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quinta-feira, 14 de junho de 2018

Lava-Jato, violência… Sambistas comentam falta de interesse pela Copa

Por Redação


A maior parte do povo brasileiro não tá nem aí pra Copa do Mundo da Fifa. Pelo menos foi a conclusão da recente pesquisa feita pelo Datafolha que apontou que 53% da população do país não demonstram qualquer interesse pela competição que começa nesta quinta-feira, 14, na Rússia.

Ainda de acordo com a pesquisa, que foi feita na semana passada, a falta de interesse na competição teve um aumento de 11% em relação ao levantamento semelhante feito em janeiro deste ano.  Trata-se de uma indiferença recorde pela competição desde a primeira sondagem a respeito, que aconteceu em 1994, às vésperas da Copa dos Estados Unidos.

“A violência na cidade não deixa a gente se animar”, diz Mestre Ciça
Entre os sambistas ouvidos pelo Sambarazzo, há os que admitem indiferença, os que estão prontos pra torcer, e os que nem sabem direito que jogadores brasileiros foram convocados para o Mundial 2018. Tanta variação de estado de espírito será efeito do inesquecível 7×1 que marcou a derrota do Brasil pra Alemanha na última edição do maior evento esportivo do mundo?
Mestre Ciça afirma que não é pela qualidade do time montado por Tite que está provocando essa indiferença pela Copa da Rússia.
– Eu faço parte desses 53% aí. A situação econômica do país, a situação dos serviços públicos do Rio e a violência na cidade não deixam a gente se animar. Tudo isso desmotiva. E ainda tem a desmotivação pelo que se gastou na Copa do Brasil, com a construção de estádios, com o que foi gasto nas construções, sendo que alguns estão sem utilidade. Sou um apaixonado por futebol e vou torcer pela seleção porque sou brasileiro, mas aquele clima de euforia, de ruas enfeitadas, não vai ter. Posso até me animar mais quando a seleção começar a jogar, e se apresentar um bom futebol. Só que, por enquanto, tá difícil entrar no clima – admite o regente da bateria da Unidos do Viradouro.

Além de Neymar, Selminha Sorriso conhece poucos jogadores da seleção: “A maioria joga no exterior”
Torcedora do Fluminense e frequentadora de jogos do tricolor do Rio, Selminha Sorriso está entusiasmada com a Copa:
– Eu tô com a minoria da pesquisa. Não estou indiferente. Tanto estou no clima da Copa, que comemorei meu aniversário com alunos do projeto ‘O Sonho do  Beija-Flor’ e o tema da festa foi justamente a Copa do Mundo.
Quando perguntada se sabia quem são os jogadores que vão vestir a camisa verde e amarela na Rússia, a consagrada porta-bandeira disse que só conhecia três atletas escalados e admite que, como a maioria atua no exterior, não é possível saber muitos nomes.
– Acho que a maioria das pessoas não sabe muito sobre os jogadores. Eu sei o Neymar, o Marcelo, que começou a carreira no meu time de coração. Ah, tem também aquele alto, de cabelos cacheados, um meio lourinho que jogou a última Copa, mas esqueci o nome – disse Selminha, se referindo a David Luiz. Ela gargalhou quando soube, pela reportagem do Sambarazzo, que o zagueiro, que atua no Chelsea, da Inglaterra, sequer foi convocado.

“A gente é forçado a assistir, o comércio fecha, né?”, frisa carnavalesco da Mangueira
Leandro Vieira, faz coro aos desinteressados pelo Mundial. Para o carnavalesco da Mangueira, os diversos escândalos políticos e a crise econômica do Brasil são os motivos para esse quadro.
– Não estou interessado nem um pouco. Estamos em um ano eleitoral e a gente vive uma situação no país complicada, tanto politicamente quanto economicamente. Eu acompanho as notícias da Copa pela televisão. O assunto é só esse. Falam mais na escalação e na qualidade dos jogadores que foram convocados do que as propostas dos candidatos para a presidência. Se eu não tiver trabalhando, vou assistir alguns jogos. A gente é meio que forçado a assistir porque o comércio fecha, né? – argumenta Leandro.

“Poucas ruas enfeitadas”, lamenta o flamenguista Dudu Nobre
Viajando para fazer shows no Piauí, Dudu Nobre também não está muito por dentro da Copa da Rússia. O sambista, que é apaixonado por futebol, comentou que tem visto poucas ruas enfeitadas e até os shows em dias de jogos da seleção estão em baixa.
Apesar disso, Dudu vai lançar nesta sexta-feira, 15, uma música fazendo referência à competição. Ele gravou “Meu destino é ser campeão” ao lado de Gilberto Gil. A composição é de Dudu e Diego Nicolau.

– Não estou muito ligado, não, mas é por causa do trabalho. Estou acompanhando mais o meu Flamengo no Campeonato Brasileiro. Só que eu ando pelo Brasil e estou vendo as coisas. Tá bem devagar mesmo. Nas últimas Copas, a essa época as ruas já estavam enfeitadas, tinha uma movimentação. Não vejo nada disso. Estamos vivendo um momento tão conturbado no país que é difícil ter cabeça para o futebol – lamenta Dudu.

Gracyanne Barbosa: “Não concordo que o país pare por causa dos jogos”
Musa fitness e rainha de bateria da União da Ilha, Gracyanne Barbosa só não vai acompanhar os jogos porque estará trabalhando.
– Vou estar na correria mesmo. No dia do 1º jogo do Brasil, vou estar fazendo uma campanha, por exemplo. Mas vou estar na torcida pela seleção, claro. Só não concordo que o país pare por causa dos jogos. Fecha comércio, a economia para – afirma Gracyanne.

Torcedores fanáticos
No time dos que vão torcer pelo hexacampeonato, Mestre Monarco está confiante na vitória da seleção de Tite. O baluarte pretende acompanhar todas as partidas. E aproveita para criticar o ex-técnico Luiz Felipe Scolari.
– Futebol é minha paixão. Agora eu estou acreditando no hexa. Esse técnico deu uma roupagem nova ao time. Não sou técnico de futebol, mas quero que aquele outro fique lá na China (Felipão, que é técnico do time Guangzhou). Ele machucou o coração brasileiro. Hoje vejo meu Brasil sonhando com esse título. Esse técnico novo veio solucionar e tirar o nosso grito de campeão que está engasgado – diz Monarco, entusiasmado.

“Precisamos tirar esse 7×1 da nossa história”
Também confiante, o presidente da Grande Rio Milton Perácio vai fazer um churrascão com a família pra torcer pelo time de Neymar e companhia. O dirigente exaltou os jovens jogadores brasileiros.
Perácio vai reunir a família para um churrasco durante o jogos do Brasil.

– Precisamos tirar esse 7×1 da nossa história. Somos o único país do mundo com cinco títulos mundiais. Temos que dar alegria pra nossa população. Chega de falar só em corrupção, que prendeu fulano, soltou beltrano. O Tite levou uma rapaziada boa. Tem o Thiago Silva, que era do meu Fluminense. Gabriel Jesus, Neymar, Paulinho, Phillipe Coutinho, que era do Vasco… – completa o presidente da escola de Caxias, que é tricolor justamente por causa do futebol. Perácio é um dos fundadores da agremiação e, por ser Fluminense, decidiu que as cores da bandeira da escola deveriam ser as mesmas do clube carioca.


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