Cantor e compositor, notável por suas participações nas rodas de
partido alto, Joãozinho da Pecadora é hoje nome esquecido e sequer seu nome de
batismo foi encontrado no Dicionário Cravo Albin e nos diversos sites
de samba voltados à memoria do G.R.E.S. Portela. Foi através do trabalho
jornalístico-investigativo de André Camargo, colaborador da Portelamor, que
João de Souza Barroso, nascido no Rio de Janeiro em 02 de abril de 1933, volta
a ter uma existência nos registros da história portelense. O curioso é que
André Camargo obteve os dados de nosso partideiro em algumas poucas horas e sem
sair de casa. Devemos agradecer ainda à lembrança de um de nossos
seguidores da Portelamor, Paulo Tavares. Sem ele, não teríamos feito esse
desvio de rota, tão adequado. E não podemos esquecer do José Alves, que
encampou a sugestão do Paulo Tavares e nos fez abraçar esta breve, porém
necessária, pesquisa.
Segundo o Dicionário Cravo Albin, o pseudônimo “Da Pecadora”
deve-se à sua parceria com Jair do Cavaquinho, na composição “Pecadora”, canção
de grande sucesso na década de 1960, feita em parceria com Jair do Cavaquinho e
gravada por Elizeth Cardoso no LP Elizete sobe o morro, da gravadora
Copacabana. A canção foi incluída naquele mesmo ano no primeiro LP do grupo A
Voz do Morro, composto por Jair do Cavaquinho, Zé Kéti, Oscar Bigode, José
Cruz, Nelson Sargento, Paulinho da Viola, Anescarzinho do Salgueiro e Elton
Medeiros. O LP se intitulava Roda de samba.
Joãozinho da Pecadora ficou famoso como grande partideiro. Em 1975, ao
lado de Casquinha da Portela, Anézio, Velha e Candeia participou do
LP Partido em 5 volume 1; em 1977, ao lado de Luiz Grande, Anézio do
Cavaco, Roque do Plá, Velha da Portela e Casquinha participou do
disco Partido em 5 volume 3, interpretando “Perereca quando canta é sinal
que vai chover” e “Carrapato do meu cachorro”. Teve ainda “Sururu no bate
bufo”, parceria com Luiz Grande, gravada no LP Olé do partido alto volume
3 (1977). No ano seguinte, “Casório mal sucedido” foi interpretada pelo
parceiro Luiz Grande, no disco Os bambas do partido alto, lançado pela
gravadora Soma/Sigla.
Figura de destaque no partido alto e no samba, João de Souza Barros, o
Joãozinho da Pecadora, faleceu em 08 de janeiro de 1986, ainda muito jovem.
Embora a missão do Projeto Imponência Portelense seja a de resgatar os
nomes e as composições que marcaram o samba produzido em Oswaldo Cruz e
Madureira e não produzir trabalhos biográficos, é justa a homenagem a esse
compositor e partideiro que teve seu nome inscrito nas páginas belas da azul e
branco. Ao Paulo Tavares, ao Zé Alves e ao André Camargo nossos sinceros
agradecimentos pela reescrita desta história. Que nossos saudosos baluartes os
protejam e abençoem.
Identificamos, ouvimos e corrigimos 14 letras encontradas de autoria de
Joãozinho da Pecadora, sozinho ou com outros parceiros. Que essa pequena
coletânea possa levar aos portelenses de hoje uma página da glória de ontem.
Paulo Oliveira
Aqui é o filho do pecadora venho agradecer a justa homenagem e esclarecer que pai não é coautor do samba pecadora esse samba foi feito em desabafo na separação com minha mãe.
ResponderExcluirPrezado, bom dia. Sua irmstnos concedeu gentilmente uma entrevista e explicou enfaticamente a questão da autoria da Pescadora. As informações dadas se baseiam no registro da canção no álbum de Elizeth Cardoso e estão também nos importantes sites de MPB, como citado na matéria. Seria importante debater e esclarecer a questão da autoria para que possamos entender melhor a questão. Um abraço e obrigado por comentar.
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