A fotógrafa Lúcia Mello
foi uma das vítimas da maior fatalidade do Carnaval 2017: os acidentes na
Sapucaí. Lúcia foi atropelada pela última alegoria do Paraíso do Tuiuti, que
perdeu a direção e fez com que a fotógrafa ficasse presa na grade que separa o Setor
1 da pista da Avenida Marquês de Sapucaí. Quase um ano após a tragédia, Lúcia
abriu o coração e contou como está sua vida após o ocorrido.
“Então, já vai fazer um ano que estamos nessa luta, né? Essa
luta que parece interminável. Agora, tô internada novamente. A princípio era
uma cirurgia, agora já são duas, talvez até três. Então, é assim. De fato, eu
já não aguento mais tudo isso. É tudo muito difícil. Eu tô muito cansada de
tanto sofrimento, de tanta dor. Já não aguento mais pensar em sentir dor. Mas,
ainda tenho que sentir tudo isso”, declarou Lúcia.
A fotógrafa deu entrada no Hospital Miguel Couto, no Leblon, no
mesmo dia do acidente, 26 de fevereiro, e permaneceu cerca de 4 meses
internada. Mesmo após a saída, Lúcia ainda precisou voltar para dar
continuidade ao tratamento. Atualmente, a fotógrafa se encontra no hospital
para novas cirurgias.
“Eu tenho muito que
agradecer à equipe médica do Hospital Miguel Couto; à ortopedia sobre o comando
do Dr. Ney, que é da seleção brasileira de vôlei; ao chefe da equipe que me
opera, que é o médico do Vasco da Gama; aos residentes; ao Dr. Rafael; à Dra.
Amanda; entre outros…”, lembrou Lúcia.
A respeito da vida fora do hospital, a Lúcia disse estar bem
fisicamente, mas o problema na perna ainda é grande: “A perna foi muito
sofrida, muito esmagada, deixou muitas sequelas. Eu vou levar muito tempo para
voltar a andar na fisioterapia”. A fotógrafa afirmou estar sendo muito difícil
levar a vida e fazer as coisas que gosta.
“Um ano sem colocar o pé no chão. Um ano sem ir aos lugares que
eu gosto de ir. Tudo tem restrição. Então, tudo é muito difícil. Sair de casa é
um custo muito grande, mas se eu ficar em casa, eu fico muito deprimida.”
Lúcia e o Carnaval: ‘a coisa que eu
mais gosto na minha vida’
A relação entre a fotógrafa e a folia carioca é forte, mas Lúcia disse
que dificilmente voltará a trabalhar. Apesar disso, seu maior desejo é poder
assistir os desfiles do Carnaval 2018 na Sapucaí.
“Não vou poder trabalhar
no Carnaval, mas gostaria muito de assistir, já que esse ano de 2017 eu não vi
nada, com exceção às escola do acesso. Gostaria de assistir os desfiles, mas
não sei como tudo vai acontecer daqui pra frente. Tenho fé em Deus que eu vou
sair ates do Carnaval pra poder estar na Sapucaí assistindo a coisa que eu mais
gosto na vida minha.”
Ao longo do ano, Lúcia visitou quadras de algumas escolas de
samba e alertou para a falta de acessibilidade que os locais apresentam. A
fotógrafa só pode ir à Portela, Salgueiro, Imperatriz, Império Serrano, Império
da Tijuca e Lins Imperial. As últimas duas foram responsáveis por homenagens
que deixaram Lúcia emocionada.
“Todas as quadras de escolas de samba que eu fui, eu fui muito
bem recebida. Foram poucas, porque poucas dão acesso a cadeirantes. Eu não posso
ir em todas que eu quero.”
Foto: Arquivo pessoal.
Fonte: www.srzd.com
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