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sábado, 31 de janeiro de 2015

Luis Carlos Magalhães: 'Aos portelenses'

Por Luis Carlos Magalhães

Tenho feito há alguns anos uma mensagem aos portelenses que me acompanham, às vésperas do carnaval, sempre dando um panorama e expondo minhas expectativas. Pois neste 2015 estou antecipando um pouco aproveitando o vídeo publicado pelo jornalista Leo Dias, deixando entender que uma futura vitória da Portela contaria com a ajuda decisiva do prefeito sabidamente portelense.

Não me peçam para explicar que tipo de razão leva o jornalista a emitir uma opinião tão carregada baseada unicamente em interpretação pessoal de uma frase, às vésperas do carnaval, a partir de um não identificado "dizem". E nem me peçam para responder por quais razões tal favorecimento não foi trazido desde o primeiro carnaval de Eduardo Paes. Ou mesmo o segundo, o quarto? Ou será que o prefeito só se deixou seduzir por Oswaldo Cruz e Madureira de dois anos para cá?

Dois anos porque, antes disso, com o carnaval que a escola apresentava, sem sinal de competitividade, ninguém emitiria tal opinião. Sim, opiniões, não notícias... meras opiniões, nada mais que isso.

Será que no próximo vídeo o governador será também incluído, Portelense "militante e juramentado" que é?

Não sei responder a essas perguntas.

O que sei mesmo, a cada dia mais próximo do carnaval, é responder a outras e importantíssimas questões.

A escola já se manifestou sobre o que está explicitado no vídeo. O importante agora é extrair dele citar o seu conteúdo oculto que é a mostra do quanto a Portela se coloca hoje no cenário de competitividade do carnaval segundo tanta gente afirma. Cada um de nós é testemunha, inclusive, a crônica carnavalesca. E, fique claro, de nossa parte não falamos em vitória, sim em competitividade.

Mas se o tema é favoritismo, não vamos fugir dele. Que favoritismo é esse? Será que o fenômeno percebido na cidade e na crônica carnavalesca pode mesmo ser assim chamado na Portela?

De minha parte entendo que grande parte desse sentimento vem em do próprio mundo do samba ao sentir, racional e/ou intuitivamente, que a escola não é mais a mesma. Ao sentir o quanto é importante uma escola como a Portela estar na ponta, representando cada um de nós, portelenses ou não, no cenário do carnaval e da cultura brasileira. Tanto quanto seria a Mangueira ou o Império Serrano.

Mas, não há como negar, parte dessa euforia vem, sim, dos portelenses. Sabemos todos o quanto doía levar para a avenida o orgulho de nossa história, marchar na força de nossas tradições tendo como "fantasma" a desfilar a nosso lado a quase certeza de que o barracão iria fracassar. Saber que faríamos uma entrada triunfal para em seu terço final a escola perder fôlego e alcançar a sexta, sétima ou oitava colocação. Todos sabemos disso.

Pois essa euforia toda aí que vemos nos ensaios, nas rodas de samba, em cada esquina de Madureira vem da auto estima readquirida após a vitória da nova direção da escola tendo Marcos Falcon à frente do barracão e da gestão financeira da escola.

Sim, não basta ser portelense, mas não basta mesmo!

Usar os recursos da escola no carnaval da escola parece uma prática normal, óbvia... mas não é! Sabemos que há escolas em todo o país - e são tantas - desprovidas de controles financeiros suficientemente capazes de inibir desvios de dirigentes desonestos e descomprometidos com suas comunidades.

Sabemos como é difícil planejar uma agremiação desde o desmonte do ano anterior até finalizar o novo processo e recolocar a escola na cabeça da pista do desfile.

Como é difícil apresentar para toda a gente, todo o povo do samba, uma quadra acolhedora, confortável, limpa. Programar eventos atraentes para com seus resultados honrar volumosas dívidas de gestões anteriores.

Formar e manter equipes de carnaval, segmentos, administradores para dividir tarefas. Trazer cada setor, cada segmento, seja ou não diretamente ao carnaval, unido, integrado e olhando para o mesmo objetivo.

Por tudo isso há essa euforia toda. Seja ela minha, sua, do prefeito ou do governador. É essa base de euforia que não vimos contemplada no vídeo a que nos referimos.

Sob a luz de nosso presidente de honra, Monarco, nosso mestre, o sambista vivo mais ativo e respeitado do cenário nacional; com a representatividade de um presidente sambista Serginho Procópio, filho das melhores tradições da escola, e sob o comando e liderança do vice-presidente Marcos Falcon, superintendente de carnaval e de finanças, a escola navega serena em meio à boas notícias, quadra cheia, eventos formidáveis trazendo de volta uma insuperável e até há pouco esquecida auto estima.

E mais: mantida toda uma equipe de carnaval, o barracão está lindo, as fantasias belíssimas e, até o final do mês... tudo pago.

Será que somos favoritos? Será que nos achamos favoritos? Ou será que o que sentimos mesmo é uma enorme e incontida esperança? (salve Rogério Rodrigues). Será que há um só de nós acreditando que nosso trunfo é mesmo o prefeito?

Mas não é só isso, há ainda muito mais que isso. A razão maior de tanta confiança, e da ansiedade na espera do carnaval, reside em um fenômeno nunca visto por nenhum portelense antes. Pelo menos das novas gerações.

Eu estava lá, e nem era esse meu samba preferido, mas eu estava lá, vi. Ao ser proclamado vencedor, o samba jogou na quadra uma energia, um brilho no olhar de cada um. Como se ali, embalado em tão forte melodia, sentindo a quadra tremer, todos nós sentíssemos a presença da vitória. A real possibilidade da vitória. Não por soberba, por marra ou empolgação vinda no ar..

Cada um de nós ali percebeu que o título nunca esteve tão perto, isto, sim. Sentiu, acreditou, viu a real possibilidade de a escola viver um grande momento..

Por tudo isso a esperança da vitória se mostra diante de cada um de nós.

E vai ser assim até o dia D, a cada passada do nosso formidável samba, a cada lantejoula colocada na fantasia, no coração e na alma portelense.


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