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quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Conversa com os poetas: compositores da Portela buscaram sentimento do enredo

Por Guilherme Ayupp

A Portela tem uma grande responsabilidade no Carnaval 2017, além daquele peso de todo ano tentar sair da fila de títulos que já dura 32 carnavais. Continuar com a excelência de notas em samba-enredo (a última nota diferente de 10 no quesito foi em 2011). Para isso novamente a escola apostou no talento de um dos mais conceituados compositores da atualidade. Samir Trindade e seus parceiros dominaram inteiramente a final e conquistaram o bicampeonato.

O site CARNAVALESCO conversou com Samir e Elson Ramires sobre a honra de serem os poetas do samba portelense. Eles não se furtaram a falar dos problemas que aconteceram na final e apontaram que o trunfo do samba deles é ter buscado o sentimento do enredo, que seria a emoção do portelense com a Portela na avenida.

Que balanço vocês fazem dessa disputa da Portela?

Elson Ramires: “Disputa de samba-enredo, seja na Portela ou qualquer outra escola grande, é acirrada. Ninguém quer perder. Todos querem ganhar. sendo a escola o que é, é óbvio que há um acirramento esperado. Não foi nada diferente do que acreditávamos”.

Samir Trindade: “Nossa parceria sempre pregou o bem maior que é a escola. Tínhamos definido que cumprimentaríamos o samba campeão. Cada um fala por si. Prego a humildade sempre. Graças a Deus acharam que nosso samba era o melhor. 42 pessoas do juri votaram no nosso samba”.

Qual foi o sentimento com essa vitória?

Samir: “Foi uma disputa acirrada com vários nomes. Ganhar na Portela é sempre uma emoção diferente. esse samba será um samba marcante a ser um samba marcante. Não imaginava que por ironia do destino acabaríamos homenageando o nosso saudoso presidente”.

O que o enredo e o samba da Portela tem de diferencial na visão de vocês?

Samir: “Tentamos buscar o que o Paulinho da Viola sentiu na Portela como sendo um rio de emoção. Desde a cabeça do samba seguimos nessa linha. Foi vendo esse rio passar que eu virei portelense. Tentamos captar esse sentimento para fazer a música. Convocamos bambas para estarem inseridos de forma subjetiva no samba”.

Ramires: “O diferencial foi nossa interpretação do texto do Paulo. Definimos a forma subjetiva que seguiríamos”.

O que dá para fazer com o dinheiro que se ganha com uma disputa de samba?

Ramires: “Dá para pensar na disputa do ano que vem. Combinamos de guardar um dinheiro para o próximo ano. Se não tiver um retorno vamos ficar sem nossas mulheres. Mas nós não podemos ficar pensando só no dinheiro. Se não houvesse prêmio nenhum a gente faria com o mesmo amor, principalmente na Portela”.


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