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segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Escolas buscam parcerias para reduzir custos dos ensaios técnicos

Por Guilherme Ayupp

Fator primordial no planejamento das escolas de samba visando o desfile oficial, os ensaios técnicos representam, além da possibilidade de treinar no campo de jogo, um alto custo para as agremiações, que precisam investir em transporte para a comunidade, o traslado dos instrumentos da bateria, camisas, além de alimentação. A reportagem do CARNAVALESCO ouviu diretores de carnaval, que confirmaram que em tempos de crise, a saída para não deixar de ensaiar é a busca por parcerias para reduzir custos. O diretor de carnaval da Grande Rio, Ricardo Fernandes, explica que a confecção das camisas é onde as agremiações mais conseguem apoio. - É um custo relativamente pequeno para as empresas, já que cada camisa sai por R$ 12. E é um espaço muito interessante de visibilidade - esclarece Ricardo.

De acordo com o diretor de carnaval da Beija-Flor, Laíla, é importante lutar para que toda a comunidade compareça na avenida no dia do ensaio. - Para algumas escolas é bem complicado. Mas eu brigo para que todo o meu povo compareça e dou prioridade a quem vai de fato desfilar. O ensaio técnico para mim é na minha quadra, mas é importante participar na Sapucaí - revela.

Wagner Araújo, diretor de carnaval da Imperatriz Leopoldinense, esclarece que os gastos variam de acordo com o que cada escola tem necessidade. - Isso vai depender do que se pretende. Existe o gasto natural com transporte, camisas, alimentação e infraestrutura. Mas algumas escolas optam por levar gente fantasiada, mini alegorias, tudo isso significa gasto a mais - explica.

Junior Schall, diretor de carnaval da Mangueira, pondera que não se gasta pouco para ensaiar na Sapucaí. - Não está em cogitação deixar de realizar nosso treinamento na avenida, entretanto, não se fala em menos de R$ 80 mil para colocar uma escola na Sapucaí para ensaiar. A saída sempre está na criatividade e nas parcerias - ressalta o diretor de carnaval da Mangueira.

Mesmo com custos, agremiações pedem mais ensaios

Surgidos no início dos anos 2000 os ensaios técnicos entraram para o calendário oficial da cidade. Até 2012 as escolas ensaiavam mais de uma vez (em alguns anos chegou-se a três por escola) e a sexta-feira era utilizada. Entretanto com as obras de infraestrutura na região do Sambódromo, a Liga reduziu a um ensaio por escola, a partir de 2013.

Mesmo diante de uma crise financeira e com as dificuldades já apresentadas, algumas escolas gostariam de voltar a ensaiar mais vezes na avenida. Ricardo Fernandes afirma que entende as necessidades da cidade, mas faz um apelo. - Gostaria de ensaiar mais vezes. O ensaio técnico cria uma atmosfera boa, é uma atração para a cidade. Poderia voltar mais de um ensaio por escola - pede.

Rômulo Ramos, diretor de carnaval da Mocidade, é outro que solicita mais ensaios. - Gostaria de ensaiar no mínimo duas vezes. Você tem que avaliar o que errou antes do dia D. O Sambódromo é o campo de jogo. Às vezes não dá para corrigir para o desfile, seria necessário um segundo ensaio - ressalta Rômulo.

Dudu Azevedo, diretor de carnaval do Salgueiro, revela a importância de ensaiar onde vai desfilar. - Representa mostrar para o povo que ensaia que nossa cobrança está no caminho certo. O grande treinamento final, o treino coletivo pro jogo. Quando chegamos no ensaio técnico as pessoas percebem que toda cobrança era necessária. Se soltam, cantam e brincam - explica Dudu.


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