televisão e dos filmes de Holywood, num dos carros da tricolor. A ideia foi do amigo Wagner Gonçalves, carnavalesco da Inocentes, que fez o convite.
– Isso foi uma loucura do Wagner, que me convidou, e eu comprei a ideia. Vou embarcar nisso e vou ter que fazer uma imersão no personagem. Vou tentar encarnar o Máskara. Vou em duas condições: poder contribuir e me divertir. No Carnaval, a gente está ali com essas duas funções, eu espero me divertir e divertir a todos – disse Paulo, que volta a desfilar como componente após quase 20 carnavais.
Foi durante a primeira Feijoada do Sambarazzo, em julho, que Wagner reforçou o convite a Paulo Barros. Após o acerto entre a dupla, o artista da Inocentes se apressou para pensar que tipo de personagem escalaria Paulo para “interpretar” e correu para projetar a fantasia a ser usada na festa da “Caçulinha da Baixada” na Sapucaí.
– Já apresentei pra ele o figurino. O Máskara quando botava a máscara, ficava mais extrovertido, um vilão do bem. É quase um anti-herói, como o Paulo – comentou Wagner, reconhecendo uma certa semelhança do personagem das telinhas e telonas para a personalidade das mais famosas do Carnaval.
Trocar o posto de carnavalesco pelo de componente por um dia é algo que já não fazia parte da vida de Paulo Barros há um bom tempo. Foi no Carnaval de 1998, um ano antes de desenvolver o desfile do Arranco do Engenho de Dentro, que o artista passou pela Avenida como folião, mas nem mesmo o tempo parado tira a empolgação do então tímido sambista.
– A última vez que eu desfilei numa escola de samba foi na União da Ilha em 1998. Foi a última vez que subi num carro alegórico, então acho que vou tirar esse jejum de desfile. Estou animado, mas estou meio acanhado, meio envergonhado. Nunca mais fiz isso, mas vou fazer o personagem até porque o Wagner é um artista excepcional. Já trabalhamos juntos e é um cara que eu admiro – contou.
Em 2017, a Inocentes de Belford Roxo será a terceira escola a desfilar no Sábado de Carnaval, pela segunda noite de apresentações da Série A, com o enredo “O verso do inverso”.
“O Máskara” foi criado para os quadrinhos nos anos 1980 pelo escritor americano Mike Richardson. Com adaptações, a história e o personagem ganharam formato também para a televisão e cinema e finalmente decolaram direto para o sucesso, com fãs no mundo todo. Protagonizado pelo ator Jim Carrey, o anti-herói virou febre. No ano seguinte, ganhou o dia a dia dos americanos com o desenho animado “The Mask”, perdurando até 1997. Em 2005 foi lançado o filme “O filho do Máskara”, sem a mesma repercussão positiva dos anos 1990.
Em 1994, nos cinemas de todo o mundo, “O Máskara” arrecadou mais de U$ 320 milhões e terminou como o quinto filme de maior arrecadação no ano, perdendo apenas para “Os Flintstones”, “True Lies”, “Forrest Gump” e “O Rei Leão”.
Paulo Barros será O Máskara no desfile da Inocentes de Belford Roxo
Fonte: www.sambarazzo.com.br
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