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segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Mundo do samba chora pelo Museu Nacional; confira os desabafos


“O canto da cigarra em sinfonia relembrou aqueles dias que não voltarão jamais”. Não mesmo. Grande parte do acervo do Museu Nacional, localizado na Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro, foi perdido em um incêndio na noite deste domingo (2). O mundo do samba, que cantou o o palácio histórico no desfile da Imperatriz deste ano, arde de tristeza pela perda irreparável.


Carnavalescos, pesquisadores, diretores, casais, vários sambistas se pronunciaram – e desabafaram – nas redes sociais. Entre textos de lamento e repúdio, o sentimento de desolação de ver indo embora 200 anos de história. Confira algumas declarações de personalidades do samba:

Cahê Rodrigues, carnavalesco do desfile da Imperatriz 2018 sobre o Museu Nacional
Meu Deus! Que horror! Uma grande parte da história desse país destruída pelo fogo. Estou destruído emocionalmente. Convivi meses ao lado de pessoas apaixonadas por esse museu, pessoas que cuidavam dessa instituição como se fosse sua própria casa.
Um relicário histórico se foi, justamente no ano em que completou 200 anos. Ainda não sabemos a causa do incêndio, mas sabemos que o prédio pedia socorro por melhorias a anos. Triste! Lamentável! Em um país onde a memória é quase sempre esquecida perdemos hoje o guardião do nosso maior tesouro. Obrigado Museu Nacional por me permitir conhecer seu tesouro, desvendar seus Mistérios, me emocionar com cada história contada através de seus cuidadores.
Obrigado Imperatriz Leopoldinense por contar e eternizar essa linda história no maior palco do mundo. Pedíamos em nosso desfile que olhassem com mais carinho para o Museu. Meus sentimentos a todos os funcionários, professores, pesquisadores e visitantes apaixonados por essa instituição.
Museu Nacional para sempre em nossos corações.

Bianca Behrends, carnavalesca e pesquisadora da Beija-Flor
O fogo consume o Museu Nacional e o acervo da História do Brasil vira cinzas…
É uma perda que não dá para mensurar em palavras…
E o brasileiro, que já é frequentemente chamado de “povo sem memória”, perde um tesouro inestimável, dano irreparável…
Que tristeza, que dó, que cenas desoladoras…
Lágrimas em chamas ocasionam dor flamejante…

Jack Vasconcelos, carnavalesco do Paraíso do Tuiuti
A cultura é tratada como inimiga pelo poder. Descaso, sucateamento e cinismo são recursos de sabotagens usados sistematicamente ao longo do tempo. Quando o resultado disso se materializa diante de nós em cores tão quentes é chocante, né? Quer se chocar mais? Ela não é a unica a sofrer essa depredação sistemática. E não é por mero acaso.

Alex de Souza, carnavalesco do Salgueiro
Acabo de saber do incêndio no Museu Nacional, estou arrasado, todo aquele patrimônio adquirido desde os tempos de D.Pedro II, destruído, incluindo as únicas múmias egípcias em um museu na América Latina. Lamentável !

Lucinha Nobre, porta-bandeira da Portela
“Sem passado não há futuro!”
E ainda temos que engolir o presidente que cortou todas as verbas pro museu, onde as pessoas trabalhavam de graça, apenas pelo compromisso com o local, fazer nota de pesar… Esses políticos desprezam a nossa inteligência!! Raiva.

Leandro Vieira, carnavalesco da Mangueira
O incêndio que destrói o Museu Nacional é um retrato fiel de como nossos governantes tratam a cultura, a ciência, a pesquisa e a memória no Brasil: O futuro é condenado aquilo que é incerto enquanto o passado agoniza diante de nossos olhos. O incêndio que destrói a memória de todos nós é, antes de qualquer investigação, criminoso. O descaso é um crime. O “descaso” é o crime mais comum em um país em frangalhos, cujo a bandalha se generalizou e a cultura passou a ser uma “baboseira” diante do que eles consideram “urgências.” Que noite triste meu Deus! O Brasil vai mal. Como o Brasil vai mal!

Jorge Silveira, carnavalesco da São Clemente
A Escola de Belas Artes completou 200 anos e sofreu um incêndio no ano do aniversário.
O Museu Nacional completou 200 anos e ocorre a mesma coisa .
Não dá mais para suportar a lógica de um governo que ignora o patrimônio cultural.




Fonte: www.srzd.com

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