A
Empresa de Turismo do Município do Rio (Riotur) iniciou nesta quinta, 6, uma
corrida de negociações que pode vir a ser — literalmente — uma mão na
roda para as 14 escolas de samba do Grupo Especial do Carnaval carioca.
Presidente
da Riotur, Marcelo Alves se reuniu para uma primeira conversa com os
responsáveis pelo aplicativo de transportes 99 (antigo 99 Táxi) para tentar
preencher a lacuna financeira deixada pela maior concorrente, a Uber, que na
semana passada quebrou o contrato
que havia firmado para patrocinar as agremiações pelo segundo ano consecutivo.
A expectativa é de que o valor pago pela
possível nova apoiadora seja de R$ 7 milhões, o equivalente a R$ 500 mil para
cada uma das instituições que desfilarão em março na Marquês de Sapucaí. A
quantia complementaria o total de R$ 1 milhão que, segundo os dirigentes das
escolas, teria sido prometido
pela prefeitura do Rio, independentemente da participação de uma empresa
privada na jogada.
Em nota
(leia o texto na íntegra ao fim da reportagem), a Riotur explica que a
expectativa para este aporte contava com a grana da agora ex-patrocinadora e
que, por isso, está tentando custear o espetáculo de outra maneira. A
organização também destaca que a administração municipal faz a sua parte
mantendo o Sambódromo sob seus cuidados e tratando de assuntos relacionados à
manutenção da estrutura do local.
Luz no fim do túnel para
ensaios técnicos
A
assessoria de imprensa da Riotur também revelou ao Sambarazzo que
a Light, concessionária responsável por fornecer energia elétrica para a
chamada “Cidade Maravilhosa”, poderá ajudar a bancar o retorno dos ensaios
técnicos no período pré-carnavalesco. A ideia é que a empresa colabore com R$
3,5 milhões, o que ainda não está definitivamente fechado.
A
temporada de “treinos em campo de jogo” aconteceu pela última vez às vésperas
do Carnaval de 2017 — há quase dois anos —, o que tem deixado os
sambistas um tanto saudosos.
Presidente
da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira afirmou em
diversas ocasiões que chegava a R$ 4 milhões o valor das despesas dos ensaios
no Sambódromo. A entrada sempre foi gratuita para o público, e mudar esta
condição não pareceu, até aqui, uma possibilidade para os dirigentes.
Guerra publicitária entre Apps
Rivais
declaradas no mercado, a 99 e a Uber têm travado uma briga para disputar a
preferência de motoristas, clientes e também do mercado publicitário.
Em
junho, a frota de amarelinhos (e mais recentemente de carros executivos, com o
99POP) levou a melhor sobre a companhia americana em uma disputa judicial. A
discussão era em torno de um anúncio em que a 99, que tem origem no Brasil,
comparava os preços de suas corridas com os da Uber, que chegou aos smartphones do
país com maior antecedência e não conseguiu fazer com que as propagandas que
ameaçavam sua hegemonia parassem de ser veiculadas.
De olho
no potencial carioca para inflar ainda mais as cartelas de usuários, as duas
empresas passaram a investir em programações culturais e em festas populares
que mobilizam milhões de moradores e turistas.
Além
do Carnaval das escolas de samba e da folia dos blocos de rua em 2017, a Uber
bancou este ano parte da realização da “Parada Gay” de Copacabana, na Zona Sul
da cidade. Já a 99 investiu no entorno da Árvore do Rio, instalada na Lagoa
Rodrigo de Freitas durante o período natalino, e está garantindo passeios de
pedalinho gratuitos aos visitantes.
Leia a
nota oficial da Riotur, na íntegra:
“As conversas realizadas entre
a prefeitura e os representantes das escolas do grupo especial previam um
aporte de R$ 1 milhão para cada agremiação. Os recursos que viabilizariam a
subvenção seriam divididos entre a municipalidade (R$ 500 mil) e o patrocínio
da Uber captado pela Riotur (R$ 500 mil).
Ao longo dos últimos sete
meses, ocorreram reuniões com a Uber, que firmou um contrato com a Riotur que,
como noticiado na semana passada, foi rescindido por ordem do setor de compliance
da matriz americana em virtude da operação Furna da Onça, que acarretou a
prisão de Chiquinho da Mangueira, deputado estadual e presidente de uma das
agremiações do Grupo Especial.
Cabe ressaltar que a prefeitura
realiza a cessão do Sambódromo, bem como de serviços de iluminação, ordenamento
público e limpeza, entre outros, para a realização dos desfiles, com todos os
custos cobertos pelo município.
A Riotur ainda segue dialogando
com diversas empresas, tendo realizado hoje uma reunião com a empresa 99, para
complementar o aporte para as escolas do grupo especial.”
Fonte: www.sambarazzo.com.br
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