A segunda-feira está com
gosto de quarta-feira de cinzas para algumas agremiações dos grupos de acesso
do carnaval carioca. A Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto
do Rio de Janeiro (Cdurp) realizou uma operação nos barracões da Unidos de Bangu,
Alegria da Zona Sul, Acadêmicos do Sossego, Unidos do Cabuçu e agremiações da
AESM-Rio e comunicou uma ordem de despejo dessas escolas dos barracões ocupados
por elas na Zona Portuária do Rio de Janeiro.
A reportagem do CARNAVALESCO entrou em contato com o presidente
da Alegria da Zona Sul, Marcus Vinícius de Almeida. Ele confirmou a operação e
o despejo. Segundo Marcus não há ainda previsão para onde as escolas irão
seguir. Elas têm 30 dias para retirarem suas alegorias do local.
– Foi consumada a ordem de
despejo da escola. Estamos tentando fazer um acordo com a Cdurp. Alegria, Bangu
e Sossego estão despejadas assim como outras que estão naquela área. É um
processo antigo de reintegração de posse. A prefeitura não pagou o acordo e os
investidores estão executando. Os carros poderão permanecer lá por 30 dias.
Todo o material de escritório já foi retirado. Estamos correndo atrás, mas no
momento não sabemos para onde ir – declarou.
Nossa reportagem também ouviu o jurídico da Lierj. Heric Monti
declarou que a entidade acompanha a operação na região e informou que outras
escolas devem ser removidas de seus barracões nos próximos dias, casos da
Inocentes de Belford Roxo e da Acadêmicos de Santa Cruz.
– Não recebemos nenhum comunicado extra-judicial sobre essa ordem.
Conversei pessoalmente com o presidente da entidade. Ele não deu nenhuma
informação sobre uma solução. Juridicamente sempre pode ser feito algo. Mas é
bem difícil. Inocentes de Belford Roxo e Acadêmicos de Santa Cruz também possuem
processos de despejo em curso. Estamos tentando outro local, mas a Cedurp
informou que na região não tem locais disponíveis – informou Heric.
O presidente da Lierj, Déo
Pessoa, alega que o despejo é mais uma covardia da Prefeitura do Rio de Janeiro
contra as escolas de samba da Série A. Segundo o dirigente não há qualquer
diálogo com o poder público.
– A covardia da Prefeitura com as escolas de samba continua.
Sofremos antes, durante e agora depois do carnaval. Pelo visto ainda vamos
sofrer muito mais com esse governo que não dialoga conosco – disse.
Por meio de uma nota oficial a Cdurp alega que os barracões estão
condenados pela defesa civil e serão demolidos tão longo as escolas deixem-nos
livres.
– O Poder Judiciário concedeu para hoje, dia 19 de fevereiro, uma
ordem de imissão de posse no galpão da Rua Equador 196, na Via Binário do
Porto. Avaliado como de alto risco pela Defesa Civil, o imóvel era utilizado
por agremiações de escolas de samba. Após diversas tentativas de desocupação
negociada, a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de
Janeiro (Cdurp) obteve a imissão na posse por meio judicial. O trabalho contou
com o apoio da Prefeitura do Rio para retirada do material armazenado pelas
escolas com destino a um depósito público e teve suporte das equipes das
secretarias municipais de Ordem Pública, Assistência Social, Conservação e Meio
Ambiente e de Transportes, Subsecretaria da Defesa Civil, Polícia Militar,
Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio de Janeiro (CET-Rio), Guarda
Municipal, Comlurb, Concessionária Porto Novo e Concessionária do VLT Carioca.
Seguindo recomendação da Defesa Civil, a estrutura será demolida – diz a nota.
Fonte: www.carnavalesco.com.br
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