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segunda-feira, 15 de abril de 2013

Monarco: 'A Portela está infestada de gente que não ama a Portela'

Principal atração da Feira das Yabás que aconteceu no domingo, na Praça Paulo da Portela, em Oswaldo Cruz, o cantor e compositor Monarco, além de cantar sucessos de sua autoria e de outros bambas, se dirigiu à plateia para falar de sua escola de coração: a Portela. Nos intervalos entre um clássico e outro, o artista fez um breve balanço da atual situação da azul e branco e lembrou que, por muitos anos, na juventude, era ali, na Estrada do Portela, próximo à Portelinha, antiga quadra da agremiação, que ele ficava esperando chegar a carreata vindo da apuração do carnaval, comemorando os títulos que a escola conquistara.

- Tenho saudades e quero ver minha Portela outra vez comemorando vitórias. Por isso a gente precisa mudar a situação na nossa escola. O que eu quero não é nenhum crime. Outro dia, conversando com o Anísio (presidente de honra da Beija-Flor de Nilópolis), ele me disse: 'Monarco, hoje a Portela não disputa mais nada". Não quero mais ter que ouvir isso. Não queremos violência, não queremos briga. Só queremos que a Portela volte a disputar títulos - desabafou o artista, presidente de honra da Portela Verdade, chapa de oposição que disputará a eleição marcada para 30 de maio.

O sambista também comentou a alegação de pessoas ligadas à chapa da situação que, para tentar enfraquecer a oposição, dizem que Serginho Procópio, candidato a presidente, não tem experiência para comandar a escola.

- O Serginho é sambista, toca cavaquinho, é da Velha Guarda, e daí? Por que não pode ser presidente da escola? Tem muita coisa que precisa mudar na Portela. Quando eu era menino, chorava, vendo, na Estação de Oswaldo Cruz, a Portela descendo para o desfile e  e eu não ia, porque não tinha dinheiro para comprar fantasia. Hoje, quem tem uma calça branca, ganha uma camisa da diretoria e desfila. Aí, quando abrem as notas dos jurados, a Portela  tem nota baixa em fantasia. A verdade é que hoje qualquer um sai na Portela. E o que depende de gastos, de dinheiro, nas alegorias e fantasias por exemplo, quando abrem os envelopes, a escola só ganha nota baixa. Aí reclamam. Nos últimos anos, o que salvou a escola foi o samba. Em 2012 e 2013, se não fosse o samba do Toninho Nascimento, do Luiz Carlos Máximo, a gente tinha ficado depois do décimo, décimo primeiro lugar. Os sambas que deram nota 10. A verdade é que a Portela está infestada de gente que não ama a Portela.

Monarco chamou Serginho Procópio ao palco e, lado a lado, segurando uma bandeira da escola, cantaram juntos "Portela na Avenida", "E o povo na rua cantando. É feito uma reza, um ritual..." (Portela, 2012) e "Foi um rio que passou em minha vida".

Idealizador da Feira da Yabás, o cantor e compositor Marquinhos de Oswaldo Cruz, sócio da escola, encerrou a noite. Disse que todos sabem de que lado ele está na eleição portelense e pediu que seja criado um Conselho Superior, com 20 baluartes da agremiação, com direito a voto que teria peso superior aos votos dos membros do futuro Conselho Deliberativo.

- A única coisa que podemos levar para o futuro é a nossa memória. Por isso acho importante a criação deste Conselho Superior - defendeu Marquinhos.

A sugestão de Marquinhos de Oswaldo Cruz já integra a plataforma de campanha da chapa Portela Verdade, que, além de Monarco e de Serginho Procópio, tem como vice-presidente Marcos Falcon.

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