Em coletiva realizada na tarde desta segunda-feira, o presidente da Liesa, Jorge Castanheira, anunciou o novo esquema de venda para o Carnaval 2018 e confirmou a realização do desfile das escolas de samba do Grupo Especial em 2018, mesmo com a atual interdição dos barracões e a falta da verba da Prefeitura do Rio.
– Já assinamos os contratos com a Riotur, tanto da montagem da Avenida, a sua autorização e permissão de uso, quanto em relação ao contrato com as escolas. Demorou um tempo maior, uma série de intercorrências, mas agora está tudo assinado, e a partir daí que vem a verba, e as escolas precisam dela para tocarem seus carnavais. São duas parcelas de R$ 450 mil, uma agora e outra em até o final de novembro, e R$ 100 mil logo após a prestação de contas. E tem o processo feito pela Riotur de busca de patrocínio privado ou via Lei Rouanet para os 6 milhões e meio que ficaram faltando, correspondentes, por escola, aos R$ 500 mil. São, total, 1 milhão da prefeitura, 500 mil de iniciativa privada, segundo a Riotur, pra cada escola, e uma tentativa nossa de 1 milhão de reais via governo federal. O contrato e verba é específico com cada agremiação e não envolve a Liga, mas nós supervisionamos e orientamos as escolas – explicou Castanheira.
O presidente da Liga falou ainda sobre o patrocínio oriundo de empresas públicas e privadas, e destacou que as escolas só começaram a trabalhar porque receberam de início a verba relativa a trasmissão televisiva.
– A Caixa sinalizou patrocinar, mas disse que para ela só seria viável via lei Rouanet, o que não daria porque o valor do ingresso nosso ultrapassa o que a lei permitiria, mas está tudo caminhando. Há ainda a questão da UBER, que ainda não sabemos como isso ocorreria. Estamos aguardando a Riotur nos informar. E dentro desse quadro de dificuldades, tivemos a receita da televisão como o fator primordial para termos dado início aos trabalhos de preparação do carnaval. A TV Globo já pagou mais de 1 milhão e meio a cada escola, e foi por aí que tudo andou. Começamos também a fazer os repasses de vendas de camarotes e estamos aguardando a vrba da prefeitura, que é importante frisar, só pode ser gasta na aquisição de materiais, e não com mão de obra. As escolas já estão trabalhando, tudo já está sendo feito para fazermos o carnaval – afirmou ele.
Castanheira aproveitou a oportunidade para fazer um retrospecto dos eventos que atrasaram o cronograma e explicar como cada um foi, ou ainda está sendo, solucionado.
– Nós passamos um ano atípico desde o início e temos buscado soluções para tais eventos, desde aqueles que ocorreram no carnaval passado, bastante graves, relacionados aos acidentes, e trabalhamos em cima disso com INMETRO, ABNT, CREA, buscando soluções que possam nos ajudar. No final do mês de novembro, no dia 28, teremos um painel setorial no INMETRO com o objetivo de levar os diretores de barracão e carnaval das escolas ao laboratório deles para analisarem os procedimentos deles. Entra nessa parceria de busca por soluções a ABRINQ, ABRAVE, ANFAVEA, e várias outras empresas e associações que já passaram por processos semelhantes ao longo dos anos de aprimoramento da produção, independente do seu segmento, e que estão nos ajudando a enxergar toda a parte fabril, de produção nos barracões – disse.
Interdição dos barracões pelo Ministério do Trabalho
O presidente da Liesa explicou ainda os motivos para o Ministério do Trabalho ter impedido a abertura de barracões da Cidade do Samba. Ele destacou ainda que as escolas já estão se adequando as orientações do órgão.
– Eu tinha feito uma visita, no ano passado, neste mesmo período, à Superintendência Regional do Trabalho aqui no Rio, e conversando com eles, levantamos a possibilidade deles nos orientarem sobre o processo de produção nos barracões, o que fazer, o que não fazer. Estivemos com eles de novo em abril, na Cidade do Samba, em uma visita informal. Mas veio o Rock in Rio, que era a prioridade pra eles naquele momento. Mas justamente nesse momento, ocorreu a fatalidade no barracão da São Clemente, com um prestador de serviço, e isso fez com que o Ministério do Trabalho antecipasse mais ainda esta visita e levantasse o que estava acontecendo em cada barracão. Num primeiro momento, eles notificaram a Liga, interditando oito barracões que eles tinham visitado, e depois fizeram uma “interdição específica”, mostrando o que havia de errado em cada um dos oito. Muita coisa está sendo solucionada, algumas exigem um trabalho de infraestrutura. Todos os pontos estão sendo analisados, tivemos várias reuniões nas últimas semanas com o Ministério do Trablho. Uma dessas reuniões, na última sexta, contou inclusive com a presença de todas as agremiações, para tomarem ciência do que deveria ser feito, e assim, acionarmos o Ministério do Trabalho para eles desinterditarem os barracões. Dos treze, oito estão interditados, e cinco notificados a observarem aquelas mesmas normas para que não haja interdição. As escolas tem sido parceiras para sanar tais dificuldades – disse o presidente.
‘As escolas já estão trabalhando, apesar do atraso no cronograma’
Mesmo com todos os empecilhos para a realização do carnaval, como corte de verbas, interdições, atrasos, Castanheira explicou que nada disso inviabilizou a realização da festa, uma vez que as escolas se adequaram a esse novo quadro.
– Nós tivemos vários eventos sendo realizados no Sambódromo, e isso dificultou um pouco a nossa montagem do espetáculo. Recentemente teve uma corrida lá, tivemos que desmontar frisas que já estavam montadas. Coisas assim são imprevisíveis, atrasam o cronograma. Agora em novembro terá o show do Bruno Mars lá, promovido pela Riotur, e a gente adapta a montagem em função dos eventos. É mais trabalhoso, mais difícil, mas a gente se adequa. No domingo anterior aos desfiles, nós vamos ter a Lavagem do Sambódromo, com teste de luz e som, e a presença das agremiações campeãs do carnaval 2017. Em comum acordo, ficou definido que a Mocidade abrirá este espetáculo e a Portela vai encerrar.
Fonte: www.carnavalesco.com.br
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