Ninguém é
mais esperada no carnaval carioca do que ela. Desfila há mais de 40 anos e já
passou pela Avenida nas cores azul, branca e dourada, carregando filhotes e até
sem asas. Desta vez, a águia da Portela não estará sozinha. Serão 22 no total,
que formarão um mar de águias no abre-alas. A principal delas terá 14 metros de
envergadura de asas e será a maior que a escola fundada em Oswaldo Cruz e
abraçada por Madureira já levou para a Sapucaí.
Segundo o
carnavalesco Alexandre Louzada, sua intenção ao elaborar a alegoria era
valorizar o símbolo maior dos portelenses. Ele conta que aproveitou o título do
enredo “Um Rio de mar a mar: do Valongo à Glória de São Sebastião” para criar o
mar de águias, com 43 metros de comprimento em dois chassis acoplados.
— A
proposta é valorizar a águia. Daí surgiu a ideia de fazer uma para cada um dos
21 títulos, formando o mar. Além de uma 22ª, que virá em posição de ataque,
invocada para conquistar o campeonato — explica Louzada.
O carnavalesco
revela que a águia maior vai voar alto e dar rasantes sobre as arquibancadas do
Sambódromo. Um estrutura feita com fibra de carbono permitirá movimentos de 180
graus sobre o público. Para reproduzir as penas das asas, um tecido foi
especialmente estampado.
—
Mandamos fazer o tecido das penas para dar mais realismo. A águia também
gritará forte, além de ter uma iluminação muito bonita e outros efeitos que só
serão revelados na pista — conta.
A
grandiosidade do carro — que terá 40 destaques de composição, além do destaque
central, Carlos Reis — exigiu a instalação de seis câmeras em pontos
estratégicos da alegoria. O objetivo é facilitar a direção do carro durante o
desfile, que acontecerá na segunda-feira.
— O carro
foi testado e, embora seja enorme, tem boa direção. Ele faz curva perfeitamente.
— garante Louzada.
— garante Louzada.
Águia já fez portelenses chorarem de alegria e tristeza na Avenida
A pioneira
O
carnaval de 2014 marca o 46º desfile da águia da Portela. O símbolo foi
adotado na bandeira da escola na década de 30, mas a primeira desfilou
numa alegoria em 1968, no enredo “Tronco do Ipê”.
Inesquecível
O
desfile de 1995 nunca saiu da cabeça dos portelenses. Além do título
perdido para a Imperatriz por meio ponto, a Portela trouxe uma águia que
ainda é considerada uma das mais bonitas. O enredo “Gosto que me
enrosco”, de José Félix, contava a história do carnaval, e a águia veio
fantasiada com máscara, chapéu e guizo no bico.
Amazonense
As cores da águia de 2002 fugiram do comum: marrom e branco, como o gavião
real do Amazonas, enredo daquele carnaval. A alegoria foi um sucesso. Alçava
voos e carregava nas patas uma componente caracterizada como índia. Em 2004, na
reedição do enredo “Lendas e mistérios da Amazônia”, a águia teve outra cor
inovadora: desfilou toda dourada, representando a lenda do Eldorado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário