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domingo, 25 de novembro de 2018

Joãosinho da Pecadora - Imponência Portelense


Cantor e compositor, notável por suas participações nas rodas de partido alto, Joãozinho da Pecadora é hoje nome esquecido e sequer seu nome de batismo foi encontrado no Dicionário Cravo Albin e nos diversos sites de samba voltados à memoria do G.R.E.S. Portela. Foi através do trabalho jornalístico-investigativo de André Camargo, colaborador da Portelamor, que João de Souza Barroso, nascido no Rio de Janeiro em 02 de abril de 1933, volta a ter uma existência nos registros da história portelense. O curioso é que André Camargo obteve os dados de nosso partideiro em algumas poucas horas e sem sair de casa.  Devemos agradecer ainda à lembrança de um de nossos seguidores da Portelamor, Paulo Tavares. Sem ele, não teríamos feito esse desvio de rota, tão adequado. E não podemos esquecer do José Alves, que encampou a sugestão do Paulo Tavares e nos fez abraçar esta breve, porém necessária, pesquisa.

Segundo o Dicionário Cravo Albin, o pseudônimo “Da Pecadora” deve-se à sua parceria com Jair do Cavaquinho, na composição “Pecadora”, canção de grande sucesso na década de 1960, feita em parceria com Jair do Cavaquinho e gravada por Elizeth Cardoso no LP Elizete sobe o morro, da gravadora Copacabana. A canção foi incluída naquele mesmo ano no primeiro LP do grupo A Voz do Morro, composto por Jair do Cavaquinho, Zé Kéti, Oscar Bigode, José Cruz, Nelson Sargento, Paulinho da Viola, Anescarzinho do Salgueiro e Elton Medeiros. O LP se intitulava Roda de samba.

Joãozinho da Pecadora ficou famoso como grande partideiro. Em 1975, ao lado de Casquinha da Portela, Anézio, Velha e Candeia participou do LP Partido em 5 volume 1; em 1977, ao lado de Luiz Grande, Anézio do Cavaco, Roque do Plá, Velha da Portela e Casquinha participou do disco Partido em 5 volume 3, interpretando “Perereca quando canta é sinal que vai chover” e “Carrapato do meu cachorro”. Teve ainda “Sururu no bate bufo”, parceria com Luiz Grande, gravada no LP Olé do partido alto volume 3 (1977). No ano seguinte, “Casório mal sucedido” foi interpretada pelo parceiro Luiz Grande, no disco Os bambas do partido alto, lançado pela gravadora Soma/Sigla.

Figura de destaque no partido alto e no samba, João de Souza Barros, o Joãozinho da Pecadora, faleceu em 08 de janeiro de 1986, ainda muito jovem.

Embora a missão do Projeto Imponência Portelense seja a de resgatar os nomes e as composições que marcaram o samba produzido em Oswaldo Cruz e Madureira e não produzir trabalhos biográficos, é justa a homenagem a esse compositor e partideiro que teve seu nome inscrito nas páginas belas da azul e branco. Ao Paulo Tavares, ao Zé Alves e ao André Camargo nossos sinceros agradecimentos pela reescrita desta história. Que nossos saudosos baluartes os protejam e abençoem.

Identificamos, ouvimos e corrigimos 14 letras encontradas de autoria de Joãozinho da Pecadora, sozinho ou com outros parceiros. Que essa pequena coletânea possa levar aos portelenses de hoje uma página da glória de ontem.

Paulo Oliveira


Um comentário:

  1. Aqui é o filho do pecadora venho agradecer a justa homenagem e esclarecer que pai não é coautor do samba pecadora esse samba foi feito em desabafo na separação com minha mãe.

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