Se João Nogueira fosse vivo,
completaria amanhã 77 anos.
Nasceu em 12 de novembro de 1941, na
cidade do Rio de Janeiro e nela morreu, em 5 de junho de 2000. Importante
intérprete de Noel Rosa, Paulinho da Viola, Marinho da Vila, Élton Medeiros,
Cartola e Nelson Cavaquinho, o cantor e compositor João Nogueira aprendeu tocar
violão de ouvido e com 15 anos já compunha com sua irmã, a também compositora
Gisa Nogueira. Por volta de 1958, frequentou o bloco carnavalesco “Labareda do
Meyer”, do qual chegou a ser diretor. Já com diversos sambas compostos, mas
ainda restritos ao pessoal do Labareda, coube a Airton Silva (filho do
saxofonista Moacir Silva, então diretor da gravadora Copacabana), também
integrante do bloco carnavalesco, viabilizar a gravação, em 1968, da música
“Espera, ó Nega”. Neste samba, João foi acompanhado por um conjunto de samba
que depois passou a se chamar “Nosso Samba”.
Com 29 anos, João Nogueira compôs a
canção “Corrente de Aço”, gravada por Elizeth Cardoso, graças à apresentação de
outro frequentador do Labareda, Paulo Valdez (compositor e filho da cantora).
Adelson Alves, radialista da Rádio Globo tornou-se seu produtor e, em 1970,
Nogueira lançou o disco Quem samba fica, com destaque para as faixas “Mulher
valente é minha mãe” (Dos seus 72 de existência / Tem 50 de sofrência / Mas não
é de se encostar / Ela lava, ela passa e cozinha / E ainda vê três novelas na
televisão) e “O homem de um braço”. Em 1971, Clara Nunes lançou “Meu lema”
(composta com Gisa Nogueira) e “Morrendo de verso”; Eliana Pittman gravou “Das
duzentas pra Lá”; e com “Sonho de bamba”, gravada em LP em 1972, João Nogueira
venceu um concurso na Portela, passando a integrar a ala dos compositores da
escola.
Em 1974, lançou o LP E lá vou eu. No
ano seguinte, Vem que tem, que trouxe a música “Mineira”, inspirada na cantora
Clara Nunes, com citações de versos de outro mineiro, Ary Barroso. Sempre fiel
ao samba e às suas representações, João Nogueira formou um time de craques
(Luizão, no baixo; Wilson das Neves, bateria; Marçal, Luna e Eliseu no
tamborim; Jorginho, no pandeiro, Moacyr Santos e Oberdan, nos saxes; e Dino e
Rafael Rabello, nos violões 7 cordas). Foram reunidos para gravar, em 1980, o
disco Na boca do povo, repleto de sambas, maxixes, partidos-alto e
sambas-canções.
Na década de 90, gravou quatro
discos: Além do espelho, de 1992; Parcerias (João Nogueira e Paulo César
Pinheiro); Ao Vivo, de 1994; Chico Buarque, Letra & Música (João Nogueira e
Marinho Boffa, de 1996); e João de todos os sambas, de 1998), sempre reforçando
e renovando a cultura do samba, através de suas interpretações, recheadas de
carioquismo, malícia e ritmo. Em 1999, o último registro: Pirajá. Esquina
carioca: uma noite com a raiz do samba, onde João cantou ao lado de Beth
Carvalho, Dona Ivone Lara, Walter Alfaiate, Moacyr Luz e Luiz Carlos da Vila em
show gravado ao vivo no Tom Brasil em São Paulo. Sua discografia, composições,
shows, crítica e livros sobre sua carreira podem ser conferidos em:
http://dicionariompb.com.br/joao-nogueira.
Depois de cinco derrames, uma
isquemia cerebral e um acidente vascular cerebral, João Nogueira morreu em 5 de
junho de 2000.
Fontes:
http://dicionariompb.com.br/joao-nogueira
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Nogueira
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