Uns preferem a Mangueira,
outros acham que a Beija-Flor foi a melhor escola que passou pela Sapucaí, há
quem prefira, o Salgueiro, outros Portela… O público que foi ao Sambódromo do
Rio durante quatro dias de desfile oficiais entre escolas da Série A e Grupo
Especial não chega a um consenso. Eles são unânimes apenas quando se trata do
Roteiro dos Desfiles, esse sim, foi eleito a grande estrela de todas as noites,
incluindo aí o Sábado das Campeãs.
A revista, que é distribuída gratuitamente na Sapucaí, há nove
anos, traz, como o próprio nome já diz, um roteiro completo dos desfiles,
escola por escola, ala por ala. Além de conter a letra do samba, a publicação
apresenta uma explicação objetiva do enredo de cada agremiação, o que
representam as alegorias e as alas, uma por uma. Por isso, ela é a queridinha
da Sapucaí e esgota em minutos, conforme contou Débora Almeida, que trabalha na
Marquês de Sapucaí há cinco anos dando apoio ao desfilante.
– O roteiro é completo, explica o enredo das escolas que vão
desfilar naquele dia. Traz a letra do samba e a explicação o que significa cada
ala, com ele o público consegue acompanhar melhor o desfile. Os turistas
adoram, são os que mais procuram, quando chegam aqui no stand e não acham é um
Deus nos acuda – brinca Débora.
André Luis Ferreira,
diretor assistente do Roteiro dos Desfiles, que atua na equipe de produção há
quatro anos, comemora a aceitação do público.
– Durante todas as noites, em todos os portões encontrávamos
pessoas à procura do Roteiro. Recebemos muitos elogios. A principal proposta do
Roteiro dos Desfiles é levar informação do carnaval para o público, de forma
bem didática para que o folião tenha conhecimento do que irá acontecer na
Avenida. Vai muito além do samba-enredo, o público pode descobrir o que
significa ala a ala, o que representam os carros e, quem produz o carnaval,
porque muitas vezes o público conhece apenas aqueles que se tornaram grandes
estrelas das escolas. Essa é a oportunidade do folião conhecer todos os
artistas envolvidos na festa, desde o carnavalesco até diretores de harmonia,
rainhas de bateria, e etc – explica o diretor assistente, que é historiador por
formação. Ele mora no Maranhão e vem ao Rio todos os anos para acompanhar de
perto a produção da revista.
Luis Fernando Silva Correa, estreante na equipe de distribuição,
se surpreendeu com à procura pela revista. Ao longo dos cinco dias, atuou
distribuindo Roteiros pela Sapucaí e recolhendo elogios.
– Já conhecia o trabalho do Marcos Rosa (criador e responsável
pelo Roteiro dos Desfiles), mas é o primeiro ano que trabalho na distribuição.
Gostei muito! Fiquei impressionado como a galera conhece a revista. A gente
chega e eles já vão pedindo. Por onde a gente passa, sempre tem alguém que vem
pedir o roteiro. Como falei, foi muito legal participar esse ano e espero estar
na equipe no ano que vem, quando o Roteiro irá completar dez anos – contou.
Leda Rosa, outra estreante
na equipe, contou que muitos jornalistas e equipes de imprensa consomem o
produto. Os repórteres são os que mais procuram o Roteiro porque usam como base
para suas matérias.
– Amei trabalhar aqui porque a receptividade do público é muito
grande. Eles já esperam, vêm até nós procurar a revista porque já têm o
referencial dos anos anteriores. A sala de imprensa é um dos primeiros lugares
que a gente distribui, eles também ficam esperando a revista chegar, por todos os
lugares, pessoas da imprensa vinham pegar Roteiro com a gente – afirmou a
estreante.
Com um sotaque meio enrolado, a irlandesa de nascimento, mas
brasileira de coração, Mariah Taylor, que torce pela Portela, contou que o
Roteiro ajuda muito a entender o desfile porque tem tradução para o Inglês. Aos
32 anos, vive na Irlanda com o marido, o filho e o pai, mas vem sempre ao
Brasil no carnaval passar férias com a mãe, que é brasileira e torcer pela Azul
e Branca de Madureira.
– Antes eu vinha e não entendia muita coisa. Minha mãe explicava
um pouco, mas ela é Portela então só sabia dizer coisas da escola dela (risos).
Com essa revista dá pra entender o que as outras escolas vão falar e aí fico
pra assistir todas. Nasci e mor na Irlanda, como minha mãe é daqui, falo um
pouco de Português, mas ler é muito difícil, a Língua é muito complicada –
brincou a foliã que ficou feliz em ver a Portela de volta no Sábado das
Campeãs.
Fonte: www.carnavalesco.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário