Sambistas se uniram em prol da democracia e farão, nesta segunda-feira, o primeiro ato do movimento "Frente Popular do Samba", no Centro do Rio.
O evento "Sambistas unidos contra o golpe e pela democracia" está marcado para 18h, no Centro do Teatro do Oprimido, na Rua Mem de Sá, 31, na Lapa.
Importantes nomes do Carnaval já confirmaram presença, como Selminha Sorriso, Cid Carvalho, Teresa Cristina, Noca da Portela, Tantinho da Mangueira, Dorina, Tiãozinho da Mocidade, André Diniz, Celsinho de Andrade, Luiz Fernando Reis, Rachel Valença e Zeni Pamplona.
O SRZD conversou com o carnavalesco Cid Carvalho e a porta-bandeira Selminha Sorriso, que destacaram a importância do ato contra o "golpe" e em prol da democracia.
- Sambistas se unem em prol da democracia e organizam primeiro ato no Centro do Rio
"Acho importante dizer que não sou contra impeachment! Sou contra impeachment sem motivos ou provas contra a presidenta!
Impedimento sem crime comprovado é golpe. E isso eu não apoiarei nunca. Quem viveu a ditadura militar, quem foi às ruas por eleições diretas, quem é a favor da democracia não pode apoiar o que a oposição tem trabalhado desde que perdeu nas urnas a eleição para presidente, que é tomar o poder não importando de que maneira", declarou Cid.
Ele ainda ressaltou a importância da iniciativa, que lembra o que o próprio samba passou no início de sua história.
"Se é um movimento que se junta a tantos outros para defender a democracia, os sambistas estão honrando a história do próprio samba, que foi perseguido no início e só sobreviveu graças à luta dos primeiros representantes do gênero."
Selminha falou sobre a liberdade de expressão e a diferença que o povo faz no país.
"Só a liberdade de poder se expressar a ficar de causa já é motivo de muita alegria. Não poderíamos falar, muito menos nos reunir em um passado nem tão distante. Hoje temos voz e fazemos diferença na sociedade", disse.
Luiz Fernando Reis e Rachel Valença, blogueiros do SRZD-Carnaval, também comentaram sobre a relevância da iniciativa.
Luiz Fernando Reis destacou a necessidade de os sambistas se posicionarem politicamente mais vezes e os ganhos sociais conquistados pelo povo nos últimos anos.
"A iniciativa é inédita e importantíssima. O mundo do samba precisa se posicionar politicamente mais vezes. Nos anos 1980 eu escrevi e desenvolvi enredos críticos e políticos e a proposta era a busca constante pela democracia, pelas garantias individuais, pelas eleições diretas. A minha luta e de tantos companheiros não pode ser em vão. A luta contra a corrupção é uma luta de todos nós e não apenas o que a mídia golpista quer nos ensinar. Para eles uma parcela de nossa população foi para as ruas gritar Fora Lula, Fora Dilma e Fora PT. E como republicano e democrata não posso aceitar isso. Sem crime de responsabilidade não pode haver impeachment. Por isso, não vai ter golpe. Não podemos jogar no lixo tantos ganhos sociais conquistados por nosso povo nas últimas décadas. Não podemos permitir que um golpe político coloque no poder a mesma corja de sempre, os mesmos abutres de sempre. O mundo do samba é contra o golpe. O nosso povo sabe exatamente de que lado estão os que querem o nosso bem e os que nunca quiseram."
"O samba sempre se identificou com as causas populares, porque sambista é povo. O samba adquiriu visibilidade e hoje é vanguarda. Temos responsabilidade social e não podemos nos omitir", declarou Rachel.
Fonte: www.sidneyrezende.com/carnaval
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