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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

"Quero uma portela moderna"

 
 
Conhecida como a Majestade do Samba, a Portela deposita no carnavalesco Paulo Barros as suas esperanças para acabar com o Jejum de mais de 30 anos sem votórias. O metro Jornal conversou com ele sobre os planos da maior campeã do Carnaval carioca que será a quarta escola a desfilar na Marquês de Sapucaí na próxima segunda-feira , dia 8.

Como está sendo preparar o carnaval da escola que você torcia durante a infância?
 
Como trabalhar não muda nada. O projeto continua sendo executado como qualquer outro. A grande expectativa é justamente estar na Portela por ser a escola da minha infância. É uma agremiação que eu nunca imaginei um dia estar à frente. Além disso, profissionalmente falando, essa experiência faz grande faz grande diferença no currículo

E a tradição da Portela?
Essa questão da tradição eu não concordo. As pessoas estão falando isso, mas a Portela, cansou de ser tradicional, ela quer ser competitiva. Essa história da tradição vem de fora para dentro. Isso não acontece aqui na escola.

Então isso não reflete no trabalho?
Não reflete em nada. Tenho toda a liberdade para fazer o que eu quero. A escola briga pelo campeonato e entende que precisa ser atual. A questão da tradição na portela se limita aos seus personagens, como o Monarco e outros. Na questão do carnaval, ou seja, na estética da competição, ela precisa se modernizar e todos sabem disso.

O jejum de títulos atrapalha o trabalho?
De maneira alguma. O meu compromisso aqui é de fazer um bom carnaval. Tenho sempre o desejo de fazer algo que seja competitivo para a disputa e aqui na Portela não esta sendo diferente. Nós estamos nos preparando para fazer um grande desfile.

Como foi a escolha do enredo?
A escola, a princípio, procurou um enredo patrocinado, o que acabou não acontecendo. Com isso, apresentei a minha proposta de enredo: "No Voo da Águia. Uma Viagem Sem Fim...", que através dos olhos da águia nos propõe uma viagem da procura do homem. Esse enredo fala também sobre a história da humanidade e suas grandes viagens. No final, inclusive, nós conviadmos o público a escolher a viagem da sua vida e a realizar seus sonhos. Tudo isso através da águia, que é o nosso maior simbolo.

Então vocês pretendem passar uma menagem , além de contar uma história?
Não exatamente. Na verdade, a gente vai mostrar um enredo biográfico, já que levamos para a avenida a história da humanidade e suas viagens, como a travessia do Mar Vermelho, a Odisseia de Homero, os grandes navegadores.

A Águia irá sobrevoar as riquezas do mundo
As grandes descobertas feitas pelos homens ao longo da história serão retratadas pela Majestade do Samba, que, apesar do ano difícil, espera trazer bastante riqueza e modernidade para o desfile. A escola de Paulo Barros terá um total de 3,8 mil integrantes desfilando na Marquês de Sapucaí este ano, divididos entre sete alegorias, um tripé e 32 alas.
 
 




A crise chegou á escola?
A crise atrapalhou e, inclusive, isso vem sendo mal interpretado por todos. Porque o lado financeiro não é problema meu, é da Portela. Eles receberam a subvenção da prefeitura e estão fazendo o que é possível com o dinheiro.

Você ficou marcado por sempre fazer um carnaval moderno e elementos humanos muito fortes. Teremos algo do tipo neste ano?
Dessa vez, não estará tão presente como nos anos anteriores. Essa marca humana nos carros não é uma regra, mas é sempre bem-vinda para traduzir a alegoria. Então, quando eu tenho a necessidade de colocar pessoas em um carro, é exatamente apoiado neste conceito.

Você se sente uma referência para o Carnaval?
Eu não me sinto referência de nada. Quando chegei em 2004, busquei um caminho diferenciado, exatamente para não ser nivelado por baixo. Acredito que encontrei esse caminho e tenho certeza que vamos trazer uma Portela bem diferente das outras escolas. Essa é a minha expectativa para este carnaval.

Algum Recado para o torcedor?
Acho que o torcedor pode esperar um desfile alegre, competitivo. Uma Portela moderna, cheia de vontade de vencer. É muito importante dizer para os componentes da escola que ninguém consegue fazer nada sozinho. As pessoas me param na rua e me dão a responsabilidade de trazer o título. Mas, para isso, nós precisamos da dedicação de toda a equipe. Então, vamos lutar por teste título, com cada um fazendo a sua parte.
fonte: Metro Rio

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