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terça-feira, 29 de março de 2016

Jorge Castanheira afirma que crise quase inviabilizou ensaios técnicos: 'Temos que rever o modelo'

Por Guilherme Ayupp

O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira, ainda executa ações ligadas ao Carnaval 2016 terminado para foliões e sambistas há mais de 45 dias. Entre um despacho e outro, com a conferência do balanço financeiro, Jorginho atendeu a reportagem do site CARNAVALESCO e tratou de temas importantes sobre os desfiles de 2017. A crise financeira que assola o país não poupou a Liesa. Segundo o presidente, confidenciou o modelo dos ensaios técnicos precisa ser repensado.

- Eu penso que este modelo precisa ser revisto. A Liga hoje não tem como arcar, por exemplo, com mais de um ensaio por escola. Na sexta-feira está 100% descartado por conta dos impactos no trânsito. Para esta temporada tivemos os ensaios seriamente ameaçados. A Liesa banca toda a estrutura de pista necessária para a realização dos mesmos. Tudo depende da necessidade das escolas e nossa capacidade de orçamento - aponta o presidente da Liesa.

Castanheira revela também à reportagem do CARNAVALESCO que, mesmo sem ter podido ainda acompanhar as imagens da transmissão do Desfile das Campeãs pela TV Brasil, o saldo foi positivo. - Não tivemos a briefagem da transmissão deles e ainda não assisti. Já pedimos à emissora essas imagens. Acredito que pelos comentários das pessoas foi extremamente positivo. A TV Globo ajudou muito neste entrosamento com a TV Brasil e passou todo o seu know-how na cobertura do carnaval - esclareceu Jorginho.

Jorge Castanheira ainda não pode acompanhar com atenção as justificativas divulgadas pela própria Liesa por conta das tomadas de decisão acerca da desmontagem da pista na Sapucaí. O presidente sugere que com o ano olímpico as eliminatórias de samba sofram um enxugamento. - A princípio não vejo porque mudar as finais de samba, que sempre acontecem em outubro. Até porque isso implicaria na confecção do CD. Em setembro, as Paralimpíadas já terão acabado. Acho que um encurtamento das eliminatórias pode ser viável, mas cada agremiação sabe o que é melhor para si - opina Jorge Castanheira.

'As escolas precisam reduzir 500 pessoas de seus contingentes', revela Castanheira

O presidente da Liesa não confirma ainda as mudanças que estão em curso na Liesa, como a redução no número de alegorias e do tempo máximo de desfile das agremiações. - Isso só será discutido a partir de abril, quando iremos divulgar o balanço. Estão em estudo algumas mudanças, para deixar o máximo de alegorias em seis, um número que considero ideal. O desfile da Série A tem 55 minutos, é mais dinâmico e agradável. Precisamos encontrar um meio termo. Vejo necessidade de reduzirmos de 400 a 500 componentes por escola. Mas tudo depende da aprovação das escolas - esclarece.

O presidente considera importante ouvir todas as partes envolvidas no espetáculo para depois aprovar ou não tais alterações. - Acho importante que haja um debate, uma conversa. Quero ouvir também a imprensa especializada que está acompanhando o dia a dia. Essas pessoas conhecem bem a necessidade dos sambistas. Todo mundo que produz os desfiles deve estar inserido nesse contexto - sugere.

Caso Laíla está nas mãos do Conselho

Depois da polêmica dos áudios do jurado Fabiano Costa e das acusações de Laíla, onde a Beija-Flor estaria sendo vítima de um esquema, o presidente Jorge Castanheira conta ao CARNAVALESCO que a punição ou não do sambista está à cargo do Conselho da Liesa, como rege o estatuto da entidade:

- O estatuto diz que quando algum membro fundador faz ataques à instituição, sua punição está à cargo do Conselho. O Laíla é uma personalidade muito importante do carnaval, um cara que ajudou a construir este espetáculo e pelo qual nutro carinho. Mas ele foi campeão sete vezes neste 15 anos que estou aqui. A Liesa já foi alvo de inúmeras investigações e nada em momento algum foi comprovado. Uma coisa é o vazamento de um áudio e o afastamento correto de um julgador. Outra é ilação sobre a lisura do espetáculo. Tem de ter serenidade antes de fazer declarações com a cabeça quente - ressalta Jorge Luiz Castanheira.


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