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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Sem direito de errar: Madureira vai chorar de dor, senhor Nilo?

A crônica requer daquele que escreve uma responsabilidade enorme, pois sua escrita é irremediavelmente e tendenciosamente subjetiva, pessoal. Se pudéssemos definir essa ativid...ade de difícil conceituação, ao menos de forma mais poética, diríamos que o trabalho do cronista envolve quatro ações básicas: olhar, caminhar, pensar e escrever. Diante dessas quatro atividades, alia-se o tempo – a crônica tem data e hora marcadas – e a possibilidade de errar: falar do presente, mais especificamente do agora, envolve uma carga emocional e pessoal que torna a atividade, além de racional, sanguínea. A maturidade vem depois, quando o texto é lançado no papel, reescrito, várias vezes, corrigido, cortado, mutilado, exposto à reflexão: essa, mais serena, sem o calor da hora, sem a paixão do momento da observação. E crônicas ligadas a atividades de paixão, irracionais, como as do mundo do samba, das escolas de samba, tanto quanto no futebol, são sempre permeadas por sentimentos difusos. Errar, então, é mais que humano, é da natureza do torcedor, e esse se manifesta, de alguma forma, naquilo que pensa, escreve, observa, enquanto caminha por esse mundo vibrante e apaixonante, de sons e ritmos e corações. Então, nos encontramos em uma encruzilhada, no momento em que temos que tomar a decisão de matar ou não o Rei: mata-se o algoz, mas sacrifica-se o povo? Salva-se o povo, mantendo o tirano? Escolha de Sophia. Portanto, esta crônica trata dessa dualidade em luta, naquele que escreve. Escrever por amor? Escrever e pensar? Ou escrever com a razão? Em se tratando de Portela, embaralhadas estão as emoções. Sem um horizonte nítido à frente, tratemos, inicialmente, de olhar e caminhar. (...) continua no nosso site www.portelamor.com.br

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