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segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Museu do Samba fecha o ano com 125 depoimentos em acervo de seu Centro de Referência

Por Marquês da Folia

Salve! Salve!


O ano de 2017 está chegando ao fim e o samba pode celebrar uma importante marca no quesito valorização de suas raízes. É que o Museu do Samba, localizado no bairro de Mangueira, na Zona Norte do Rio de Janeiro, chegou a 125 depoimentos gravados em seu projeto de salvaguarda da memória do samba. Ao longo deste ano, dez destes registros foram viabilizados a partir do projeto “Memória das Matrizes do Samba do Rio de Janeiro”, que faz parte do Programa Territórios Culturais RJ/Favela Criativa, da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, em parceria com a Light e a Agência Nacional de Energia Elétrica.

Entre as personalidades que deixaram seus registros para o acervo do Museu do Samba está a cantora Leci Brandão. “A memória do samba é a memória do povo brasileiro e, por isso, é uma honra fazer parte deste projeto”, declarou a sambista. Os outros entrevistados foram os intérpretes Rico Medeiros (do Salgueiro, entre fins de 1970 e início dos aos 1990) Ito Melodia (atual União da Ilha do Governador); Tia Suluca, presidente de honra da ala das baianas da Estação Primeira de Mangueira; Estandília, porta-bandeira do Salgueiro nas décadas de 1960 e 1970; Gigi da Mangueira, passista que brilhou nos desfiles entre 1961 e 1983; Irene Nota 15, porta-bandeira da Portela na década de 1970;  Nãnãna da Mangueira, primeira rainha de bateria da história da Mangueira; Raul Cuquejo, há 24 anos diretor da ala das baianas da Imperatriz Leopoldinense; e Mary Marinho, passista do Salgueiro que formava o trio conhecido como “Irmãs Marinho”, nos anos 1960 e 1970.

Os depoimentos foram gravados em vídeo, com a condução de dois jornalistas e pesquisadores do museu, em sessões gratuitas e abertas ao público em geral. Os entrevistados são sambistas cujas histórias têm sido determinantes para a valorização, preservação e difusão do samba e da cultura das escolas de samba do Rio de Janeiro. Eles contam histórias, curiosidades e falam de suas trajetórias no Carnaval e no cotidiano de suas escolas do coração. Todas as gravações estão disponíveis para consulta do público e têm sido fonte para pesquisadores, acadêmicos, jornalistas e escritores.

“Achei a ideia dos depoimentos excelente, pois deixa para a posteridade a história do samba e de todos aqueles que estiveram envolvidos com ele, mesmo os que já estavam esquecidos. Fica um lugar perpetuado na história e isso nos deixa muito honrados, porque não passamos apenas, mas deixamos algo que foi reconhecido como nossa arte, nossa dança, nossa cultura.  Nosso nomes ficam gravados neste lugar que é o Museu do Samba”, declarou Irene Nota 15.

“O Museu do Samba tem conseguido criar uma documentação com histórias e personagens que passaram ao largo da historiografia oficial. Isto possibilita que gerações futuras tenham acesso à história do samba contada por seus próprios protagonistas, a partir de uma fonte que permite que as vozes e os olhares destes sambistas apareçam e sejam valorizados”, afirma a pesquisadora Desirrée Reis, gerente técnica e coordenadora do Centro de Referência do Samba do Museu do Samba.

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