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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Sem medo de trabalhar com Paulo Barros, casal da Portela aposta em amizade e entrosamento

Redação Carnavalesco

Um décimo. Isso é o que separa Alex Marcelino e Danielle Nascimento dos trinta pontos possíveis no quesito em que competem, considerando os descartes. O casal de mestre-sala e porta-bandeira formado para defender o pavilhão da Portela no Carnaval de 2015 encarou uma rotina intensa de ensaios para superar justificativas que diziam que 'o casal apresentou-se com elegância, movimentos bem acabados, mas sua coreografia não empolgou' ou 'faltou a dança em par'. Ensaiando praticamente todos os dias da semana, Alex e Danielle firmam cada vez mais a parceria. A porta-bandeira considera, inclusive, que poder dançar com Alex é uma das vitórias de sua carreira:

- Já vivi várias vitórias como porta-bandeira. A mais recente é ter podido retornar a Portela, que é onde está minha raiz e onde estão meus descendentes. E ter o Alex como mestre-sala era o que eu mais queria, pois considero ele o par perfeito pra mim. Dificuldades já tive várias: já desfilei com chuva e até com dengue, mas foram ótimas experiências para crescer, aprender e superar. Estive acima do peso depois que tive meu filho, mas o nosso vice-preisidente Falcon e a nova gestão acreditaram em mim e hoje estou preparada para estar a altura da Portela - comemora Danielle. Em 2016, ela completa 26 anos de carreira, sendo 23 deles como primeira porta-bandeira. Ela começou na Tradição e passou pelo Império Serrano.

Alex também destaca o bom relacionamento com a porta-bandeira e coloca a amizade dos dois acima até mesmo da parceria como casal: - Meu relacionamento com a Dani é o melhor possível, fora do samba temos uma amizade que passa por cima de tudo e acho que isso faz com que a nossa dança flua melhor. Se a gente não dançasse junto, seríamos amigos. Temos a mesma pegada, lá atrás ela me ensinou bastante coisa e hoje podemos estar realizando bem esse trabalho - afirma o meste-sala. Ele e Danielle já foram parceiros no Império Serrano, onde ele dançou por cinco carnavais antes de chegar à Portela. Ele começou no carnaval de Nova Iguaçu e em 2016 completará 20 anos dançando como mestre-sala.

Técnico de enfermagem e estudante de farmácia, Alex encara o desafio de conciliar os dois ofícios com o de mestre-sala da Portela: - A maior dificuldade é conciliar muita coisa. Eu trabalho e estudo, então tenho que manobrar em todos os lados para cumprir todos os compromissos, mas dá para controlar. Sou técnico de enfermagem e estudante de farmácia. Os ganhos com o carnaval me ajudam bastante, eu vivo para o carnaval - diz.

Danielle, por sua vez, tem se dedicado apenas à agremiação de Oswaldo Cruz e Madureira: - Eu sempre fui uma profissional independente que tinha o carnaval como hobby. Hoje em dia eu vivo do carnaval, tive que me dedicar à Portela, fiz uma escolha. Nossa rotina de ensaios é bem intensa, ensaiamos com o coreógrafo ou nosso personal quase todos os dias da semana - explica Danielle.

Casal aprova figurino desenhado por Paulo Barros

Quando a Portela anunciou Paulo Barros como carnavalesco para 2016, uma das questões mais polêmicas levantadas pelos torcedores da agremiação e pelos amantes do carnaval foi a roupa do casal de mestre-sala e porta-bandeira. Paulo vem de um 'experimento' que não foi bem-sucedido na Mocidade Independente de Padre Miguel. Além da proposta de integração entre o casal e a comissão de frente, um número pirotécnico em que o mestre-sala e a porta-bandeira pegou fogo chamou atenção pela inovação, mas também depôs contra à tradição da dança do casal e foi de encontro à opinião daqueles que defendem que o pavilhão deve ser cercado de tradicionalismo. Alex e Danielle não temeram trabalhar com Paulo por causa disso, pelo contrário: a dupla conta que o contato com o carnavalesco tem sido o melhor possível.

- O figurino está lindíssimo. O Paulo é uma pessoa maravilhosa, boa de se trabalhar, conversa e é muito aberto. Sempre fui fã dele e sempre quis desfilar com ele, minha expectativa era a melhor possível, estava super aberta pra ele - conta Danielle, animada com as possibilidades para o próximo carnaval.

Quando perguntados se podem revelar o que vão representar no desfile, a dupla brinca e faz coro dizendo que não. A fantasia dos dois promete ser um dos segredos guardados à sete chaves, assim como ocorre nos carnavais de Paulo Barros. Alex conta que quando foram apresentados ao desenho do figurino, a dupla teve total liberdade para opinar:

- O Paulo nos mostrou o figurino e disse 'Aqui está desenhado, mas o que vale é o que for confortável pra vocês'. Pelo contato que eu tive com ele, é um cara sem vaidade e que gosta de um trabalho bem executado. Foi uma coisa muito boa - afirma o mestre-sala.

Em 2016, o enredo da Portela será 'No voo da águia, uma viagem sem fim...', desenvolvido pelo carnavalesco Paulo Barros. A escola será a quarta a desfilar na segunda-feira de carnaval. 


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