Carreata da chapa 'Portela Verdade' é marcada por forte adesão e protestos
Por Rodrigo Coutinho
Na disputa para ter o direito de presidir a Portela a partir de junho – a
eleição acontece no dia 30 de maio -, a chapa ‘Portela Verdade’
promoveu no início da tarde deste domingo, pelas ruas de Oswaldo Cruz e
Madureira, uma grande carreata. De acordo com Serginho Procópio,
candidato a presidência pela chapa, o objetivo do evento foi aproximar
os ideais de sua plataforma de campanha da comunidade da escola, além de
chamar a atenção para o momento infeliz que a Azul e Branco vive,
segundo suas próprias palavras. O evento contou com o apoio maciço das
torcidas organizadas da escola.
- Vamos fazer um grande evento para chamar a atenção das pessoas.
Mostrar que estamos vivos e dispostos a mudar o rumo que a Portela vem
tomando. Estamos infelizes com diversas coisas que estão acontecendo na
Portela e resolvemos inscrever essa chapa para salvar a nossa escola –
afirmou.
Por
mais que não seja assumido pelos membros da ‘Portela Verdade’, a data e
o horário marcados para a carreata coincidiram com o lançamento da
chapa ‘Portela Nossa Paixão’, que é comandada por Nilo Figueiredo,
atual presidente da Azul e Branco. Desta forma, a medida que o comboio
de carros ia em direção à quadra da escola, os convidados para o almoço
de lançamento da chapa de Nilo Figueiredo iam chegando, o que gerou um
clima ligeiramente tenso na rua Clara Nunes.
Não houve, porém, nenhuma manifestação violenta de ambas as partes. Os
partidários da chapa ‘Portela Verdade’ protestaram em frente à quadra
com cartazes pedindo a saída do atual presidente e músicas que lembravam
a investigação em curso da Polícia Federal, que suspeita de fraude na
prestação de contas de patrocínios recebidos pela Portela durante a
gestão de Nilo Figueiredo. Ao todo, cerca de 300 pessoas participaram da
carreata, que teve, de acordo com a assessoria de imprensa da chapa,
123 carros, 40 motos e um ônibus participando.
O candidato Serginho Procópio esteve em cima do carro de som contratado
para o evento e a todo momento convocava os portelenses que passavam
para se juntar ao movimento. Monarco, presidente de honra da chapa, não
pôde estar presente devido a compromissos profissionais, mas gravou uma
mensagem. O detalhe é que no momento em que o carro de som passava em
frente à quadra, a gravação foi repetida algumas vezes. Em determinado
momento o próprio Nilo Figueiredo chegou até a entrada da quadra para
observar a movimentação, mas logo voltou ao interior do espaço.
Veja galeria de fotos da carreata
Perguntado
se vê chances concretas de vitória da sua chapa no pleito do dia 30 de
maio, Serginho Procópio mostrou confiança, mas preferiu não cantar
vantagem.
- Temos recebido muitas manifestações de apoio e acho que vamos
conseguir essa vitória sim. As pessoas já estão cansadas de algumas
coisas que vem acontecendo na escola. Não preciso nem falar sobre isso. O
portelense quer uma mudança e nós somos essa mudança. Somos pessoas
sérias, que queremos trazer a Portela de volta à luta pelo campeonato.
Vamos modernizar algumas coisas muito atrasadas na escola – concluiu
Procópio, que afirmou ter o nome de todos os 376 nomes aptos a votar na
agremiação.
O
baixo número de votantes também foi alvo de críticas do candidato. Para
ele, isso prova que a Azul e Branco precisa ser mais democrática e
expõe umas das falhas do estatuto da agremiação.
- Acho que a Portela deve ter uns 30 milhões de torcedores e
simpatizantes. Então eu acho que trezentos e poucas pessoas é muito
pouco. Vamos tentar fazer com que essa regra mude no nosso estatuto.
Para o bem da escola, mais integrantes precisam ter direito ao voto –
disse Serginho, que tem Marcos Falcon como vice em sua chapa..
De acordo com o estatuto da Portela, podem votar os
sócios-contribuintes, os sócios-proprietários e os sócios-beneméritos.
Os sócios-fundadores também teriam direito há voto, mas todos já são
falecidos.
Já sobre os nomes que a chapa pretende levar para a Portela, Serginho
Procópio preferiu manter a cautela. De acordo com ele, é preciso se
concentrar primeiro em vencer as eleições para depois partir para o
mercado carnavalesco. Ele admitiu que houve uma conversa informal com a
carnavalesca Rosa Magalhães, campeã com a Vila Isabel em 2013, mas que
nenhum acordo foi firmado ainda.