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sexta-feira, 2 de junho de 2017

Alerta vermelho! Escolas demitem em massa e Carnaval 2018 está ameaçado

Por Redação

É grave a crise. Todos já perceberam. E, como não tá fácil pra ninguém, chega a hora em que o Carnaval mais famoso do planeta também embarca nesse rio de incertezas financeiras e se vê ameaçado.

Sem saber se a prefeitura do Rio de Janeiro vai manter o repasse que vinha dando às escolas do Grupo Especial – ano passado, ainda na gestão de Eduardo Paes, o valor da subvenção foi de R$ 24 milhões, e ainda falta cair na conta de cada uma R$ 100 mil -, muitas agremiações estão reduzindo drasticamente o quadro de funcionários.

A Acadêmicos do Grande Rio dispensou boa parte dos profissionais que davam expediente o ano inteiro no barracão da Cidade do Samba. Atual campeã da festa, a Portela iniciou o desmonte das alegorias do último desfile, mas, pra cortar custos, a azul e branco preferiu deixar quase todo mundo em casa e conta apenas com o mínimo necessário. Medida semelhante tomou a Beija-Flor de Nilópolis, que fechou o barracão há um mês e reduziu salários. Já a Unidos da Tijuca, que demitiu 10 pessoas, está com apenas quatro atuando no barracão.
– O presidente (Fernando Horta) prefere deixar em casa as pessoas, pra economizar luz, água, passagem… – revela um integrante da equipe tijucana.

Carnaval 2017 arrecadou R$ 3 bilhões para a cidade

Segundo a Riotur, o Carnaval 2017 atraiu para o Rio de Janeiro 1,1 milhão de turistas, gerando uma arrecadação para a cidade de aproximadamente R$ 3 bilhões. Apesar dos expressivos números, o atual prefeito do Rio Marcelo Crivella não bateu o martelo em relação a ajudar as escolas na próxima temporada. A Liga Independente das Escolas de Samba do Rio, a Liesa, está tentando negociar com a prefeitura, que ainda não deu sinal verde.

– É R$ 150 mil pro escultor, R$ 120 mil pra fibra, pra um ateliê fazer fantasia é pelo menos R$ 30 mil. São números muito altos. Tá tudo cada vez mais caro. Quem tá de fora não tem noção dos números, do gasto. E ficam toda vez querendo um espetáculo melhor. Mas, sem recursos, fica difícil – argumenta um outro artista do evento mais popular do mundo.

Antes de assumir a prefeitura, em janeiro, Crivella disse em entrevistas que tinha ciência da relevância dos desfiles das escolas de samba para a cidade, mas que analisaria as necessidades do município para somente então resolver o que faria em relação à subvenção das escolas de samba.

Ano que vem, estão programados 13 desfiles do Grupo Especial no Sambódromo. Os trágicos acidentes com carros alegóricos ocorridos nos desfiles da Unidos da Tijuca e da Paraíso do Tuiuti acabaram fazendo a liga não rebaixar nenhuma agremiação. Com uma escola a mais (o Império Serrano, que subiu pro grupo principal), a prefeitura teria de gastar, mantendo a quantia da última temporada, R$ 2 milhões a mais.

*Foto: Irapuã Jeferson/Sambarazzo

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