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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Falcon será homenageado no desfile da Portela: ‘Sempre lembro dele’, diz Paulo Barros

Por João Paulo Saconi


Famosa pela notável galeria de bambas que reúne em sua história, a Portela vai acrescentar mais uma estrela a outras tantas que costuma reverenciar quando faz alusão à própria trajetória: Marcos Falcon. O ex-presidente da escola, morto em setembro de 2016, vai ganhar uma bela homenagem da azul e branco de Madureira. O carnavalesco Paulo Barros vai unir a figura de Falcon com a de outros personagens marcantes, como Clara Nunes e Tia Dodô.

Na Sapucaí, o momento promete ser emocionante e vai encerrar a passagem da agremiação, que este ano conta as histórias dos rios do mundo. Na última alegoria, Falcon será lembrado e saudado em plena Sapucaí. A ideia – guardada a sete chaves como tantas outras – está tomando forma dentro do barracão que hoje leva o nome do ex-dirigente. Ele completaria 53 anos no último sábado, 11.

– No instante em que soube da morte dele, decidi homenageá-lo. A presença do Falcon, que era muito atuante, era ainda maior nessa reta final. Ele faz falta pela figura que representava, como presidente e amigo. Sempre lembro dele – comenta Paulo, sem deixar de mencionar o apoio prestado por Luis Carlos Magalhães, o atual mandatário.

Emoção à flor da pele

Além de Falcon, Clara Nunes e Tia Dodô, outras figuras ilustres da Portela vão ser relembradas no tributo. É o caso do fundador Paulo da Portela, do ex-presidente Natalino José do Nascimento, o Natal, e da passista Maria Lata D’Água, que estará recebendo as “flores em vida”. A alegoria conduzirá também a Velha Guarda da azul e branco pela Avenida. Monarco, presidente de honra da escola, desfila nesse carro.

Samba-enredo também comove

Quando os poetas da Portela compuseram a obra que vai conduzir a apresentação deste ano, ninguém imaginava que o desfile aconteceria sem a presença de Falcon. As asas da imaginação, porém, levaram os compositores da parceria de Samir Trindade a versar sobre a dor da saudade expressada pelas lavadeiras à beira d’água.

O trecho acabou se transformando inusitadamente também numa alusão à perda do chamado “homem forte” da escola. A comoção fica por conta dos versos “Cantam pastoras e lavadeiras pra esquecer a dor / Tristeza foi embora, a correnteza levou / Já não dá mais pra voltar (ô iaiá) / Deixa o pranto curar (ô iaiá) / Vai inspiração, voa em liberdade / Pelas curvas da saudade”.

Com o enredo “Quem nunca sentiu o corpo arrepiar ao ver esse rio passar”, a Portela será a quinta a desfilar na Segunda-feira de Carnaval e almeja a conquista do campeonato após mais de 30 anos de jejum.


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