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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Julgadores do Grupo Especial querem que escolas caprichem no espetáculo em 2015

Por Guilherme Ayupp

O carnaval do Grupo Especial é considerado o maior espetáculo a céu aberto do mundo. É nesse sentido que para garantir a nota 10 as agremiações precisam apresentar um desfile digno desta fama, para receberem dos jurados em cada um dos nove quesitos em julgamento a sonhada nota 10. Para tirar a pontuação máxima é preciso apresentar algo diferenciado.
Pelo menos é assim que pensam os novos jurados escolhidos pela Liesa para julgarem os desfiles de 2015. Na primeira noite de curso, na sede da Liesa no Centro do Rio, três quesitos tiveram seus cursos oferecidos pelo presidente Jorge Castanheira. A equipe do site CARNAVALESCO falou com alguns novos nomes sobre o que pensam de cada quesito.
'Enredo tem de estar coerente com a proposta do carnavalesco', diz jurado
Um dos quesitos que já chega na avenida com pré-julgamento é o Enredo. Desde o anúncio pelas agremiações, as críticas ou elogios povoam as redes sociais, fóruns de discussão e a mídia especializada. Por isso o julgador do quesito precisa se livrar das amarras e influências no dia do desfile.
Fernando Bicudo está de volta ao Grupo Especial sendo um dos julgadores de Enredo. Em 1986, ele julgou Conjunto, o quesito que foi retirado do julgamento para 2015. Também já foi julgador no grupo de acesso. Para Bicudo o enredo precisa obdecer fielmente à proposta apresentada no livro Abre-Alas. - Um enredo nota 10 é aquele que se desenvolve fielmente dentro daquilo que se propôs na descrição, avaliou.
Também oriundo da Série A, Marcelo Figueira defende que o julgamento precisa obedecer a algumas premissas. - Precisamos avaliar em primeiro lugar a concepção, se foi coerente e coesa. Além disso sua realização na avenida. Como o argumento foi de fato colocado, opinou Marcelo.
Alegorias e Adereços terá três novos jurados, dois que nunca julgaram carnaval
Um dos mais polêmicos pontos do último carnaval foi o quesito Alegorias e Adereços, quando a julgadora Helenise Guimarães, por exemplo, conferiu uma nota 10 para a Unidos de Vila Isabel, sendo que a azul e branca passou na avenida com um desfile totalmente incompleto. 
O arquiteto João Niemeyer, de sobrenome famoso, é sobrinho do idealizador do Sambódromo, Oscar Niemeyer. Caberá a ele a incumbência de ser um dos julgadores de Alegorias em 2015. Sincero, ele diz que nunca julgou carnaval. - Eu acompanho carnaval desde criança e fiz parte da equipe que projetou o Sambódromo com meu tio. Acho que nesse quesito não podemos avaliar apenas se passou feio ou bonito. É preciso uma análise técnica, afirmou.
Também arquiteto e estreante como julgador de carnaval, Chicô Gouvea, pede às escolas um melhor tratamento com a traseira dos carros. - A parte de trás é sempre esquecida e fica feio. Eu acho que a preocupação com o acabamento deve ser completa. Além da criatividade, da adequação ao enredo, tem de haver essa preocupação, avaliou Chicô, que participa do carnaval desde os anos 70.
Comissões espetáculo serão mais bem avaliadas, segundo julgador
Antigamente as comissões de frente se limitavam a apresentar a escola, com a evolução dos desfiles passaram a trazer elaboradas coreografias com a chegada dos coreógrafos, e mais recentemente se transformaram em autênticos espetáculos de impacto no primeiro contato do público com a escola na avenida. Tanto que o quesito já impulsionou um título.
E os julgadores de Comissão de Frente querem exatamente isso. Espetáculo, show, impacto. Para Paulo Morato, jurado que continua avaliando, as escolas devem se preocupar com isso. - Pedimos sim algo grandioso, afinal é o primeiro momento da agremiação na avenida. Acredito ser positivo para os desfiles, opinou.
Morato também considera salutar o advento dos gigantescos tripés hoje quase obrigatórios para as comissões de frente. - O que o regulamento determinar temos de cumprir. Não podemos tirar ponto de uma comissão porquê trouxe um tripé. E quem não trouxer também, não tem a obrigação de fazer. O julgamento é em cima do que foi apresentado, se houve coerência, com indumentária razoável, disse Paulo Morato.

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