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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Projeto da Passarela Popular do Samba pode se tornar realidade

Por João Santoro

As agremiações que fazem parte da AESCRJ (Associação das Escolas de Samba do Rio de Janeiro), ou seja, os grupos C,D e E, podem ter casa nova para seus desfiles e também para a preparação para o carnaval. Isso ocasionaria o fim dos desfiles na Intendente Magalhães, no Campinho, onde ocorrem desde 2005.

O Grupo Especial já tem seu espaço - a Cidade do Samba - , a Prefeitura já afirmou conseguir um lugar para as escolas do Grupo de Acesso e, agora, a Associação busca concretizar o que foi denominado de "Passarela Popular do Samba", que nesse primeiro momento pode ser erguida em Deodoro.


O vice-presidente da Associação, Fernando Leopoldo, contou ao
CARNAVALESCO sobre o projeto:

- Estamos correndo atrás para viabilizar esse projeto. Com a Passarela Popular do Samba, teríamos no mesmo lugar o desfile e os barracões das escolas.  Isso ajudaria muito, principalmente no transporte de carros. Isso sem falar o quanto ajudaria na produção e também nas melhorias de condições de trabalho. Nossa ideia é construir nos mesmo moldes da Morada do Samba, em Cabo Frio - frisou.


Leopoldo também fez questão de falar sobre o público e o local onde pode ser erguido:


- Atualmente estamos tendo um público de 30 mil pessoas acompanhando os desfiles na Intendente. Estamos crescendo bastante. O presidente da Associação, Eduardo José, conseguiu reunir amigos como o designer Hans Donner, que é um dos autores deste projeto, e os urbanistas Edmundo Souto e Ethin Sluger para nos ajudar no que se refere a essa questão do local e para não perdermos público. Chegamos à conclusão que, se realmente for construído em Deodoro, estamos perto do entrocamento da Baixada, Zona Oeste e Zona Norte. Segundo os urbanistas, teríamos que ter perto um meio de transporte de massa, e isso nós teremos, que é a estação de trem. A primeira opção é Deodoro. Porém, se a Prefeitura ou algum outro orgão tiver um local mais apropriado e quiser nos ajudar nessa luta, vamos aceitar - finalizou.


Ainda de acordo com o vice-presidente, as escolas filiadas à Associação já viram o projeto e concordaram em plenária realizada em sua sede.

Fonte: www.oterminal.com.br/carnavalesco
SOS ESCOLAS DO ACESSO

Por Rodrigo Coutinho

Longe dos holofotes da Marquês de Sapucaí e da atenção destinada pelo poder público às grandes escolas está o Carandiru, local já conhecido pelos amantes do carnaval carioca e que serve de barracão para diversas escolas dos Grupos de Acesso B, C, D e E. O CARNAVALESCO esteve presente no local pouco antes do Carnaval 2011 e, agora, cerca de seis meses depois, constata que nada mudou no insalubre posto de trabalho. Para piorar a situação, as escolas ainda vivem um dilema que parece sem solução: a qualquer momento podem ser despejadas, já que o terreno do Carandiru foi vendido pela União ao consórcio responsável pelas obras de restruturação da Zona Portuária do Rio.

Na primeira semana de julho, guardas municipais, policiais militares, três oficiais de justiça e representantes do CDURP – Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto – estiveram no local para cumprir a ordem de reintegração de posse, mas, devido ao grande número de alegorias presente no local e o apelo das escolas e entidades que organizam os grupos de acesso, além das cerca de 30 famílias que vivem no local, a ação foi adiada.

O assessor chefe de projetos especiais da CDURP, Daniel Van Raemdonck de Lima, revelou que a empresa não tem gerência direta sobre o assunto.
- Quem está responsável por isso é a União. Nós apenas damos o suporte solicitado. Me parece que eles já estão em contato com a Riotur buscando esse entendimento para que ninguém seja prejudicado.
Ainda insegura com a situação, Regina Passaes, diretora de carnaval da Unidos de Vila Santa Tereza, recém chegada ao Grupo B, pede mais consideração com as escolas menores.

- Os responsáveis pela cidade precisam olhar o carnaval de uma maneira diferente. As escolas de samba dos grupos de acesso estão largadas. Aqui é cada um por si. Não pode ser assim. Fazemos carnaval com dificuldade e somos parte da cultura carioca. Cultura esta que rende milhões a cada ano aos cofres públicos. Faltou sensibilidade ao vender esse terreno sem antes perceber que aqui é construído o carnaval de diversas escolas com muita importância – desabafou Regina.

Apontado pela Prefeitura como uma das opções para abrigar as escolas despejadas, um terreno na Avenida Brasil, na altura do bairro do Caju, parece também impossibilitado de abrigar as agremiações momentaneamente. Procurada pela reportagem do CARNAVALESCO, a Riotur respondeu através de sua assessoria que ''no final tudo terminará bem''. Além disso, o órgão não soube informar o motivo de a mudança das escolas para o terreno no Caju não ter acontecido.
Enquanto isso, as escolas continuam largadas à própria sorte. A declaração de Regina Passaes dá a dimensão da indefinição.

- Hoje eu não sei nem se poderíamos tirar os carros para o desfile, porque teríamos que passar obrigatoriamente pela área onde a obra já começou. Todos os dias, os caras vem aqui e medem de lá e de cá. Estamos ficando ilhados. Tenho certeza que se nós sairmos do barracão eles ocupam. O espaço aqui é muito grande. Era uma questão de organizar melhor e estruturar esses barracões, que não oferecem nenhuma condição de trabalho.

Já citado em outras matérias do CARNAVALESCO, o ambiente inóspito salta aos olhos de quem chega ao local. Logo na entrada, pequenos lagartos e grandes ratazanas dão as boas vindas, além da enorme quantidade de mosquitos que, de acordo com os trabalhadores do local, triplica durante a noite, tornando insuportável a permanência no Carandiru.

Outra questão que preocupa é o estado enferrujado das vigas de sustentação do teto, repleto de furos, o que ocasiona verdadeiras enchentes no galpão e aumenta os focos de dengue e de doenças como a leptospirose. Ainda de acordo com funcionários que trabalham no Carandiru, a Prefeitura disponibiliza apenas uma vez por ano um caminhão para retirar os restos de alegorias no local.

Além de seis escolas do Grupo de Acesso B e da Renascer de Jacarepaguá, que está no Grupo Especial e produz as alegorias no local até a liberação de seu barracão na Cidade do Samba, diversas escolas dos Grupos C, D e E ocupam espaço no Carandiru. Quem também já recebeu o comunicado de reintegração de posse foram Santa Cruz e Viradouro, que não estão no Carandiru, mas, assim como tantas outras que ainda não receberam a notificação, têm os seus barracões situados na Zona Portuária. 

Fonte: www.oterminal.com.br/carnavalesco

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Portela realiza eliminatória de sambas nesta quarta


Cada vez mais próxima de eleger o samba oficial para simbolizar o enredo "... E o povo na rua cantando. É feito uma reza, um ritual", a Portela realiza mais uma eliminatória nesta quarta.
A partir das 21h, oito composições da chave azul serão apresentadas no River Futebol Clube, em Piedade, devido às obras de reforma na quadra da escola, que fica na rua Clara Nunes, em Oswaldo Cruz
Confira as informações sobre a disputa:
Data: Quarta, 31/08/2011.
Horário: 21h
Ingresso: R$ 5,00
Endereço: Rua João Pinheiro, 426 - Piedade
Informações: 2489-6440

Fonte: www.sidneyrezende.com/carnaval
Castanheira sobre não rebaixamento: 'Não existe essa questão'

Por Rodrigo Coutinho

Em meio às obras de reconstrução dos barracões afetados pelo incêndio de fevereiro na Cidade do Samba e a incerteza se os galpões serão entregues a tempo para as agremiações atingidas, circulou a informação de que a diretoria da Liga Independente das Escolas de Samba estaria cogitando a hipótese de não haver rebaixamento para o Grupo de Acesso A no Carnaval 2012. Em depoímento exclusivo ao CARNAVALESCO, o presidente da entidade máxima do carnaval carioca, Jorge Luiz Castanheira, fez questão de rechaçar a hipótese.
- Não existe essa questão! Isso não foi sequer levantado durante as nossas plenárias. O que aconteceu no ano passado foi uma medida emergencial diante de um fato incomum. O regulamento será cumprido. Tenha certeza que essa não é a ideia da Liga - afirmou Castanheira.
Já sobre o prazo de entrega dos barracões em reforma, o dirigente reafirmou o prazo de 90 dias de entrega para os galpões de Portela, União da Ilha e do barracão 1, que servirá à Renascer de Jacarepaguá. Já o barracão que a Grande Rio ocupava, mais afetado pelas chamas, só deverá ficar pronto em 120 dias. A Tricolor de Caxias construirá seu carnaval no barracão 7.

Fonte: www.oterminal.com.br/carnavalesco

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Feijoada da Portela recebe o cantor Leandro Sapucahy. Evento acontece sábado no River, em Piedade

Por Fábio Silva

A edição de setembro da tradicional Feijoada da Família Portelense, que será realizada neste sábado, a partir das 13h, no River Futebol Clube, em Piedade recebe como convidado especial o cantor Leandro Sapucahy.

Quem acompanha o artista é o Grupo Gilsinho e seus capangas que canta o melhor do samba de raiz.

Leandro ,sobe ao palco do River, para mostrar aos fãs que pediram o seu show na Feijoada da Portela , as músicas que compõem o novo disco, "Malandro também ama", que é o quarto disco da carreira de Leandro Sapucahy, com produção do próprio artista e dedicado a Zeca Pagodinho.

Entre as músicas que o cantor selecionou para esta apresentação estão nove faixas do novo álbum, como "A que mais deixa saudade", (Serginho Meriti) e "Eu não quero mais saber de nada" (Serginho Meriti e Mariozinho Lago), que estava na trilha sonora da novela Insensato Coração, da TV Globo.

Para encerrar o evento, a bateria "Tabajara do Samba" sob a batuta do mestre Nilo Sérgio, o intérprete Gilsinho, ala de passistas show coordenada por Nilce Fran e Valci Pelé e casais de mestre-sala e porta-bandeira fazem um show de encerramento com grandes clássicos que marcaram época na azul e branca de Oswaldo Cruz e Madureira.


O River Futebol Clube fica na Rua João Pinheiro, 426, Piedade. Entrada custa R$ 10 e prato da feijoada R$ 15. 

Fonte: www.galeriadosamba.com.br

A importância da imprensa para o carnaval

Por Brubo Fillipo

Nesta terça-feira, 30 de agosto, quatro profissionais da imprensa carnavalesca reúnem-se para debatê-la. Aloy Jupiara, Eugênio Leal e Fábio Fabato estarão no Centro de Referência do Carnaval da UERJ participando de mais um evento da série “Bate-papo de Carnaval”, cujo tema será a relação da imprensa com a folia.

A mediação será Felipe Ferreira, um jornalista que trocou as redações pela academia e hoje, alçado à condição de um dos mais importantes pensadores contemporâneos do carnaval devido à qualidade e à coerência de suas obras, coordena na Universidade do Estado do Rio de Janeiro esse importante espaço para a discussão da temática do
Discutir a imprensa, sobretudo a imprensa carnavalesca, é tarefa tão necessária quanto sujeita à má-fé.

É necessária porque ela, cada vez mais no mundo digital fragmentado e interativo, deixa de ser um retrato da realidade para formar uma realidade, moldar um discurso que retratará, exatamente, esta realidade. E está sujeita à má-fé por dois fatores: o espírito de corporação, que enxerga nas críticas sempre um atentado à liberdade de imprensa; e o espírito autoritário, presente em autoridades, governantes e instituições, que faz das críticas à imprensa um argumento em defesa do cerceamento de sua liberdade. É um círculo que se fecha. Como quebrá-lo?

Senti na pele as duas más-fés: há alguns anos, quando critiquei o comportamento de setores da imprensa carnavalesca, cheguei a ser agredido verbalmente por um colega. E já perdi a conta de quantas vezes recebi críticas em tom ameaçador devido a textos que desagradaram a alguns poderosos. Foi o que me moveu a criar, juntamente com Vicente Datolli, o curso de “Cobertura Jornalística do Carnaval” nas Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), que já vai para a quinta turma.

Como forma de contribuição a este debate, publico abaixo um texto de minha autoria que é distribuído em forma de apostila aos alunos do curso. Traça um panorama histórico da relação entre imprensa e carnaval. É uma versão mais expandida de uma coluna publicada neste espaço em resposta à polêmica que causou minha crítica à imprensa de carnaval.

Sem os jornais, as revistas, o rádio e a televisão, o carnaval jamais teria conquistado a importância de que desfruta atualmente. Até o início do século XX, a mídia imprensa era a única responsável por divulgar, organizar e patrocinar bailes, desfiles e outros eventos. Funcionava, também, como campo de batalha ideológica das classes sociais que se viam representadas pelas diversas manifestações carnavalescas.


Na disputa pela legitimidade do espaço público que estas ocupavam, escritores, intelectuais e jornalistas engajavam-se por intermédio das páginas de jornais.


Uma incipiente indústria cultural – impulsionada pelo fonógrafo, pelo sistema de gravação elétrica de discos e pela expansão das emissoras de rádio e pela indústria cinematográfica – fixou o samba como gênero e o carnaval como uma festa musical,  com obras compostas especialmente para a folia. “Por muito tempo, foram cantadas no carnaval carioca coisas sem qualquer sentido carnavalesco. Cantigas de roda, hinos de guerra, canções folclóricas, trechos de óperas, árias de operetas, e até fados lirós”, escreveu Edigar de Alencar em
O carnaval carioca através da música.

Não fosse indústria cultural, a Era Vargas não teria feito do samba um elemento integrador e sincrético, definidor de uma brasilidade brejeira e malandra, mas ao mesmo tempo ordeira, trabalhadora e passiva. O samba não se teria transformado numa questão de Estado se, paralelamente à chegada de Getúlio Vargas ao poder, não tivesse havido o extraordinário desenvolvimento dos meios de comunicação de massa.


Samba e indústria cultural, para a contrariedade dos puristas, estão entrelaçados - mas não por uma força alienígena que lhe rouba a autenticidade e a pureza.


O carnaval segregado contradizia o projeto de exploração do inconsciente coletivo nacionalista. Era preciso haver, além do ritmo, uma festa, um ritual que representasse o Brasil. As escolas de samba, como se sabe hoje, ocuparam esse espaço.


Mas não no mesmo período histórico do samba. (Samba e escola de samba, embora ligados historicamente, não são a mesma coisa) Antes delas, o carnaval das marchinhas, do bailes, dos sambas, dos bondes e das ruas –
glamourizado pelas chanchadas - era o ponto máximo do “tríduo momesco”.

***


No domingo de carnaval de 1932, o jornal Mundo Esportivo circulou com esta manchete: “A alma sonora dos morros descerá para a cidade.” Escrita pelo jovem jornalista Nélson Rodrigues, noticiava o primeiro desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, realizado na Praça Onze e vencido pela Mangueira. A idéia de promover uma competição entre as escolas de samba – que já se apresentavam espontaneamente, sem caráter competitivo – fora do jornalista Mário Filho, irmão de Nélson e proprietário do jornal, para preencher o noticiário no período de entressafra de competições esportivas.

A manchete do
Mundo Esportivo demarca o território urbano ao qual, no imaginário social das classes altas e médias, o samba e as escolas estavam à época associados - a despeito do debate, travado posteriormente entre estudiosos da música brasileira, sobre se o samba carioca nasceu no morro, no asfalto ou na Bahia. Até 35, quando o desfile foi oficializado pela prefeitura do Distrito Federal, os jornais do Rio cumpriram o papel de organizá-lo. E, quando o poder público passou a fazê-lo, os jornais não deixaram de participar de maneira institucional.

À imprensa escrita, de que eram leitores os mais favorecidos econômica e intelectualmente, cabia a mediação entre dois universos sociais distintos, como que a mostrar que era curta a distância entre eles. Assim, publicavam-se reportagens ou crônicas sobre o carnaval assinadas por grandes literatos e pelos principais jornalistas do Brasil. “(...) dentre todos os grupos e instituições que aprofundaram suas relações com as escolas de samba nesse período, a que interveio mais diretamente na vida das escolas foi a imprensa, ao contrário do pensamento que acopla a oficialização com uma suposta dominação das mesmas pelo Estado”, afirma o geógrafo Nélson da Nóbrega Fernandes em
Escolas de Samba: sujeitos celebrantes e objetos celebrados.

Os anos 60 não foram revolucionários apenas na política, na música e nos costumes. Imprimiram mudanças radicais no carnaval brasileiro: transformaram em cinzas o carnaval das marchinhas e dos bondes, deram impulso às escolas de samba para que se juntassem ao samba como representação nacional. E, mais uma vez, lado a lado dessa “revolução carnavalesca” estava uma nova etapa do desenvolvimento das comunicações no Brasil.


As rádios – que estavam se adaptando a uma nova realidade, depois do surgimento da televisão – passaram a abriram o microfone para as escolas. Com o advento do videotape, no início dos anos 60, as emissoras de TV passaram a transmitir flashes dos desfiles das escolas de samba, ainda na Avenida Rio Branco. Pelo que se tem notícia, a TV Continental fez a primeira transmissão em
flashes, em 1960. O surgimento da TV em cores, em 1972, fez com que as emissoras de TV dessem mais espaço ao desfile: num primeiro momento, aumentaram a duração dos flashes; depois,
passaram a transmiti-lo integralmente.

Há consenso entre os estudiosos da comunicação acerca do papel primordial da televisão no processo que galgou as escolas de samba à posição que ocupam hoje. A transformação de uma manifestação artística num espetáculo não poderia ocorrer sem a transmissão de imagem. Tampouco se daria numa imagem em preto e branco.


***


A associação entre escolas de samba e televisão ensejou um discurso ideológico. Transmitido em rede nacional, o desfile tornou-se a metonímia do Brasil. Tornado espetáculo, institucionalizado, o desfile, agora,
prescinde da mediação da imprensa. Precisa é de um tipo de divulgação: a linguagem do espetáculo. Assim, tudo o que não seja para exaltar, valorizar, glorificar, sempre numa retórica grandiloqüente e majestática, é visto como uma ameaça ao que nos faz conhecidos, um complô - sabe-se lá por que - destinado a usurpar do povo brasileiro sua principal festa.

As grandes empresas de comunicação, que cada vez dedicam menos espaço ao carnaval, desviaram sua cobertura. Já não interessa o velho sambista, o enredo da escola, o universo social e cultural das agremiações. O foco está nas celebridades, nas famigeradas rainhas e madrinhas de bateria, nos carnavalescos, nos destaques que desfilam luxuosos ou despidos. Não é um juízo de valor: é um juízo de fato.


A imprensa carnavalesca cindiu-se em duas vertentes: a que é refratária à mercantilização e às inovações, totalmente insensível ao fato de que as escolas sempre estiveram em constante mutação; e a entusiástica, que se derrama em elogios e defende a “modernidade” do carnaval carioca, fazendo apenas críticas pontuais (a escola não desfilou bem, a bateria atravessou, a harmonia não segurou o componente, o enredo era ruim). Pouco se observam, tanto numa quanto noutra, críticas às estruturas do carnaval.


Porque é este o problema da imprensa carnavalesca: como se comportar neste novo momento histórico da relação entre mídia e carnaval. Não é um problema pessoal. Bons e maus profissionais existem em qualquer atividade. Fulanizar o debate é fugir dele: dá a impressão de que, extirpando-se os maus, resolve-se o problema.


O seja “espetacularizado”, do que não seja show, ou seja, do que não seja televisivo. Por isso, as cenas se repetem a cada carnaval: as cabines de rádio são instaladas num lugar desrespeitoso, em que os profissionais não conseguem acompanhar o desfile; não há lugar adequado para profissionais da imprensa escrita; fotógrafos e repórteres disputam a tapa um lugar no computador da sala de imprensa; representantes de
sites – nos quais se concentram as discussões mais aprofundadas sobre carnaval – com acesso restrito ao desfile; trogloditas cerceando o trabalho de jornalistas, por vezes agredindo-os. E, por fim, a sugestão, feita durante a coletiva do presidente da Liesa, de que os jornais passassem a pagar para fazer a cobertura no Sambódromo.

O espetáculo chegou a um nível que prescinde do que não seja “espetacularizado”, do que não seja show, ou seja, do que não seja televisivo. Por isso, as cenas se repetem a cada carnaval: as cabines de rádio são instaladas num lugar desrespeitoso, em que os profissionais não conseguem acompanhar o desfile; não há lugar adequado para profissionais da imprensa escrita; fotógrafos e repórteres disputam a tapa um lugar no computador da sala de imprensa; representantes de
sites – nos quais se concentram as discussões mais aprofundadas sobre carnaval – com acesso restrito ao desfile; trogloditas cerceando o trabalho de jornalistas, por vezes agredindo-os. E, por fim, a sugestão, feita durante a coletiva do presidente da Liesa, de que os jornais passassem a pagar para fazer a cobertura no Sambódromo.

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Entre os anos 50 e 80, a imprensa carnavalesca abrigava profissionais que se destacavam como críticos culturais, produtores e pesquisadores. Em suas fileiras pontificavam J.Efegê, Sérgio Cabral, José Carlos Rêgo, Juvenal Portela, Haroldo Bonifácio, Moacyr Andrade, Lena Frias, Roberto Moura, Adelzon Alves, Cláudio Vieira, Juarez Barroso, Roberto Barreira, Luiz Lobo, entre outros.


Mudou o carnaval, mudou o mundo, mudou o jornalismo. Uma plêiade de notáveis analistas culturais vicejava na imprensa. Na crítica cinematográfica, um Paulo Emílio Salles Gomes, um Moniz Vianna, um José Lino Grünewald. Na teatral, um Yan Michalski, um Décio de Almeida Prado.


Na literária, um Álvaro Lins, um Oto Maria Carpeaux, um José Guilherme Merquior. Na de artes plásticas, um Ferreira Gullar, um Mário Pedrosa. Na televisiva, um Fausto Wolf, um Artur da Távola. Na política, um Castelinho, um Villas-Bôas Corrêa, um Marcos Sá Corrêa. Na esportiva, um Armando Nogueira, um Nélson Rodrigues, um Mário Filho, um João Saldanha.


O jornalismo hoje é mais superficial. Não que não haja jornalistas capazes de redigir um texto mais analítico e reflexivo. É que o leitor, também, é menos analista e reflexivo, mais massificado no que isso tem de pior, que é a perda das referências que dão sentido a uma obra.


***


Será que o epílogo desta história será o desaparecimento da crítica carnavalesca? O jornalista Alberto Dines, em texto publicado há dois anos, diagnosticou-lhe a morte:
O fenômeno mais interessante é o desaparecimento nas redações dos catedráticos do samba e das tradições populares. Cada redação tinha os seus (espalhados nas diversas editorias, mas convocados a partir de janeiro para a missão especial). Nem todos boêmios, a maioria engravatada, mas capazes de cantar as marchinhas de 20 anos atrás, citar enredos, nomear os mais famosos mestres-salas e garbosas porta-bandeiras.

Esses carnavalescos eram os escudeiros das tradições, memória e pauta. Jornal e Carnaval andavam juntos e todos ganhavam, sobretudo os leitores. Ficou tudo reduzido à questão da escala e dos plantões, quem trabalha e quem folga, quem cobre os camarotes e quem faz a corrida dos hospitais ou estradas.

Uma nova geração da imprensa carnavalesca, formada por jovens e competentes jornalistas e amantes do carnaval, está em atividade. (Alberto João, Raphael Azevedo, Fred Soares, Leonardo Bruno, Valéria Porto, Eugênio Leal, Cássia Valadão, Raphael Lemos, Giselle Santanna, Fábio Silva, Renata Onaindia, entre outros). Têm a missão de conciliar a exigência do público com a visão crítica aguçada que possuem, de não reduzir a cobertura de carnaval à escala dos plantões. Cabe a eles reescrever um novo momento histórico, bem diferente do atual.
Fonte: O Dia na Folia

domingo, 28 de agosto de 2011

sábado, 27 de agosto de 2011

CONFIRA OS SAMBAS CONCORRENTES 2012 DA MAJESTADE DO SAMBA EM NOSSO SITE http://www.portelamor.com.br

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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Eduardo Paes atua para início das obras na Cidade do Samba

Passados seis meses, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, teve que entrar no assunto para que as obras de recuperação dos barracões que pegaram fogo na Cidade do Samba aconteçam o mais rápido possível. De acordo com a coluna do jornalista Ancelmo Gois, de O GLOBO, o prefeito garante que a empresa Delta vai receber R$ 22 milhões para recuperação do lugar, que estão fixados pelo seguro da Mapfre.

Vale lembrar que União da Ilha e Portela ainda estão fazendo seus trabalhos de preparação para o carnaval nas tendas, fora da Cidade do Samba, e em alguns ateliês. A Grande Rio está ocupando o barracão que estava vazio e a Renascer de Jacarepaguá ainda está no Carandiru.

O colunista informa ainda que Paes assegura que o Sambódromo ficará pronto para os desfiles de 2012. Segundo ele, as novas arquibancadas são estruturas modulares e que tudo está no prazo.

Fonte: www.oterminal.com.br/carnavalesco


Portela dá início para os ensaios 2012 com 26 sambas na disputa

A Portela vai iniciar os ensaios para o Carnaval 2012 neste sábado, dia 27 de agosto, a partir de 14h. A quadra da Caprichosos de Pilares será o palco do evento, já que a quadra da agremiação ainda passa por reformas.

A azul e branca recebeu 26 sambas que vão concorrer para ser o hino da escola em 2012, quando vai entrar na Sapucaí com o enredo "E o povo na rua cantando. É feito uma reza, um ritual", de autoria do carnavalesco Paulo Menezes.

O número de obras que serão cortadas nas eliminatórias só será conhecido após o sorteio da ordem da apresentação dos sambas. Todos serão apresentados com o apoio da bateria "Tabajara do Samba", que tem à frente o mestre Nilo Sérgio.
Mais informações sobre o evento:

Endereço: Rua Faleiros, 1, Pilares - quadra da Caprichosos de Pilares
Ingresso: R$ 5
Contato: 2489.6440

Fonte: www.sidneyrezende.com/carnaval

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Portela recebe sambas concorrentes nesta quarta-feira

Por Fábio Silva

A Portela recebe, nesta quarta-feira, de 18h às 22h, na quadra da Portelinha (Estrada do Portela, 446), os sambas concorrentes para o Carnaval de 2012, quando a escola apresentará na Avenida o enredo ".... E o povo na rua cantando. É feito uma reza, um Ritual", de autoria do carnavalesco Paulo Menezes e do cantor e compositor Marquinhos de Oswaldo Cruz.

Os poetas de Oswaldo Cruz e Madureira deverão levar no dia da entrega 2 CD's, 50 cópias da letra da obra que vai concorrer e o valor de R$ 100 de taxa por parceria.

A apresentação dos sambas acontecerá no próximo, 27, na quadra da Caprichosos de Pilares que fica na Rua Faleiros,1, em Pilares, a partir das 14h. O preço do ingresso custa R$ 5.  

Fonte: www.galeriadosamba.com.br


Riotur abre inscrições para eleger Rei Momo e Rainha do Carnaval 2012

Por Fábio Silva

A Riotur abre, nesta terça-feira, 23 de agosto, as inscrições para eleger o novo Rei Momo do Carnaval 2012. Os interessados deverão comparecer à sede da empresa, que fica na Praça Pio X, nº 119, 12º andar, Centro, no horário de 10h às 17h.

Os candidatos a Rei Momo não podem ser servidores públicos municipais, estaduais e federais e devem residir no Rio de Janeiro há pelo menos dois anos; ter entre 18 e 55 anos, altura mínima de 1,70m e ter concluído o 1º grau. Serão observados as seguintes características: sociabilidade, facilidade de expressão, desembaraço, espírito carnavalesco, simpatia e domínio do samba.

As candidatas a rainha e princesas precisam morar no município do Rio há pelo menos dois anos, ter idade entre 18 e 35 anos, ter concluído o 1º grau e altura mínima de 1,60m. Os pré-requisitos observados serão: harmonia de linhas físicas, beleza de rosto, sociabilidade, simpatia, espírito carnavalesco, domínio do samba e facilidade de expressão.

É necessário apresentar, no momento da inscrição, cópias autenticadas, ou acompanhadas dos originais, dos seguintes documentos: identidade, CPF, comprovante de residência (próprio, pai, mãe ou contrato de aluguel), certificado ou declaração de escolaridade, uma fotografia de corpo inteiro, número de inscrição no INSS/PIS ou PASEP, declaração que reside no município do Rio de Janeiro, de que não é servidor público municipal, estadual e federal e nem ocupa cargo dentro dessas estruturas, além de um atestado de aptidão física com data recente ao Concurso, atestando ótimas condições de saúde do candidato, visando o cumprimento do contrato.

Os mandatos vão ter início na data de suas eleições e vão terminar no dia 27 de fevereiro de 2012, com o encerramento do Carnaval. As finais serão realzadas no dia 28 de outubro de 2011, a partir de 19h. O local ainda será divulgado.

Prêmio para os eleitos

O primeiro colocado ganhará o título de "Rei Momo 1º e Único do Carnaval 2012", uma coroa, uma faixa, um cetro e a quantia de R$ 20 mil. O valor será pago após a assinatura do Termo Contratual.

O segundo colocado vai receber o prêmio de R$ 3.500 e o terceiro, R$ 1.500.

A eleita a "Rainha do Carnaval 2012" vai receber uma coroa, uma faixa e a quantia de R$ 20 mil. A segunda colocada vai recebr o título de "Rainha do Carnaval 2012" e ganhará uma coroa, uma faixa e a quantia de R$ 15 mil. A terceria colocada será a "2ª Princesa do Carnaval 2012", levando uma tiara, uma faixa e o valor de R$ 15 mil. 

Fonte: www.galeriadosamba.com.br

Lesga rompe com a TV Bandeirantes e desfile pode ter 60 minutos de duração

A Lesga (Liga das Escolas de Samba do Grupo de Acesso) realizou na noite desta segunda-feira, uma plenária reunindo todos os presidentes ou representantes do Grupo de Acesso A. No início da reunião, o presidente da Lesga e também da Inocentes de Belford Roxo, Reginaldo Gomes, contou quais eram os principais pontos da reunião: transmissão do carnaval, barracões, regulamento e o dossiê sobre o resultado do carnaval 2011.

As escolas do Grupo de Acesso A, não estavam satisfeitas da maneira que a TV Bandeirantes estava transmitindo o seu carnaval e por isso resolveram fazer mudanças, já para o próximo ano. Reginaldo falou ao site
CARNAVALESCO, o que está sendo decidido em relação ao televisionamento:

- A Bandeirantes não fará a transmissão do nosso desfile. Hoje nós já temos a garantia de transmissão em outro canal aberto. As escolas decidiram em não fazer com a Bandeirantes porque os desfiles não eram valorizados. Na verdade, eles dividiam com outros carnavais pelo Brasil. Queremos uma transmissão onde falem das alas, alegorias, histórias da escola, mostre a bateria no setor 1, o grito de guerra entre outros. Nossa ideia é que o público em casa, tenha a mesma sensação de quem está assistindo na Avenida – frisou.


Outro ponto também muito questionado e ainda sem solução é sobre os barracões para algumas escolas do Acesso, que ainda estão na área apelidada de Carandiru:


- Sobre os barracões, nós estamos aguardando a prefeitura autorizar. Na verdade houve um compromisso deles com a gente e foi falado sobre um local no Caju. Estamos aguardando essa liberação, mas hoje já pedi para eles começarem a desenvolver o carnaval até porque não podemos ficar esperando uma solução. Também vemos que no Grupo Especial ainda não foi dado uma solução para Renascer e por isso mesmo não vejo nenhum problema para as outras escolas já começarem os seus trabalhos – concluiu.


Sobre o regulamento foi passada algumas modificações aos representantes das agremiações, porém nada foi definido para o próximo carnaval. As escolas vão conferir e depois na próxima plenária decidir o que por em prática. Reginaldo também falou sobre essas possíveis mudanças:


- Temos observado que o regulamento está muito voltado para perda de pontos. Com perda de pontos, em situações que não achamos justas. Queremos transformar o que não for obrigatoriedades em multa sem tirar ponto da escola – justificou.


Além disso, a Lesga ainda pode levar o tempo máximo de desfile de 58 para 60 minutos. Uma das vontades de todos os presentes foi uma possibilidade que hoje pode estar distante, porém não está descartada é sobre o acesso de duas escolas e o rebaixamento de duas do Grupo Especial, o presidente também contou sobre essa hipótese:


- Assim, esse projeto existe. Houve uma reunião entre a RioTur a Liesa e a Lesga. A proposta era ter o Grupo de Acesso com oito escolas. Como houve um enxugamento no Especial também teria que ocorrer no Acesso. A condição para aceitarmos isso, foi que, a partir do momento que estivéssemos com apenas oito escolas, poderíamos pleitear que volte a subir duas e cair duas escolas. Isso se daria do Especial até as escolas da Associação. E eu acredito que esse é o grande negócio do carnaval. Assim movimentaríamos ainda mais essa disputa – finalizou.

Fonte: www.oterminal.com.br/carnavalesco

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Tia Surica é a convidada do Samba de Alforria desta sexta-feira


Tia Surica da Portela será a próxima convidada do Samba de Alforria, marcado para esta sexta-feira, dia 26 de agosto, a partir de 20h, no Grajaú Tênis Clube.

Aos quatro anos de idade, ela já desfilava pela Portela, acompanhada pelos pais. Ganhou o apelido de Surica da avó, quando ainda era criança. Com o tempo e o envolvimento com o Carnaval, tornou-se referência no mundo do samba e, atualmente, é uma das mais importantes e respeitadas integrantes da velha-guarda da Portela.

Tia Surica lançou, em 2003, quando tinha 63 anos, seu primeiro CD, que recebeu o título de "Fina flor", que reuniu a elite de compositores da escola de Madureira, como Monarco, Anice e Chico Santana.

Mais informações sobre o evento:

Local: Av Eng Richard, 83, Grajaú - Grajaú Tênis Clube
Início: 20h
Entrada: Preço Popular:  R$ 10,00
Classificação: 14 anos
Informações:  8384-5010 (Luciano Santos) / 8384-5031 (Flávia Castro)

Fonte: www.sidneyrezende.com

sábado, 20 de agosto de 2011

CRIANÇADA, CHEGOU PORTELAM♥R MIRIM
Acesse o site e divirta-se com os joguinhos

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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Monarco festeja aniversário com show de graça

Por Simone Fernandes

Líder da Velha Guarda da Portela, Monarco, que completou 78 anos no último dia 17, vai festejar a nova idade com show no domingo, 28, na Praça Paulo da Portela, em Oswaldo Cruz. No evento, promovido pela Prefeitura do Rio, através da Riotur, o bamba da azul e branco dividirá o palco com convidados como os filhos Mauro e Marquinhos Diniz, Marquinhos de Oswaldo Cruz, a Velha Guarda Show e a bateria da Portela.
A festa, que é de graça, começa às 13h. A Praça Paulo da Portela fica na Estrada do Portela, quase em frente à antiga sede da Portela, a Portelinha.

Fonte: www.tudodesamba.com.br

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Carnaval 2012: confira o calendário das finais de samba das escolas


GRUPO ESPECIAL

Grande Rio: 8/10/2011
Mangueira: 8/10/2011
Renascer: 8/10/2011
Beija-Flor: 11/10/2011
Salgueiro: 11/10/2011
Portela: 14/10/2011
Porto da Pedra: 14/10/2011
São Clemente:  14/10/2011 (a confirmar)
Unidos da Tijuca: 15/10/2011
Vila Isabel: 15/10/2011
União da Ilha: 16/10/2011
Mocidade: 16/10/2011
Imparatriz: 17/10/2011

Fonte: www.sidneyrezende.com/carnaval
Indefinição nos barracões das escolas do Grupo de Acesso continua

Por Rodrigo Coutinho

Ao que parece, o imbróglio envolvendo os barracões das escolas de samba dos Grupos de Acesso A e B está longe de ter uma solução. De acordo com o presidente da Lesga, Reginaldo Gomes, ainda não existe nem mesmo previsão de data para que as escolas se instalem no galpão conseguido pela Prefeitura na Avenida Brasil, altura do bairro do Cajú.

- Essa questão ainda não avançou. Não tem nenhuma novidade. Já busquei respostas junto a Prefeitura, liguei pra lá, mas ainda não sei quando a mudança acontecerá. Já até disse para as escolas darem início aos seus trabalhos onde estão no momento - revelou Reginaldo.

No dia 6 de julho, durante o sorteio da ordem de desfile do Grupo Especial, o secretário de turismo do Rio, Antonio Pedro Figueira de Mello, revelou com exclusividade ao CARNAVALESCO que as escolas deveriam mudar-se para o local em breve, mas, na semana seguinte, uma operação policial realizada no local desmantelou uma quadrilha que agia dentro de um dos galpões que serão ocupados, fato que estaria atrasando a mudança das agremiações.

Fonte: www.oterminal.com.br/carnavalesco
Portela e Ilha começarão a produção do carnaval nas tendas improvisadas e galpões alternativos

Por RodrigoCoutinho

Sem data certa para o início da fase de reconstrução dos barracões afetados pelo incêndio ocorrido na Cidade do Samba, no mês de fevereiro, algumas escolas terão que iniciar a construção de suas alegorias e fantasias fora de seus barracões originais. De acordo com o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba, Jorge Luiz Castanheira, Portela e União da Ilha começarão a construir seus carnavais nas tendas improvisadas da Cidade do Samba e em galpões alternativos. Já a Renascer, até que o barracão 1 fique pronto - local que posteriormente será ocupado pela agremiação de Jacarepaguá - deverá produzir suas alegorias dentro do barracão que já ocupa desde a época em que integrava o Grupo de Acesso A. A Grande Rio, outra afetada no incêndio, continuará no barracão 7.
- Já colocamos à disposição das escolas a possibilidade de elas encontrarem galpões alternativos para complementar o carnaval, fazendo esculturas e algumas alegorias. A Liga dará apoio logístico para que nenhuma escola seja prejudicada. Vamos manter também as tendas que montamos para que as escolas preparassem os seus carnavais - revelou o dirigente, que lembrou o momento de decisão vivido pela entidade máxima do carnaval carioca. Castanheira afirmou também que questões inerentes ao regulamento de 2012 foram debatidas, mas somente após o reinício das obras na Cidade do Samba elas serão votadas.
Outro problema que precisará ser resolvido é o fato de o piso existente nas tendas que abrigam Portela e Grande Rio não ser nivelado, fato que prejudica a montagem das alegorias. O presidente da Liesa afirmou que a questão já foi levada até ele pelo presidente portelense Nilo Figueiredo, mas que o próprio mandatário da Azul e Branco de Madureira estaria viabilizando junto à Prefeitura um nivelamento do piso do local.
O prazo de 90 dias de entrega dos barracões após o início das obras voltou a ser citado por Castanheira. Ele ressaltou que as encomendas dos materiais para a obra já estão sendo feitos.
- Já confirmamos com a seguradora e a construtora. Provavelmente vamos iniciar a obra de reconstrução no início da próxima semana. Já estamos fazendo as encomendas dos materiais necessários para a obra. Se Deus quiser num prazo de 90 dias, aproximadamente, nós teremos a condição de ir recolocando as escolas em seus barracões.
Festa de lançamento do CD pode ser na Beija-Flor
Outra novidade confirmada por Castanheira é que a festa de lançamento do CD do Grupo Especial tem chance de voltar a ser realizada na quadra da escola campeã no ano anterior. Ainda sem data oficial, o evento aconteceria em novembro. Apesar disso, a tradicional festa na Cidade do Samba, em homenagem ao Dia Nacional do Samba, 02 de dezembro, também deverá ser realizada.  

Fonte: www.oterminal.com.br/carnavalesco


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Reflexões sobre "O chão do samba" marcaram seminário no CCBB

Por Fábio Silva

Com reflexões e gargalhadas. Foi assim que Selmynha SorrisoZ, porta-bandeira da Beija-Flor, e Nilce Fran, coordenadora da Ala de Passistas da Portela, arrancaram aplausos do público que nesta terça-feira, 16, acompanhou mais um encontro do seminário "Carnaval, que festa é essa?", realizado no Centro Cultural Banco do Brasil, em parceria com o Ministério da Cultura. Vitoriosas na escola da vida, suas lembranças, opiniões e lições emocionaram a plateia que encheu o Teatro I para conhecer um pouco mais sobre 'O chão do samba'.

De acordo com a estudiosa do Carnaval Maria Augusta Rodrigues, que se sentou na primeira fila, o debate é válido porque falta à sociedade, inclusive à imprensa, reconhecer a relevância do Carnaval ao longo de todo o ano:

- No que tange à mídia falta divulgação porque o Carnaval só tem espaço quando se aproxima a data dos festejos. Pouco se comenta a respeito dos bastidores, dos profissionais que vivem do samba, dos que enveredam por outras formas de arte, o que me leva a acreditar que o Carnaval é ainda, sim, uma atividade marginalizada. É preciso acabar, por exemplo, com o preconceito relacionado às pessoas que militam no mundo carnavalesco - declarou.

Os números em torno da economia movida pela folia realmente ratificam a importância do Carnaval em todos os âmbitos. Segundo dados da RioTur, a folia carioca movimenta aproximadamente R$ 1 bilhão, recursos tão impressionantes que, por conseguinte, demandam estratégias de administração e, claro, profissionais qualificados. Assim sendo, em defesa dos sambistas, o mediador Aydano André Motta abriu o evento salientando "o abandono absurdo a que estão submetidos diante do que é conhecido como o maior espetáculo da Terra.

Para a porta-bandeira Selmynha SorrisoZ, os artistas do samba estão longe de ter a remuneração e o respeito que merecem:

- Os sambistas provaram ao mundo que o samba é capaz de abrir portas, dar dignidade e nada tem a ver com malandragem. Por isso, como brasileiros, merecíamos ser mais respeitados. Se falarmos em termos financeiros, então, estamos muito desvalorizados. Os cachês são os mesmos de 10 anos atrás, os mesmos R$ 50 são oferecidos. Não precisamos ganhar tanto quanto os jogadores de futebol, mas, na velhice, queremos ter o suficiente para comprar nossos remédios, ao invés de esmolar - disse ela.

Quando a conversa chegou ao assunto educação, ambas as participantes, haja vista coordenarem projetos sociais com crianças da comunidade, foram categóricas: Muitas vezes, as escolas de samba, com o apoio de patrocinadores, assumem o papel do Estado, formando o futuro do Brasil:

- Se cobramos às mães o boletim escolar e o atestado de saúde de seus filhos, elas estranham, perguntam pra que pedimos estes documentos. Então, digo a elas que sem saúde e estudo as crianças não podem se dedicar ao samba ou a qualquer outra atividade - lembrou Nilce Fran, que há 10 anos, ao lado do colega Valci Pelé, ensina a dança através do Projeto Primeiro Passo, em Oswaldo Cruz.

Se a responsabilidade fora da Sapucaí é grande, na Avenida ela gera surpresas por vezes nada agradáveis. A porta-bandeira da Beija-Flor contou que, em 2007, minutos antes de vestir a fantasia, sofreu com uma tremenda dor de barriga. Mas o pior, ressalta ela, estava por vir: o último desfile, este ano, foi mais tenso de sua carreira:

- Sofri com a confecção da roupa - por isso nos atrasamos - e ainda tivemos, eu e Claudinho (mestre-sala), que enfrentar o óleo derramado na pista pela Porto da Pedra. Depois da apuração, ouvi comentários pesados, críticas duras e a cobrança foi enorme, mas como dar notas baixas a um casal que enfrentou tantas dificuldades? - indagou Selminha, abrindo o coração.

Já com Nilce Fran, o tema espinhoso foi o questionamento quanto ao fato das passistas raramente se tornarem rainhas de bateria. Para ela, cujo talento levou à coroa e ao estrelato à frente dos ritmistas da Portela em 1995, 96 e 97, a comercialização do cobiçado posto é a explicação:

- O comércio discrimina as passistas porque elas não têm dinheiro para contribuir com o Carnaval, com a fantasia da bateria, com festas, negociar. Sinceramente, não vejo como mudar isso. Na minha opinião, escola de samba não precisa de uma global ou de mulheres que estejam na mídia para provar sua grandiosidade- afirmou.

Ainda com relação às passistas, uma novidade mereceu a aprovação de Nilce Fran e da maioria dos espectadores: o novo posicionamento da ala. Geralmente atrás do carro de som, os sambistas se sentiam prejudicados por vários fatores:

- A Portela foi a primeira a tirar os passistas desta condição e a Beija-Flor entendeu o espírito da coisa, fez o mesmo. Espero que as demais escolas tenham o mesmo discernimento porque a comunidade não tem tempo pra sambar no pé, de modo que esta função cabe a nós. É um momento muito especial. E eu sou uma senhora com sinusite, rinite, gente, não tenho como ficar engolindo fumaça do carro de som - brincou a portelense.

Antes do encerramento, Selmynha SorrisoZ, como não poderia deixar de ser, explicou ao público o motivo do apelido que lhe cai, inquestionavelmente, como uma luva:

- O Sorriso surgiu a partir da primeira matéria jornalística em que fui citada. No dia seguinte a minha apresentação como porta-bandeira da Estácio de Sá, o querido José Carlos Neto, que lamentavelmente agora se encontra bastante doente, estampou o título 'O Sorriso da Estácio' no antigo jornal A Notícia. A ideia agradou, de maneira que serei eternamente grata ao jornalista".

O papo estava tão descontraído que as perguntas não paravam de chegar ao mediador. No entanto, as respostas ficarão para o próximo encontro, dia 20 de setembro, quando estarão presentes o presidente da Liesa, Jorge Castanheira, e o economista Carlos Lessa. O também economista Sérgio Besserman, ex-presidente do IBGE e do Instituto Pereira Passos, mediará o debate intitulado 'Samba como economia da cultura'. 

Fonte: www.galeriadosamba.com.br

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Aniversário de Clara Nunes e homenagem no Carnaval 2012


No dia em que a cantora Clara Nunes completaria 69 anos de vida, o SRZD-Carnaval, faz uma justa homenagem à esta artista que cantou o samba e levou nossa cultura a outros países. Considerada a cantora que mais gravou obras de compositores portelenses, ela será lembrada no Carnaval de 2012 da azul e branco de Oswaldo Cruz e Madureira. O carnavalesco Paulo Menezes desenvolve o enredo "E o povo na Rua Cantando. É feito uma Reza, um Ritual".

"Neste enredo nós faremos uma pequena homenagem à Clara Nunes. Ela será a anfitriã, a responsável, por levar a Portela até a Bahia. A Clara foi a pessoa que mais 'vendeu' a imagem da Bahia e o sincretismo baiano. Será um conjunto de homenagens", explicou.

O carnavalesco ainda lembrou o amor dos portelenses pela artista, que morreu tão jovem, aos 39 anos.

"Eu sabia que a Portela tinha um carinho muito grande pela Clara Nunes. Mas não tinha ideia da dimensão do amor que os portelenses sentem por ela, é de emocionar. Eles tem a imagem dela, quase como uma divindade", afirmou.

"O que a Clara Nunes nos deixou de melhor, foi sua própria história, tudo o que ela construiu. Quase 30 anos após sua morte, ela ainda é lembrada e cantada", completou.
Homenagem merecida feita pela Paraíso do Tuiuti

Clara Nunes também será homenageada, no Carnaval 2012, pela Paraíso do Tuiuti, que dedica seu enredo à ela, com o título: "Clara Nunes - A tal mineira". Para saber um pouco mais sobre o pensamento da escola em relação à artista, o SRZD-Carnaval conversou com o carnavalesco Jack Vasconcelos, que, além de admirar a cantora pelo que representa até hoje, disse que está se surpreendendo positivamente com o retorno dos fãs.

"A obra de Clara Nunes é um tratado de identidade nacional. Ela deixou esse legado para o povo brasileiro. Ouvir Clara Nunes é estudar a história do Brasil. Não tem como mensurar a importância dela. Ainda tá sendo espantoso, porque só de falar o nome dela, as pessoas já se sensibilizam. O nome dela é muito forte. Tem gente que é fã, mas nunca viu a Clara cantar. Tem um massa de gente jovem que é fã e sã super ligados à Clara. Para mim, descobrir isso está sendo uma surpresa muito boa", disse.

Jack destacou que percebeu que os fãs de Clara Nunes, mesmo jovens, que entraram em contato com ele devido ao enredo, são realmente fãs, já que buscam "além da música dela, mas também, sua história de vida".

O carnavalesco da Tuiuti acredita que, atualmente, as pessoas estão se afastando das "nossas raízes" e se distanciando dos "nossos valores", por isso, se emociona ao falar de Clara Nunes.
"Falar de Clara, fazer ela ser lembrada já levanta uma discussão sobre o que é nosso. Isso já marcou, vai ficar para sempre".

Jack lembrou que o desfile da Paraíso do Tuiuti em 2012 vai abordar o nascimento de Clara Nunes e o personagem no qual ela se transformou. As obras da cantora serão o foco do enredo, que promete emocionar o público.

Nesta sexta-feira, dia do nascimento da cantora, a escola fará uma homenagem à ela em sua quadra, dando o pontapé inicial para o Carnaval 2012, com a apresentação dos sambas concorrentes.


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A Torcida Portelamor, faz nesta sexta-feira, 12 de agosto de 2011, a sua homenagem a Clara Guerreira. Durante todo o dia serão executados os maiores sucessos da cantora em seu site.
www.portelamor.com.br

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terça-feira, 9 de agosto de 2011

Seminário debate a religiosidade no Carnaval


Um debate sobre a religiosidade no Carnaval será promovido pela Sagitáriu´s, na "Primeira Feira Mística do Brasil", marcada para os dias 22 e 23 de outubro, no Centro de Convenções Sul América, que fica na Av. Paulo de Frontin, 1, Cidade Nova.
O evento vai contar com duas mesas de debate por dia. Na segunda mesa do dia 23, às 15h, haverá uma discussão sobre o tema abordado nos desfiles de escolas de samba. Na ocasião do debate, estarão participando membros da Liesa e da Lesga, além de carnavalescos, Riotur, advogados, juristas e líderes religiosos.
Confira alguns aspectos que serão discutidos na mesa:
- O porquê de algumas religiões não permitirem a utilização de suas imagens em desfiles de escolas de samba.
- Como as religiões que permitem o uso de suas imagens vêem os desfiles.
- As Escolas de Samba que reraram enredos religiosos e tiveram problemas com desfile, alegorias e fantasias.
- As lideranças religiosas gostariam de ser consultadas durante o desenvolvimento dos enredos.
A religiosidade também será discutida no seminário em outros aspectos, como sua discussão na escola, no judiciário e nas relações profissionais. Para saber mais informações, acesse: www.primeirafeiramistica.blogspot.com.

Fonte: www.sidneyrezende.com/carnaval

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Secretário de obras fala sobre reforma no sambódromo: ''De forma nenhuma vai atrapalhar os ensaios''

Por Rodrigo Coutinho

Se depender das palavras do secretário de obras do município do Rio de Janeiro, o carioca que curte os ensaios técnicos das escolas de samba na Marquês de Sapucaí pode ficar tranquilo. De acordo com Alexandre Pinto, o atraso na licitação das obras de reformulação do lado ímpar do Sambódromo não atrapalharão os badalados ensaios, que têm previsão de início para a segunda semana de janeiro.
- De forma nenhuma vai atrapalhar. Tivemos um atraso de um mês na licitação, mas hoje já temos a empresa vencedora e já sentamos para compactar o prazo incial, que era de seis para cinco meses, finalizando a obra em janeiro. Independente de alguns serviços que ainda estejam sendo executados, como reforma de banheiro ou obra de acessibilidade, os ensaios técnicos não sofrerão com isso. O cronograma da Liesa será cumprido - disse ele, com exclusividade ao CARNAVALESCO.
Já sobre a reforma dos barracões da Cidade do Samba, afetados pelo trágico incêndio de fevereiro, o secretário revelou que a parte que cabia a Prefeitura era a demolição do que restou do incidente, etapa já concluída da obra. Apesar disso, Alexandre Pinto fez questão de manifestar que o órgão municipal está dando todo o apoio técnico à Liesa.

Fonte: www.oterminal.com.br/carnavalesco

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Feijoada da Família Portelense será um Tributo a Clara Nunes

Por Fábio Silva

A Feijoada da Família Portelense que acontece no próximo sábado (6), a partir das 13h, no River Futebol Clube, no bairro da Piedade será um Tributo a Clara Nunes. Sê viva fosse, Clara completaria 69 anos, no dia 12 de agosto. O Grupo Nosso Samba, que acompanhou a Guerreira em toda sua carreira estará tocando no evento e promete emocionar o público.

Quem abre a festa e o Grupo Gilsinho e seus capangas que recebem as cantoras Juliana Diniz, Neta de mestre Monarco e afilhada de Zeca Pagodinho e a cantora Maria Claudia que manda o melhor do samba de raiz.

Para encerrar o evento, a bateria "Tabajara do Samba" do mestre Nilo Sérgio, o intérprete Gilsinho, ala de passistas show coordenada por Nilce Fran e Valci Pelé e casais de mestre-sala e porta-bandeira fazem um show de encerramento com sambas antológicos azul e branco de Oswaldo Cruz e Madureira.

Serviço:
Feijoada da Família Portelense- Tributo a Clara Nunes
Data: 06 de Agosto de 2011
Horário: 13h
Local: River Futebol Clube (Rua João Pinheiro, 426, Piedade)
Entrada: R$ 10 (preço único)
Feijoada: R$ 15
Maiores Informações: 2593-0591 / 2596-5999
Classificação: Livre

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