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Adolescentes negras e pobres vivendo hoje, em 2016, já devem ter experimentado o preconceito racial e social, mas será que imaginam como seria a vida de uma menina negra e pobre em 1935? Dodô foi uma pioneira, mas jamais se vitimizou. Como caímos sempre na tentação de romantizar e mitificar nossos ídolos, é preciso enfatizar a humanidade de Dodô, com suas virtudes, seus defeitos, afetos e desafetos. Foi uma mulher forte e doce, alegre e tempestuosa, como qualquer um de nós pode ser. Sua grandeza reside na história que construiu, com dignidade, muita luta e amor pelo ofício e pela escola que a adotou e que ela amou até o fim. Essa mulher humana, terrena, de carne e osso nos deixou há um ano e é a história que nos legou que ecoa em nossa memória. Queremos lembrar de Dodô como uma desbravadora, uma pioneira, como tantas outras mulheres, famosas ou anônimas, que escreveram e escrevem as tantas páginas belas de nossa escola do coração.
Quis o destino que as datas de nascimento e morte de Dodô fossem próximas, para nos confundir, já que não sabemos se celebramos a alegria do nascimento desta mulher imemorial, ou pranteamos sua partida. Para ser fiel a Dona Dodô, optaremos por seu nascimento, e quando lembrarmos o primeiro ano de sua morte, que a imagem do sorriso de Dodô apazigúe a tristeza . A maior homenagem que podemos prestar a ela é lembrar sua trajetória, apelar para que os responsáveis por seu patrimônio cultural, representado em cada um dos objetos que ela conservou ao longo de suas oito décadas de dedicação à Portela, tenham a sensibilidade de resguardar o passado de glória que ela construiu, salvando-o da pilhagem e do esquecimento a que nossa cultura esteve sempre submetida. Que sua casa-museu sobreviva e que a história de Dodô seja contada pelos pais a seus filhos e estes a contem aos de menor idade.
Para a Portelamor, Dodô é única, eterna. Por tudo o que fez e pela fidelidade que professou, Dodô era, antes de tudo, Portela e amor. Nós somos Portelamor, portanto, também somos Dodô. Descanse em paz, minha senhora, no céu azul e branco onde mora também aquele que te entregou a primeira bandeira campeã, Paulo da Portela.
Os anjos devem estar cantando e bailando, hoje.
Avante, Portela!!!
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