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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Consagrada pelo público no Desfile das Campeãs, Portela cria a febre da selfie com a águia

Por Alessandro Lo-Bianco, Rafael Galdo e Marco Stamm

RIO — Ela foi a quinta colocada no carnaval 2015, mas, no sábado, deixou a avenida consagrada como uma espécie de campeã extraoficial. A Portela, segunda a entrar na Sapucaí no sábado, levantou as arquibancadas como já tinha feito na apresentação do dia 16. E foi responsável por uma das maiores febres do Desfile das Campeãs: tirar uma selfie com a alegoria da águia com o formato do Cristo Redentor.
Com o enredo “Imaginario, 450 janeiros de uma cidade surreal”, a azul e branca teve um dos refrões mais cantados pelo público no sábado: “Sou carioca, sou de Madureira/ A Tabajara levanta a poeira”. Mais uma vez, os drones — em formato de águia e de bola de futebol, na alegoria do Maracanã — foram levados para a avenida, apesar da notificação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Segundo o órgão, o uso desses aparelhos é proibido em áreas de grande aglomeração e a agremiação não pediu permissão para empregá-los no desfile oficial.

Outra atração voltou a fazer sucesso na avenida: três paraquedistas desceram na pista ao fim da apresentação. Da primeira vez, tinham sido quatro, no início do desfile. Outra diferença foi que dois carros — o do Jardim Botânico e o da sereia — que, da primeira vez, tinham passado apagados, custando preciosos pontos à agremiação, no sábado estavam acesos.
No final, a Portela levantou o público mais vez ao tocar “Cidade Maravilhosa”. As arquibancadas fizeram coro com a escola e a saudaram com gritos de “é campeã!”.

ATÉ INTEGRANTES DE OUTRAS ESCOLAS GOSTARAM

Durante o desfile, no entanto, a maior atração foi mesmo fazer uma selfie com a alegoria da águia, ainda que ela estivesse com algumas penas fora do lugar. E não foi coisa apenas de torcedor. Até mesmo integrantes de outras escolas quiseram uma lembrança da alegoria.
Foi o caso, por exemplo, de Fernanda Brandão, da direção de harmonia da Unidos da Tijuca, escola que entraria a seguir. Fernanda foi até o Setor 1 só para fazer registros da águia-Cristo e se disse deslumbrada.
— É realmente surreal. No dia do desfile oficial, tinha visto do camarote. Hoje, vim ver de perto, na pista.
Outra que não resistiu a fazer uma selfie com a alegoria foi a cantora Roberta Sá. Ela diz que este ano viveu sua maior emoção no carnaval.
— Sempre torci pela Portela, mas este ano posso dizer que virei portelense de verdade. Fui recebida muito bem pela diretoria, pela comunidade, e a Portela conquistou meu coração — contou a cantora, que postou suas fotos no Instagram. — O fato de ser uma águia redentora mexeu muito com os cariocas. O Rio vive uma situação difícil. É muito caro morar aqui, e o povo se sente oprimido. Ainda temos crise na segurança, muitas obras atrapalhando. Essa coisa de a águia redentora vir nos redimir me emocionou muito.
Quem também garantiu sua foto com a alegoria foi a bancária Viviane Carla Teles, que veio do Mato Grosso há um ano. Ela nunca tinha ido à Sapucaí e se encantou com a azul e branca.

— Quando a águia passou, foi demais. Além de lembrar o Cristo Redentor, tinha uma riqueza de detalhes impressionante.
Responsável pela construção da águia, Rossy Amoedo, alegorista e vice-presidente do Boi Caprichoso, de Parintins, afirmava que o trabalho tinha sido o mais desafiador de sua carreira.
— Em Parintins, costumamos trabalhar apenas com movimentos manuais nas alegorias. Já aqui, devido aos obstáculos no caminho, o erguer e baixar da águia precisou ainda de um mecanismo hidráulico — explicou. — Nunca tinha feito algo similar, com essa envergadura de asa, com 20 metros.



 


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