Por Grupo Portelamor
No dia 18 de fevereiro de 2016, os espectadores do
Solar Botafogo conferiram a excelência de Dorina, em show-homenagem ao poeta
Aldir Blanc. Sambas de Aldir & Ouvir é melhor do que o excelente CD gravado
ao vivo, por uma simples razão: demora mais a acabar. O jogo cênico é pontuado
desde a abertura por pequenos áudios de Aldir, jogando luz em uma das facetas
do homenageado: mestre das letras/poemas, o autor de Brasil passado a
sujo é também exímio contista e cronista. O belíssimo repertório do show
(comprem o álbum, antes que esgote!) é finamente costurado por Dorina, que sabe
bem escolher o que canta e interpreta. E como está cantando bem! A banda
composta por André Muato e Ramon Araújo, nos violões, e Rodrigo Reis
(percussão) é um show à parte. Na cenografia, destaca-se o vermelho do
Salgueiro, escola do coração de Aldir. Ao longo do repertório, a portelense
Dorina pontua sutilmente o namoro do compositor com outras agremiações e seus
bambas, acentuando que a grande escola do poeta é o samba, suas histórias e
suas gentes. Ao final, o que se desenha no palco é o universo do poeta e
cronista, que se materializa em letra e som na voz de Dorina, intérprete que é
sempre sinônimo de música boa e de resistência. As participações especiais de
João Pinheiro, em “Mestre-Sala dos Mares”, o bailado de Wilker da Cruz e a
canja de Moyseis Marques, parceiro de Aldir na inédita “Pretinho básico”, são
outros biscoitos finos que Dorina oferece à pequena e privilegiada massa
presente. Para ver e rever. Brava!
Paulo Oliveira
Fotos: Edmilson
Herculano
GRUPO PORTELAMOR
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