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sábado, 24 de setembro de 2011

Valci Pelé se afasta da coordenação de passistas da Portela

Por Rafael Menezes


Foram quase sete anos à frente de uma das alas de passistas mais talentosas do Carnaval carioca. Após anunciar o desligamento da função de coordenador do respectivo grupo na Portela, Valci Pelé falou ao SRZD-Carnaval sobre o trabalho de preservar o samba com os projetos que está desenvolvendo. De passo em passo, eles estão començando a dar frutos.
Uma das iniciativas promovidas por Valci obteve recentemente um grande aval para se consolidar. O Instituto de Cultura e Cidadania Primeiro Passo, sediado no SESC de Madureira, foi reconhecido legalmente como pessoa jurídica. Idealizado pelo sambista, o projeto começa a ganhar uma dimensão que há muito já era sonhada. Por este motivo, o portelense não pode se dedicar mais à função de coordenador da ala de passistas da escola.
"Devido ao volume de trabalho que tenho atualmente, infelizmente, não poderei assumir a preparação da ala de passistas. Como o Instituto ganhou o CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas), tenho que estar à frente das decisões que precisam ser tomadas. Não posso deixar a sorte escapar", admite.
O projeto tem como bandeira a inclusão social de jovens que estejam em situação de vulnerabilidade social. Valci ajuda a construir a cidadania cultural de seus alunos por meio de aulas samba, jongo, percussão e cavaquinho. Esta última modalidade foi instituída a partir do momento em que o cantor Dudu Nobre apadrinhou a iniciativa.
Ao lado de outra personalidade do samba Valci ajudou a legitimar a valorização da ala de passistas na azul e branca de Oswaldo Cruz. A parceira Nilce Fran continuará o trabalho de manter a metodologia de ensino que trouxe bons resultados à agremiação. Já o portelense, que é referência masculina em matéria de samba no pé na escola, elege sua luta maior em prol da categoria.
"A dança do samba é o meu ofício. Por isso, descrevo o passista como aquele que transmite essa arte com a intuição, aquele que consegue expressar seu ritmo de forma emocionante. É primordial para o segmento de passistas conquistar o respeito na quadra de suas agremiações", defende.
Valci se dedicará ainda à fase de finalização de seu livro "Passo dos Sonhos", além de produzir o Grupo Jaqueira. Sobre as atividades na agremiação de Oswaldo Cruz, Valci é enfático. "Não deixei de ser sambista e não deixei de ser portelense".



Fonte: www.sidneyrezende.com/carnaval

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