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sexta-feira, 16 de novembro de 2018

40 anos sem Candeia


Candeia
(Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1935 – 16 de novembro de 1978)
(Antônio Candeia Filho)


Dando continuidade ao espaço Imponência Portelense, Candeia é o segundo compositor e intérprete homenageado. Nascido e criado no mítico bairro de Oswaldo Cruz, sua trajetória no mundo do samba foi meteórica. Aos 17 anos, foi um dos autores do samba-enredo campeão de 1953, em que a Portela sagrou-se campeã obtendo notas máximas em todos os quesitos. Em seus breves 43 anos de existência, legou-nos sambas-enredo, sambas de terreiro, partido-alto, jongo, dentre outros ritmos, que explorou como poucos. Foi defensor da cultura negra, sendo fundador do Grêmio Recreativo de Arte Negra Escola de Samba Quilombo, em 1975. Escreveu, em parceria com Isnard, o livro Escolas de Samba: árvore que esqueceu a raiz. Candeia não foi um só: controverso, foi policial severo, sambista de vocação, líder cultural, dentre tantas outras facetas de uma vida intensa. É com orgulho que a Portelamor reúne grande parte de sua obra. Algumas canções ainda não encontradas estão sendo pesquisadas. Agradecemos as críticas construtivas e estamos à disposição para corrigir erros e imprecisões. Ao lado de cada título, sempre que possível, informamos o ano em que a obra foi gravada pela primeira vez.

Em tempos sombrios, é imperioso homenagear este poeta portelense, cuja chama jamais se apagará. Ouvir e ler o maravilhoso Candeia já é um ato poético-político. Uma de suas canções traduz sua luta e inspira nosso projeto Imponência Portelense. Fiquem com os versos do poeta, acalanto e alento. E que um dia possamos viver em um mundo Candeia:

Dia de graça (1970)
(Candeia)

Hoje é manhã de carnaval (ao esplendor)
As escolas vão desfilar (garbosamente)
E aquela gente de cor com a imponência de um rei
Vai pisar na passarela (salve a Portela!)
Vamos esquecer os desenganos (que passamos)
Viver alegria que sonhamos (durante o ano)
Damos o nosso coração, alegria e amor
A todos sem distinção de cor
Mas depois da ilusão, coitado
Negro volta ao humilde barracão

Negro, acorda, é hora de acordar
Não negue a raça
Torne toda manhã dia de graça
Negro não humilhe nem se humilhe a ninguém
Todas as raças já foram escravas também
E deixa de ser rei só na folia
E faça da sua Maria
Uma rainha todos os dias
E cante o samba na universidade
E verás que seu filho será príncipe de verdade
Aí então jamais tu voltarás ao barracão

Paulo de Oliveira



Agora na sua Rádio Manaceia, 40 anos sem Candeia.  Está rolando  Agora!!!
www.portelamor.com/rdmanacea/radiomanacea.aspx

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