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domingo, 18 de junho de 2017

Desfilaço! Centenas vão às ruas protestar contra corte de verba do Carnaval

Por Redação

Centenas de pessoas foram às ruas na tarde deste sábado, 17, para manifestar descontentamento com a decisão do prefeito Marcelo Crivella de reduzir em 50% a subvenção das escolas do Grupo Especial e também dar menos verba às agremiações dos grupos de acesso.

Representantes de várias escolas, como Portela, Mangueira, Beija-Flor e Grande Rio, realizaram um “desfilaço” em direção ao Sambódromo, que teve concentração na entrada principal do prédio da prefeitura, no Centro do Rio.

– Só nos resta entender que o prefeito não largou o bispo. É uma questão religiosa. É uma busca por esvaziamento do Carnaval como um todo, isso falando de escola de samba. E vai chegar em outros segmentos do Carnaval, a tudo que tiver ligado ao que eles chamam de ‘festa do coisa ruim’ – esbravejou o carnavalesco da Beija-Flor, Cid Carvalho, que participou do ato promovido pela página “Sambistas da Depressão”.


Carnavalesco da São Clemente, Jorge Silveira também reservou o dia de folga para protestar e defendeu a causa citando a relevância social do considerado o evento mais popular do planeta.

– A gente espera o contrário, acreditamos que é o momento de se investir mais. As escolas do Especial têm um número enorme de profissionais. Mas a gente não deve esquecer que esse corte prejudica ainda mais as escolas do Acesso e as da Intendente Magalhães (no Campinho, onde desfilam as agremiações dos grupos B, C, D e E). É necessário que a prefeitura entenda que o Carnaval tem um papel social, cultural e econômico de base fundamental para a cidade. Não é hora de cortar, é hora de investir – reclamou o artista.

“Qualquer pessoa que tem caixinha de isopor sabe a importância da festa”

Coreógrafo da Beija-Flor, Marcelo Misailidis foi outro a participar do movimento em prol da manutenção da verba que a prefeitura dava às escolas – para 2017, cada uma do Especial recebeu R$ 2 milhões.

– É uma afronta ao patrimônio cultural da nossa cidade. Esse embate, essa discussão é importante pra esclarecer a população da importância da festa. É uma festa pra trazer recursos pra cidade. Qualquer pessoa que tem uma caixinha de isopor sabe a importância de uma festa. Não é uma festa que onera os cofres públicos, pelo contrário. Gera riqueza. Os eventos são fundamentais – argumentou.

Segundo a Riotur, o Carnaval deste ano arrecadou para o município cerca de R$ 3 bilhões e atraiu mais de 1 milhão de turistas. Apesar dos números expressivos, o órgão diz não ver motivos para polêmica e promete tentar mais recursos com a iniciativa privada.

Na última quarta-feira, 14, a Liga Independente das Escolas de Samba, a Liesa, suspendeu os desfiles de 2018. A entidade responsável pelos desfiles do Grupo Especial do Rio alega que o corte na verba inviabilizaria a produção do espetáculo.


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Fotos: Irapuã Jeferson/Sambarazzo

Fonte: www.sambarazzo.com.br

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