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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Roteiro dos Desfiles é a grande estrela do Carnaval 2018

Por Redação Carnavalesco


Uns preferem a Mangueira, outros acham que a Beija-Flor foi a melhor escola que passou pela Sapucaí, há quem prefira, o Salgueiro, outros Portela… O público que foi ao Sambódromo do Rio durante quatro dias de desfile oficiais entre escolas da Série A e Grupo Especial não chega a um consenso. Eles são unânimes apenas quando se trata do Roteiro dos Desfiles, esse sim, foi eleito a grande estrela de todas as noites, incluindo aí o Sábado das Campeãs.


A revista, que é distribuída gratuitamente na Sapucaí, há nove anos, traz, como o próprio nome já diz, um roteiro completo dos desfiles, escola por escola, ala por ala. Além de conter a letra do samba, a publicação apresenta uma explicação objetiva do enredo de cada agremiação, o que representam as alegorias e as alas, uma por uma. Por isso, ela é a queridinha da Sapucaí e esgota em minutos, conforme contou Débora Almeida, que trabalha na Marquês de Sapucaí há cinco anos dando apoio ao desfilante.

– O roteiro é completo, explica o enredo das escolas que vão desfilar naquele dia. Traz a letra do samba e a explicação o que significa cada ala, com ele o público consegue acompanhar melhor o desfile. Os turistas adoram, são os que mais procuram, quando chegam aqui no stand e não acham é um Deus nos acuda – brinca Débora.

André Luis Ferreira, diretor assistente do Roteiro dos Desfiles, que atua na equipe de produção há quatro anos, comemora a aceitação do público.

– Durante todas as noites, em todos os portões encontrávamos pessoas à procura do Roteiro. Recebemos muitos elogios. A principal proposta do Roteiro dos Desfiles é levar informação do carnaval para o público, de forma bem didática para que o folião tenha conhecimento do que irá acontecer na Avenida. Vai muito além do samba-enredo, o público pode descobrir o que significa ala a ala, o que representam os carros e, quem produz o carnaval, porque muitas vezes o público conhece apenas aqueles que se tornaram grandes estrelas das escolas. Essa é a oportunidade do folião conhecer todos os artistas envolvidos na festa, desde o carnavalesco até diretores de harmonia, rainhas de bateria, e etc – explica o diretor assistente, que é historiador por formação. Ele mora no Maranhão e vem ao Rio todos os anos para acompanhar de perto a produção da revista.
Luis Fernando Silva Correa, estreante na equipe de distribuição, se surpreendeu com à procura pela revista. Ao longo dos cinco dias, atuou distribuindo Roteiros pela Sapucaí e recolhendo elogios.

– Já conhecia o trabalho do Marcos Rosa (criador e responsável pelo Roteiro dos Desfiles), mas é o primeiro ano que trabalho na distribuição. Gostei muito! Fiquei impressionado como a galera conhece a revista. A gente chega e eles já vão pedindo. Por onde a gente passa, sempre tem alguém que vem pedir o roteiro. Como falei, foi muito legal participar esse ano e espero estar na equipe no ano que vem, quando o Roteiro irá completar dez anos – contou.

Leda Rosa, outra estreante na equipe, contou que muitos jornalistas e equipes de imprensa consomem o produto. Os repórteres são os que mais procuram o Roteiro porque usam como base para suas matérias.

– Amei trabalhar aqui porque a receptividade do público é muito grande. Eles já esperam, vêm até nós procurar a revista porque já têm o referencial dos anos anteriores. A sala de imprensa é um dos primeiros lugares que a gente distribui, eles também ficam esperando a revista chegar, por todos os lugares, pessoas da imprensa vinham pegar Roteiro com a gente – afirmou a estreante.

Com um sotaque meio enrolado, a irlandesa de nascimento, mas brasileira de coração, Mariah Taylor, que torce pela Portela, contou que o Roteiro ajuda muito a entender o desfile porque tem tradução para o Inglês. Aos 32 anos, vive na Irlanda com o marido, o filho e o pai, mas vem sempre ao Brasil no carnaval passar férias com a mãe, que é brasileira e torcer pela Azul e Branca de Madureira.

– Antes eu vinha e não entendia muita coisa. Minha mãe explicava um pouco, mas ela é Portela então só sabia dizer coisas da escola dela (risos). Com essa revista dá pra entender o que as outras escolas vão falar e aí fico pra assistir todas. Nasci e mor na Irlanda, como minha mãe é daqui, falo um pouco de Português, mas ler é muito difícil, a Língua é muito complicada – brincou a foliã que ficou feliz em ver a Portela de volta no Sábado das Campeãs.


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