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quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Mestre da Portela, que vai ensaiar na Sapucaí, diz: ‘É injusto não ter ensaio pra todas’

Por Luiz Felippe Reis


Por 15 anos os ensaios técnicos da Sapucaí foram muito mais do que simples treinamentos no campo de jogo. A atração juntava turistas, comunidades e povão num só espaço e fazia uma baita divulgação do Carnaval que se aproximava. O maior elo entre as escolas e os apaixonados por samba se perdeu, mas, pelo menos, Mocidade e Portela vão tirar um pouco dessa amargura no dia 4 de fevereiro, quando as duas vão ensaiar na Avenida no tradicional teste de som e luz do Sambódromo.

Pro mestre de bateria Nilo Sérgio, da Portela, esse privilégio das duas campeãs de 2017 é uma vantagem competitiva, pelo menos pras baterias.

–  É injusto não ter pra todas. Faz falta pras baterias com certeza. A escola vê o canto dentro da quadra, a dança… a comissão e o casal vêm aqui na Sapucaí ensaiar outros dias, mas a bateria tem que ser no campo de jogo, sentindo o clima. E sobre o som da Avenida é bom saber como vai se comportar, com o ritmo do cantor, e não vai ter isso, as baterias perderam essa chance – disse Nilo Sérgio, que há 13 anos comanda a “Tabajara do Samba”.

Em julho, após uma das últimas reuniões com o prefeito do Rio, o presidente da Liesa, Jorge Castanheira, confirmou uma possibilidade que já se evidenciava nos bastidores: a de não haver ensaios técnicos. Nada de novo e animador surgiu, e os treinos da Avenida tiveram um triste fim decretado.


– Não tenho como fazer ensaio técnico. Obviamente, a prefeitura não pode arcar com tudo. São 15 anos fazendo ininterruptamente, com a liga custeando tudo isso, infelizmente não temos orçamento – disse Castanheira no meio de 2017.

Mestre Nilo Sérgio vê vantagem pra Portela e Mocidade, que vão realizar ensaio técnico com a Sapucaí lotada no dia 4 de fevereiro – Foto: Michele Iassanori

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