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sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Deu ruim! Terreno onde seria Cidade do Samba 2 é do ‘Minha Casa, Minha Vida’

Por Redação


O drama das escolas de samba da Série A segue longe de chegar ao fim. Mesmo tendo protocolado o pedido para a cessão de um terreno na Avenida Brasil, no bairro do Caju, com o objetivo de abrigar ali, em caráter de urgência, as agremiações que estão sem barracão do grupo, a Lierj não foi atendida pela Prefeitura do Rio. De acordo com nota da Riotur, o espaço pretendido será usado para a construção de condomínios do “Minha Casa, Minha Vida”.

A notícia não agradou nem um pouco o presidente da Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, Renato Thor. O dirigente esteve conversando esta semana com o presidente da Riotur, Marcelo Alves, e reclamou da falta de posicionamento da administração municipal para resolver os problemas da Série A.

– Nós protocolamos todos os documentos que eles pediram e agora estão dizendo que vai ser construído ali um condomínio. Isso não se faz – declarou Thor.

De acordo com a Riotur, um novo terreno de no mínimo 10 mil metros quadrados está sendo procurado, mas a entidade ainda não especificou em que local seria.

– Falaram que seria um espaço na Avenida Presidente Vargas (no Centro do Rio), mas não deram nenhum prazo para que o caso seja solucionado. Também nem nos deram um plano alternativo para que as agremiações pudessem iniciar os trabalhos pra 2019. Enquanto isso, as escolas seguem sendo despejadas ali do Porto – desabafou Renato Thor.

Até o momento, Alegria da Zona Sul, Inocentes de Belford Roxo, Acadêmicos de Santa Cruz e Sossego foram despejadas dos barracões que ocupavam na Zona Portuária do Rio. Dessas, somente a Inocentes conseguiu um novo local provisório para a construção do Carnaval 2019. O presidente da Santa Cruz chegou a afirmar que sem barracão não irá desfilar no ano que vem. 

Vitória na Justiça
Em decisão liminar concedida pelo desembargador Plinio Pinto Coelho Filho, da 14ª Câmara Cível da Comarca da Capital, foi suspensa a decisão anterior da 10ª Vara Cível que determinava o despejo imediato da Porto da Pedra do espaço em que fabrica os desfiles há vários anos. No mês passado, a agremiação de São Gonçalo viu o barracão ser atingido por um incêndio. Três alegorias foram perdidas.

O fogo, aliás, já atingiu em cheio outras escolas do grupo. A Renascer de Jacarepaguá sofreu com incêndios pelo menos duas vezes durante a preparação para o desfile de 2018. O antigo barracão usado pelo Império da Tijuca pegou fogo no último mês de maio.
Logo após o Carnaval deste ano, a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (CDURP), órgão municipal vinculado à própria Prefeitura do Rio, retomou um terreno onde ficava o barracão dividido entre Alegria da Zona Sul, Sossego, Cabuçu, além de outras escolas mirins. A área onde ficava a Inocentes e a Santa Cruz também foi devolvida. Em tais locais, a possibilidade mais forte é que sejam construídos empreendimentos imobiliários.

Leia na íntegra a nota da Riotur sobre o caso:

“A Riotur vem mantendo diálogo permanente com os demais órgãos da Prefeitura do Rio para viabilizar o espaço necessário para comportar os barracões das agremiações da Série A, representadas pela Lierj.

A proposta inicial de ocupação de um terreno na Avenida Brasil foi descontinuada em virtude de uma ordem judicial que determinou a instalação de um condomínio do projeto Minha Casa, Minha Vida no local. Em conjunto com as pastas competentes, seguimos em busca de um terreno que atenda à demanda de metragem mínima de 10 mil metros quadrados e esteja disponível.

Sendo o Carnaval o maior evento turístico da cidade, com grande impacto econômico e relevância cultural, a Riotur não mede esforços para solucionar esta questão, não apenas de forma temporária, mas em caráter definitivo, extinguindo a demanda preponderante da Lierj, que vem sendo postergada por gestões anteriores da Prefeitura do Rio”.

*Foto de capa: Reprodução Google Maps


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