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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Lavagem do Sambódromo leva a mistura de religiões para dentro da Sapucaí

Por Tadeu Palrinhas

A tradicional Lavagem do Sambódromo abriu a noite do último dia dos ensaios técnicos. A cerimônia ecumênica contou com mais de duas mil baianas das diversas escolas de samba do Rio de Janeiro, casais de mestre-sala e porta-bandeira e membros de diversas religiões, que unidos, buscavam a paz.

Idealizado por Milton Cunha, a Lavagem do Sambódromo ocorre há oito anos e tem o objetivo de reunir todas as religiões, que juntas, buscam a paz e abençoam o Carnaval. Ao SRZD-Carnaval, o carnavalesco explicou como é este trabalho.

"Esse é um momento ecumênico. Nós chamamos 30 baianas de cada escola, mas sempre aparecem mais. Também convidamos muitas entidades religiosas, que cada uma do seu jeito, vai em busca da paz. Essa celebração também é representada por todas as escolas, que possuí integrantes em diversas alas", declarou Milton Cunha.

A cerimônia teve início por volta das 20h, quando foi tocada a música de "Nossa Senhora", de Roberto Carlos. Na sequência, o cantor Júnior Fillardis foi o responsável por entoar a canção evangélica "Faz um Milagre em Mim". Padroeiro do Rio de Janeiro, São Sebastião também foi lembrando e teve seu hino cantado. O Padre Antônio, da Paróquia de São Jorge, foi o responsável por rezar um "Pai Nosso", que antes, na mistura das religiões, teve o toque dos tambores para os Orixás, que foi conduzidos pelo Centro Espírita Vovó Carolina.

O ator Milton Gonçalves, que vem marcando presença na Lavagem do Sambódromo há alguns anos, leu um poema, na qual relacionou os Deuses do Olimpo com a magia do Carnaval, além de parabenizar a todos pelo primeiro centenário do samba. Ao SRZD-Carnaval, ele falou da alegria de fazer parte dessa cerimônia ecumênica.

"É sempre um prazer fazer parte desta cerimônia. Além de buscarmos a paz, nós estamos celebrando a união de todas as religiões. Esse momento também serve para mim para revermos todos os amigos. É uma alegria enorme estar aqui", afirmou o ator.

Ao som de "Cidade Maravilhosa", algumas baianas vieram à frente de uma carro qua trazia a imagem de São Sebastião e foram abençoando á todas. Com as suas águas de cheiro e arruda, elas foram abrindo o caminho para todos o cortejo.

Casais de mestre-sala e porta-bandeira das escolas de samba mirins, da Série A e do especial também desfilaram mostrando todo o seu bailado. Na sequência, as baianas, divididas por escolas, desfilaram pela Passarela do Samba. A velha-guarda das escolas de samba também marcaram presença.

A bateria, que foi comandada pelo mestre Casagrade, da Unidos da Tijuca, trouxe integrantes de diversas escolas de samba, e teve a modelo Luiza Brunet à frente, representando a Deusa da Paz. O prefeito Eduardo Paes veio tocando atabaque e a porta-bandeira Lucinha Nobre, ex-Mocidade, mostrou seus dotes no chocalho.O carro de som, que teve Dudu Nobre no vocal, tocou sambas consagrados do Carnaval carioca.

Padre é diretor espiritual de ala das baianas

Mostrando um pouco a diversidade cultural entre as religiões, a ala das baianas do Salgueiro possui um padre como diretor espiritual há oito anos. Em conversa com o SRZD-Carnaval, padre Vardelei falou da importância da Lavagem do Sambódromo.

"Essa celebração é um dado muito positivo para o Carnaval, que tem essa característica de alegria, e que junta todas as religiões na busca da fraternidade e da paz. Vejo toda essa diversidade formando a unidade", afirmou o padre Vanderlei.


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Fonte: www.sidneyrezende.com/carnaval

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