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domingo, 11 de novembro de 2018

João Nogueira


Se João Nogueira fosse vivo, completaria amanhã 77 anos.

Nasceu em 12 de novembro de 1941, na cidade do Rio de Janeiro e nela morreu, em 5 de junho de 2000. Importante intérprete de Noel Rosa, Paulinho da Viola, Marinho da Vila, Élton Medeiros, Cartola e Nelson Cavaquinho, o cantor e compositor João Nogueira aprendeu tocar violão de ouvido e com 15 anos já compunha com sua irmã, a também compositora Gisa Nogueira. Por volta de 1958, frequentou o bloco carnavalesco “Labareda do Meyer”, do qual chegou a ser diretor. Já com diversos sambas compostos, mas ainda restritos ao pessoal do Labareda, coube a Airton Silva (filho do saxofonista Moacir Silva, então diretor da gravadora Copacabana), também integrante do bloco carnavalesco, viabilizar a gravação, em 1968, da música “Espera, ó Nega”. Neste samba, João foi acompanhado por um conjunto de samba que depois passou a se chamar “Nosso Samba”.

Com 29 anos, João Nogueira compôs a canção “Corrente de Aço”, gravada por Elizeth Cardoso, graças à apresentação de outro frequentador do Labareda, Paulo Valdez (compositor e filho da cantora). Adelson Alves, radialista da Rádio Globo tornou-se seu produtor e, em 1970, Nogueira lançou o disco Quem samba fica, com destaque para as faixas “Mulher valente é minha mãe” (Dos seus 72 de existência / Tem 50 de sofrência / Mas não é de se encostar / Ela lava, ela passa e cozinha / E ainda vê três novelas na televisão) e “O homem de um braço”. Em 1971, Clara Nunes lançou “Meu lema” (composta com Gisa Nogueira) e “Morrendo de verso”; Eliana Pittman gravou “Das duzentas pra Lá”; e com “Sonho de bamba”, gravada em LP em 1972, João Nogueira venceu um concurso na Portela, passando a integrar a ala dos compositores da escola.

Em 1974, lançou o LP E lá vou eu. No ano seguinte, Vem que tem, que trouxe a música “Mineira”, inspirada na cantora Clara Nunes, com citações de versos de outro mineiro, Ary Barroso. Sempre fiel ao samba e às suas representações, João Nogueira formou um time de craques (Luizão, no baixo; Wilson das Neves, bateria; Marçal, Luna e Eliseu no tamborim; Jorginho, no pandeiro, Moacyr Santos e Oberdan, nos saxes; e Dino e Rafael Rabello, nos violões 7 cordas). Foram reunidos para gravar, em 1980, o disco Na boca do povo, repleto de sambas, maxixes, partidos-alto e sambas-canções.

Na década de 90, gravou quatro discos: Além do espelho, de 1992; Parcerias (João Nogueira e Paulo César Pinheiro); Ao Vivo, de 1994; Chico Buarque, Letra & Música (João Nogueira e Marinho Boffa, de 1996); e João de todos os sambas, de 1998), sempre reforçando e renovando a cultura do samba, através de suas interpretações, recheadas de carioquismo, malícia e ritmo. Em 1999, o último registro: Pirajá. Esquina carioca: uma noite com a raiz do samba, onde João cantou ao lado de Beth Carvalho, Dona Ivone Lara, Walter Alfaiate, Moacyr Luz e Luiz Carlos da Vila em show gravado ao vivo no Tom Brasil em São Paulo. Sua discografia, composições, shows, crítica e livros sobre sua carreira podem ser conferidos em: http://dicionariompb.com.br/joao-nogueira.

Depois de cinco derrames, uma isquemia cerebral e um acidente vascular cerebral, João Nogueira morreu em 5 de junho de 2000.





Fontes: http://dicionariompb.com.br/joao-nogueira
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Nogueira


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