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quarta-feira, 15 de maio de 2013

Especial eleições na Portela: Confira entrevista exclusiva com Serginho Procópio

Por Rodrigo Coutinho

A tão aguardada eleição presidencial da Portela acontece no próximo domingo, das 9h às 18h, na quadra da escola, e terá cobertura completa em tempo real do site CARNAVALESCO. Dando iníco à série de matérias especiais até o dia do pleito, conversamos com Serginho Procópio, líder da chapa ‘Portela Verdade’, que faz oposição ao atual presidente Nilo Figueiredo, novamente candidato. Músico e compositor, Serginho Procópio, aos 45 anos, disputa pela primeira vez o cargo máximo de sua escola de coração. Ao lado de Marcos Falcon, vice em sua chapa, conta com o apoio de diversos portelenses ilustres e segmentos importantes dentro da vida social da escola, como boa parte da Velha Guarda e as torcidas organizadas da escola. Apontado por muitos dentro da Azul e Branco como favorito, Procópio afirma:

- Não quero humilhar ninguém. Se eu vencer essa eleição com 50,1% já vou considerar uma goleada. Quero sair vencedor porque a Portela tem que ser vencedora – disse o candidato.



Como avalia essa campanha? Gostaria que você falasse sobre o Serginho Procópio de antes e o de depois desses meses?

Essa luta começou há dois anos atrás. As pessoas já não concordavam com muitas coisas erradas que aconteciam na escola e foi algo do tipo bola de neve, que vai crescendo, crescendo e se tranforma nesse movimento que você vê hoje. Olhando um pouco pra trás eu vejo como amadureci como pessoa no entendimento de administração. E não é só a administração do dia a dia, do lado financeiro da escola. Tem também o lado de tratar bem as pessoas. Isso é primordial. As pessoas precisam sentir que são queridas pelo presidente. Você é o cara mais importante da escola no momento. Então se você não trata bem as pessoas, elas não vão se sentir bem dentro da própria casa. Uma coisa é você ser componente, outra é ser administrador de tudo. Ás vezes eu penso que são 30 milhões de apaixonados e eu posso ser líder de toda essa legião. Quero isso. Botar na Avenida uma Portela que represente esse povo. Não digo que vai ser campeã. Isso depende uma série de coisas, mas que a gente quer lutar por isso, isso quer. Vamos lutar. Essa é a Portela que eu imagino. Olho pra trás e vejo toda a história que a escola tem, mas hoje é um outro momento. Não é mais aquela Portela que foi heptacampeã. O carnaval mudou. Antigamente as escolas ganhavam pontos. Hoje já entram com dez e perdem os pontos. Então você precisa se preparar para isso, para ter um futuro promissor.

O que não precisa mudar na Portela de hoje?

A nossa bateria praticamente não vai mudar. Existe sim uma concepção de criar uma velha guarda de bateria, até por que essas pessoas antigas merecem respeito. Elas ficam até um pouco chateadas quando dizemos que a bateria não vai mudar, mas estamos pontuando e ganhando prêmios. É uma bateria campeã. Os nossos sambas dos dois últimos anos também foram sensacionais, mas hoje a escola fica com 50% do prêmio dos compositores vencedores. O nosso projeto é que a escola não pegue dinheiro nenhum deles. A gente só quer que as pessoas façam o samba de coração. Pensem no enredo e escrevam com a alma. É só disso que a Portela precisa.

Domingo já é dia 19 de maio e vários profissionais já estão empregados. No caso de mudanças, restam poucas opções no mercado. Como driblar isto? Pretende mexer em quais segmentos?

Olha, muita coisa está acertada, mas quero preservar os profissionais e não vou falar agora. Se vencermos a eleição no domingo, vocês serão informados no ato das nossas contratações. Não posso falar agora, mas adianto que não estamos parados e os contatos foram feitos. Não íamos esperar ganhar a eleição para começar a contratar. Temos muitas cartas na manga e correndo atrás dos melhores.

Como pretende conciliar sua carreira artística com os afazeres administrativos da Portela?

Para mim a Portela é o topo. Vou ter que abdicar de algumas coisas na minha carreira. Eu assumi isso aqui. Tenho a minha vida particular também, mas acho que dá pra conciliar as duas coisas sim. A partir do momento que tenho profissionais gabaritados em diferentes áreas da escola, me prestando contas do que está sendo feito, o trabalho do presidente fica um pouco minimizado. Isso vocês podem me cobrar. Vamos colocar profissionais mesmo em diferentes áreas para administrar os setores da escola. As pessoas que estão abaixo do administrador, na verdade, trabalham muito mais.

Como vai fazer para pagar as dívidas da Portela e, ao mesmo tempo, investir no Carnaval 2014?

Hoje temos 25 empresas nos apoiando e com compromisso de patrocinar a escola no caso de uma vitória no domingo. Através delas vamos nos organizar financeiramente e renegociar essas dívidas a perder de vista. Temos pressa em botar um carnaval bonito na Avenida.

E o enredo? Já está definido? Pretende anunciá-lo já no domingo, em caso de vitória?

Ainda não. Temos quatro possibilidades de enredo e se vencermos a eleição vamos resolver essa questão já na semana que vem, mas são quatro belas possibilidades.

Como está vendo essa série de denúncias relativas ao atual presidente da escola? Teme algum episódio mais violento contra você ou algum membro de sua família?

Vejo com muita tristeza. Mais uma vez a Portela está na mídia por coisas horríveis. Não tenho o que temer e nem temer pela integridade física da família. Nem eu e nem eles fizemos nada de errado. Se estou incomodando alguém, não sei. Acredito que não. Gostaria de deixar bem claro que essas coisas que vem sendo noticiadas na imprensa não tem nada a ver com a ‘Portela Verdade’. É claro que agora estamos vendo ser provadas várias coisas que ouvíamos falar. Até por isso pedimos apoio de vários órgãos públicos para que nada estranho e errado aconteça na eleição. Não estamos aqui para colocar a nossa vida em jogo. Amamos a Portela e queremos o melhor para ela.

Durante a campanha, você teve uma postura mais agressiva do que o seu adversário no que diz respeito à campanha. Fez muitas visitas a associados e promoveu eventos. A postura da outra chapa te preocupa? Não parece uma certeza de um resultado positivo no domingo?

É por isso que a Portela tá nessa situação. Muito descanso é sinal de pouco trabalho. Eu tô fazendo o meu trabalho sem me importar com ele(Nilo Figueiredo). Não tô muito preocupado com isso não. Estamos indo na casa dos sócios e tendo uma recepção muito boa. Isso está me deixando bem confiante em uma vitória nas eleições. Não quero humilhar ninguém. Se eu vencer essa eleição com 50,1% já vou considerar uma goleada. Quero sair vencedor porque a Portela tem que ser vencedora. Estamos do lado onde está Paulinho da Viola, Monarco, Noca da Portela, as torcidas, o lado que quer ver uma Portela diferente e forte novamente.

E o apoio do Marcos Falcon, seu vice-presidente, como está influenciando na disputa?

O Falcon é uma pessoa muito querida na Portela. Portelense nato e também um líder. Uma pessoa que está nos ajudando. Entre ele e eu não há segredos. Estamos trabalhando juntos e queremos a mesma coisa: ver a Portela forte e campeã. Estamos lutando muito, com bastante humildade, e deixando bem claro que após a eleição isso vai continuar. Eu tenho 45 anos. O Falcon, se não me engano, tem 49, poucas vezes vimos a Portela ser campeã. A última vez que a escola foi campeã sozinha foi em 1970. Eu tinha de dois para três anos. Queremos mudar essa história.

Qual é o recado que você deixa aos eleitores portelenses e também à imensa torcida da escola?

Quero que todos os portelenses acreditem nas nossas propostas. A gente ama muito a Portela e quer o melhor para a escola, assim como esses 30 milhões de torcedores. Nos ajude a colocar uma Portela campeã na Avenida, em Madureira e dentro da sua casa, já que muita gente fica de casa e torcendo pelo televisão. Realmente queremos fazer uma Portela campeã e peço a presença de todos que puderem comparecer à Madureira. Será de grande valia a presença de todos.

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